Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, outubro 02, 2011

Um texto sem tabus…

Grande, cinzento-escuro,

foguetório de artifício em Oeiras…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Grande espectáculo de fogo de artifício se desencadeou na transacta quinta-feira, dia 29 de Setembro, ao fim da tarde, lá para as bandas de Oeiras e Lisboa.

E a funçanata, apesar de só ter durado pouco menos de 24 horas, também envolveu um grande alvoroço; principalmente, junto de quantos procuravam com afã recolher as canas dos foguetes ou os que assustadiços e receosos de serem atingidos pela fumarada, se esforçavam para se acolher a qualquer abrigo que os livrassem dos incómodos e nefastos gazes tóxicos…

Considere-se espectáculo ou função, tudo se consagrou com o atributo de grande, como é próprio da grandeza que, a todos intervenientes, lhes é inerente.

Desde logo, a grande personalidade e robusta envergadura física do protagonista: presidente da Câmara Municipal de Oeiras. Veio a seguir, o estatuto da magistratura judicial. Seguiram-se na fileira, os renomados advogados do grande chefe do município de Oeiras. Acompanharam, quais irrequietos meninos de coro infantil, as televisões e os jornais. Na galeria, a malta aparvalhada, nem adiantou nada ao espectáculo, mas distraiu-se com ele, embora não tenha ditado uma para a caixa. E por último, emergiu, subtil, discreta, influente, abençoada, a espiritual e messiânica bem-aventurança do Venerado Senhor e Mui Grande Arquitecto do Universo (de que a isaltinada figura é entusiasta admirador e fidelíssimo crente – neste ponto, fazemo-nos eco do que rezam as crónicas dos muito informados comentadores e dos melhores bisbilhoteiros sabichosos da região saloia alfacinha).

Eventualmente, por graças conjugadas de Satanás (o tenebroso espírito das trevas) e do Altíssimo Senhor, Grande Arquitecto do Universo, tudo se desenrolou harmoniosamente em três singelos episódios: o Tiro disparado pela juíza de Oeiras, através da arma do mandato de captura; a Queda da criatura, de Morais, estatelada na detenção e de pronto remetida a depósito no hotel de algumas estrelas (3 ou 4, segundo consta nos meios mal afamados de Lisboa), designado prisão, existente na sede da Polícia Judiciária; a Ressurreição, em menos de 24 horas após o disparo certeiro; a qual, ocorreu pela via de um despacho salvador da mesma juíza e que teve o condão de o levar de volta aos seus privativos domínios.

Como diria o falecido almirante Azevedo: Que ninguém se aflija: É só fumaça!

Todavia, perante todos os fantásticos acontecimentos que todos os dias festejamos neste país, que havemos de fazer?

Pois, suprema ventura, beneficiários de… tantas competências, sabedorias, virtudes e fraternidades a esmo espalhadas por tudo que é espaço lusitano, também agradecidos, reconfortados, satisfeitos em alto grau de insatisfação (passe a antinomia) e devidamente indignados, tenhamos a ousadia de nos contemplarmos - enquanto nos deixarem e não pagarmos impostos pelas oportunidades e pelos tempos usufruídos - no beneplácito(…) de todas as nossas predisposições, certezas, dúvidas, inquietações e amarguras quotidianas. Esta a paradigmática determinação e o necessário, estimulante, passo para irmos, todos, dormir descansados…

Quando, finalmente, acordarmos e nos confrontarmos com a realidade, valha-nos a ideia de que a Justiça se contempla no espelho de si própria. Tendo em atenção que, por arrastamento, a Pátria, sem o dito espelho da Justiça, também ela, amargamente, se refugia na ilusão de estar redimida…

Fim