Ao compasso do tempo…
A PAPISA
DAS IGREJINHAS ALARANJADAS
CONFIRMA O PREC EM CURSO
Brasilino Godinho
brasilino.godinho@gmail.com
http://quintalusitana.blogspot.com
Transcrevemos partes de um texto do SAPO.PT,
recebido via Internet:
01. Manuela Ferreira Leite defendeu ontem (dia 10 de Janeiro de 2012), no programa Contra Corrente, na SIC Notícias, que um doente com mais de 70 anos deve ter direito à hemodiálise “se pagar”.
02. Como refere o Jornal Público, que avança com esta notícia, durante o debate levado a cabo ontem na SIC, Ana Lourenço questionou António Barreto se este não achava “abominável” discutir-se se alguém de 70 anos deve ter direito a tratamentos de hemodiálise.
03. A resposta, porém, chegou da parte da antiga líder do PSD que acredita que este tipo de doentes “tem sempre direito se pagar”, acrescentando ainda que “o que não é possível é manter-se um Sistema Nacional de Saúde como o nosso, que é bom, gratuito para toda a gente”.
04. Manuela Ferreira Leite acredita que se se mantiver o Sistema Nacional de Saúde gratuito, este “vai-se degradar em termos de qualidade de uma forma estrondosa”, não funcionando “nem para ricos, nem para pobres”.
05. A afirmação da social-democrata relançou o debate. O sociólogo António Barreto afirmou que “abominável é sempre”. António Vitorino, por seu turno, mostrou-se chocado com as declarações de Ferreira Leite porque “não é possível dizer que as pessoas que precisam de fazer hemodiálise e que tenham dinheiro é que podem passar para além da meta de 70 anos”.
06. Carlos Silva, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais lembrou, em entrevista à Antena 1, que um doente renal sem tratamento falece em poucos dias.
(Nota: A data de 10 de Janeiro de 2012, os números, os sublinhados e os negritos, foram colocados pelo autor do presente comentário).
Comentário de Brasilino Godinho
As declarações de D. Manuela Ferreira Leite, conhecida e festejada autoridade da social-democracia à portuguesa, a quem - sem grande esforço mental e nenhuma lisonja ou nulo favorecimento pessoal - poderemos designar por Papisa das Igrejinhas Alaranjadas, causaram um grande alvoroço e indignação junto de alguns meios da sociedade portuguesa.
Ao autor do presente comentário, o teor e o significado das afirmações da D. Manuela Ferreira Leite, não surpreenderam; na medida em que confirmam os termos operacionais e os objectivos de uma tenebrosa política que está sendo seguida em Portugal; que há muito identifiquei e para a qual venho, através de crónicas, tentando despertar a atenção dos portugueses.
Todavia, é de estranhar a quiçá inoportunidade ou descuido da comprometedora declaração da ilustre senhora; quando se sabe que é prática do instalado Poder negar todas as evidências do PREC (PROCESSO REVOLUCIONÁRIO EM CURSO) que visa o extermínio das camadas mais desfavorecidas da sociedade portuguesa. Isto é o que temos continuadamente afirmado desde há bastante tempo e, agora, estrondosamente admitido (aliás, confirmado) através da voz da insuspeita criatura que se representa como a venerável Papisa da específica social-democracia à portuguesa usança.
Para terminar este breve comentário assinalo, em correspondência com os números insertos na precedente transcrição, os seguintes pontos:
1. Como a maioria dos portugueses têm vindo, programadamente, sob directivas governamentais, a empobrecer, acontece que chegados aos 70 anos e precisando de hemodiálises ou de outros tratamentos, não os poderão pagar. E se não pagam, pois que morram, já que estarão a mais e a chatearem as piedosas manuelas leites da nossa desventura colectiva – segundo a lógica utilitária e reformista de D. Manuela Ferreira Leite.
2. “Abominável”, foi o termo utilizado pela jornalista Ana Lourenço para classificar a estúpida discussão acerca da eventual privação de tratamento por hemodiálise de alguém com mais de 70 anos, por não ter meios financeiros. Decerto, vocábulo apropriado.
3. Segundo a D. Manuela na sua oportuna intervenção (porque já era tempo de alguém da área governamental admitir o óbvio: o que está subjacente à devastadora política de extermínio de parte da população portuguesa), não se podendo assegurar a igualdade de tratamentos, então sejam estes facultados aos ricos, visto que os pobres só estorvam (e pelos vistos, comprometem ou prejudicam) a sua aplicação a quem deles se possa aproveitar.
4. Disse a D. Manuela que se os serviços se degradarem não funcionarão “nem para ricos, nem para pobres”. Assim considerando como “favas contadas”: se os pobres são excluídos, venham os ricos a aproveitarem-se daquilo que aos desfavorecidos é negado ou interdito por expedientes administrativos e pelas míseras condições de vida que lhes foram sucessivamente criadas, de forma acintosa, pelas políticas restritivas governamentais.
5. O sociólogo António Barreto afirmou que “abominável é sempre”. Disse pouco. Pouquíssimo. Demasiado parco em palavras. Deveras abstinente em considerações. Esperava-se mais de um especialista de Sociologia. Mais concreta foi a apreciação de António Vitorino. Como este advogado afirmou: se for aplicada a regra da D. Manuela os portugueses carenciados ficam impedidos de ultrapassar a barreira dos 70 anos sempre que sejam atingidos pela doença. A conhecida Papisa da evangélica fé e doutrina alaranjadas, estabelece para os idosos sem meios de fortuna o limite de 70 anos como prazo de validade e… de sobrevivência. Logo que os idosos atinjam esse fatídico termo de idade, os serviços oficiais deverão ser lestos nas passagens das certidões de óbito a todos que, relapsos, persistem em se manter vivos para desgosto e apreensão de sua santidade D. Manuela Ferreira Leite.
6. Bastante elucidativa do alcance da proposta da D. Manuela Ferreira Leite, é a declaração do dirigente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais: “Um doente renal sem tratamento falece em poucos dias”. A santa Papisa “está-se nas tintas”. Pouco lhe importa! Para ela o importante é a boa qualidade de vida e o bem-estar dos seus irmãos em fraternidade de riqueza.
Tal comprovação justifica que nem se discuta a eutanásia.
A D. Manuela e sus muchachos y muchachas descobriram a via mais silenciosa, melhor resguardada e sobremodo eficiente, para pôr cobro aos encargos da Segurança Social e de proporcionar aos ricos a maior confiança nas instituições governamentais e partidárias; as quais, sublinhe-se, estão vigilantes e mui atentas aos interesses, necessidades e aconchegos de vida daqueloutros cidadãos. Ficam estas criaturas sabendo que as sobreditas e serviçais entidades públicas serão tuteladas por gente amiga; fiel à mística vigente; zelosa no cumprimento das orientações de serviço convenientemente direccionadas ao seu público-alvo; também e sobretudo, pessoal subserviente e obrigado perante quantas entidades superiormente recomendadas ou protegidas pela auréola da insigne Papisa. Portanto, ricos de Portugal, descansem e contemplem-se na felicidade da protecção terrena que lhes é facultada pelo Pontificado da D. Manuela Ferreira Leite. Quanto aos pobres, aos idosos, reformados e funcionários públicos, que as vidas lhes sejam breves e que, rapidamente e em força avassaladora, segundo os postulados da célebre Papisa, passem a gozar as bem-aventuranças da paz dos cemitérios; à laia de compensação pelas aflições e pelos tormentos dos infernos, suportados nas suas laboriosas existências. Insista-se que sofrimentos diabólicos, criados e geridos pelos sacerdotes e pelos altos dignitários dos templos afectos ao Pontificado de D. Manuela Ferreira Leite.
Uma última observação para acentuar que o PREC (PROCESSO REVOLUCIONÁRIO EM CURSO) de extermínio dos deficientes, dos carenciados, dos idosos e dos reformados com pensões de miséria, que está prosseguindo em Portugal, tem de ser continuamente denunciado na praça pública. A parte sã deste País, que - por enquanto - está imune à intoxicação geral que tem origem nas igrejinhas do referido pontificado e é disseminada por certa Comunicação Social, haverá que tomar consciência da gravidade da presente situação.
As declarações da mencionada, ilustre, velhinha rica, Papisa, vieram confirmar tudo aquilo que temos vindo a dizer sobre a existência, os resultados e o futuro alcance do famigerado PREC; o qual está provocando uma tragédia nacional. Será que não a poderemos classificar de um holocausto (precedendo um maquiavélico plano de matança de um grande número de portugueses)?
Fim
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