Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, março 25, 2008

Um texto sem tabus…

AGRESSÕES QUE SÃO RETRATOS

DOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

01 - Há dias as televisões transmitiram um vídeo com imagens de uma aluna da Escola Carolina Michaelis, do Porto, a desrespeitar e agredir a respectiva professora de Francês, enquanto a turma assistia como se presenciasse espectáculo de circo ou combate de box. Certamente que muitos portugueses ao verem aquelas inqualificáveis cenas ficaram estarrecidos e indignados.

No entanto há o conhecimento, muito alargado, que a violência nas escolas atingiu uma grande expressão; e que a ocorrência trazida a público não é um caso isolado. Bastantes são as agressões que se registam no meio escolar – até de maior gravidade.

Porém, no ministério da tutela, o grave problema da indisciplina escolar é minimizado. Frequentemente a ministra e os seus secretários de Estado quando confrontados com as afirmações do Procurador Geral da República, dos professores e dos órgãos de Comunicação Social, assinalando o clima de insegurança e violência nas escolas básicas e secundárias, chegam ao ponto de afirmar que desconhecem a sua existência e que, simplesmente, haverá casos pontuais sem importância que são facilmente resolvidos pelos conselhos directivos dos estabelecimentos escolares.

02 - Já deu para perceber que a actual ministra da Educação paira nas nuvens de um espaço virtual que se firmou no seu subconsciente. E ao qual só ela e seus “ajudantes” têm acesso. Segundo aquilo que Sua Excelência deixa transparecer todos, indígenas que seremos mal-intencionados ou idiotas, temos a mania de dramatizar e pôr em cheque a agudeza de espírito, superior visão e relevante competência, da senhora ministra. Atributos, evidentemente, partilhados pelos seus secretários de Estado. Decerto, contemplados pela oportuna benignidade do augusto Criador – o Grande Arquitecto do Universo.

Arredando a esperteza da ministerial figura para o seu privativo e resguardado cantinho onde, sossegada e exultante, fará a emblemática contemplação do singular umbigo, o que actualmente se passa em Portugal no domínio abrangente do Ensino e da Educação é de uma enorme gravidade com implicações incalculáveis no futuro da nação portuguesa.

Está criada uma situação que, diga-se em abono da verdade, é da responsabilidade do governo Sócrates e dos anteriores executivos que se sucederam desde o ano da revolução de 25 de Abril de 1974.

03 - Múltiplos factores influenciaram a dramática evolução do Ensino e da Educação. Não cabe nesta breve crónica esmiuçá-los. Em todo o caso importa, numa sucinta resenha, apontar algumas determinantes. Desde logo as condições de vida modificaram-se rapidamente. Muitos pais não dispõem de tempo para se dedicarem aos filhos ou não atendem ao dever de os “acompanhar” no dia-a-dia das suas vidas. Os usos e costumes alteraram-se de forma radical. O acesso à informação através das televisões, de outros equipamentos electrónicos e da Internet, (nos últimos anos) foi avassalador. Perderam-se valores civilizacionais. Abastardaram-se os princípios. Instalou-se um egoísmo feroz. Uma infamante hipocrisia sobrepujou-se a tudo e a todos. As populações e os interesses da grei estão desprezados e subvertidos e, desgraçadamente, sujeitos à manipulação dos grupos mafiosos e das seitas de secretíssima índole que, com a maior desfaçatez e impunidade, prosseguem fins obscuros e atentatórios da trilogia: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Diga-se: ao arrepio do direito do cidadão a uma existência digna e respeitada, em consonância com a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Decerto que umas coisas e outras da mais diversa natureza e importância trouxeram instrumentos de progresso; mas, também, perturbação e instabilidade em vários sectores da sociedade que, de certo modo, apanhados desprevenidos não se revelaram capazes de enfrentar o embate.

A Família, o Ensino e Educação, a própria Igreja se revelou titubeante e inadaptada; todas estas estruturas da sociedade entraram em crise de declínio, sem se descortinar num horizonte próximo a recuperação e o encetar de uma via ascendente de futuro promissor.

Claro que as políticas das autoridades governamentais dos derradeiros trinta e quatro anos deram um empurrão decisivo na escalada da degradação do Ensino e da Educação que arrastaram ao estado caótico em que nos encontramos.

04 - Cingindo-nos ao Ensino e à Educação agora na berra pelos últimos desenvolvimentos ocorridos no respectivo sector, a ligeireza com que se fizeram inúmeras experiências pedagógicas, substituições de programas e cursos, a rejeição a partir de 1974 do princípio da autoridade e prestígio do professor, a permissiva liberdade dos discentes serem malcriados nas aulas e poderem faltar sem limites de ausências e ainda as passagens de anos sem a demonstração do conhecimento das matérias, teria forçosamente que conduzir à destrambelhada e preocupante situação que tanto afecta a nossa vida colectiva.

No decurso do mandato do governo chefiado pelo secretário-geral do Partido Socialista, José Sócrates, a degradação dos Ensinos Básicos Secundário acentuou-se por força da orientação seguida pela ministra da Educação de afrontar os professores na tentativa de os tornar bodes expiatórios pelas consequências nefastas de medidas avulsas sem nexo de conformidade com um sentido de acerto e ajuste no plano de real aproveitamento escolar. Tem sido notória a tendência de engendrar mecanismos de minimização de conteúdos disciplinares e de facilidades na passagem dos anos lectivos com a impressionante preocupação governamental de apresentar em Bruxelas estatísticas de sucesso escolar da nossa estrutura escolar.

Tal propósito do Governo é aberrante. A Nação está sofrendo as consequências. Urge tomarmos consciência que este caminho vai arrastar-nos para um abismo talvez sem retorno.

05 - Uma nota final: A agressão, aqui focada, de uma aluna à professora de francês da Escola Carolina Michaelis por causa de um telemóvel e aqueloutra, anterior, que foi feita a professora por uma discente insatisfeita com a nota que lhe tinha sido atribuída, mostram o estado de insubordinação existente no sistema escolar.

Acima de tudo são retratos da miséria dos Ensinos Básico e Secundário em Portugal.