Caros senhores,
Junto as SARAIVADAS referentes a 01 e 08 de Março de 2008.
Por elas se apercebe que Saraiva está sofredor…
E se depara a dúvida: Saraiva errou a vocação?
Um estado e uma suposição que enformam uma grave questão; se bem atentarmos que se trata de alguém que possui “a maior cabeça pensante deste (empobrecido) país” e é prometido destinatário do Prémio Nobel da Literatura.
Se crentes e irmãos da Opus Dei, rezai à Senhora de Fátima se digne proteger o conhecido arquitecto-jornalista. Se maçons implorai o discreto benefício do Grande Arquitecto do Universo.
Ele merece todo o carinho deste ou de qualquer outro mundo.
Os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS…
Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema: SARAIVA SOFRE…
TERÁ ERRADO A VOCAÇÃO?...
José António Saraiva, arquitecto-jornalista, director de semanário relacionado com o brilho de uma estrela e com algumas sombras (a maior das quais é uma desgraça cultural, designada “BLOGUE” do Prof. Seixa), recatado comensal, amigo de peito e prestável confidente de altas personalidades da selecta área da Finança e do reservado mundo da Política, está deveras preocupado com a suposta fragilidade do poder económico. Mui angustiado face à hipótese que levanta de serem “Os ricos que paguem a crise”. Também indicia o receio que, a tal acontecer, isso afecte a solidez financeira da gestão do jornal que dirige. Igualmente bastante temeroso que os “grupos económicos, empresas e bancos robustos” não sejam capazes de tomar em mãos o progresso do país. Sobretudo arrelia-se porque “o país parece não perceber que a existência de grupos fortes, com capacidade financeira, é vital para o desenvolvimento”.
Leio estas prosas e fico perplexo. Mais: apreensivo pelo bem-estar físico e psíquico do estimável ser José António Saraiva.
A “saraival” criatura está obcecada pelo Casino de Lisboa (há duas semanas consecutivas que escreve artigos sobre este recinto de jogo) e pelas dramáticas consequências da já de si perigosa contingência de os ricos pagarem a crise. De registar a tenebrosa dúvida que atormenta a mente de José António Saraiva: sabe-se lá como e quando isso pode acontecer. Mas para o arquitecto-jornalista Saraiva o assunto é extremamente perturbador. Suspeita-se que lhe tire o sono. Nele, esforçado representante da melhor sociedade alfacinha, releva o grande embaraço, a tal ponto crítico que nem se apercebe da real situação da sociedade portuguesa. Para ele a classe dos capitalistas está na corda bamba e fustigada pelas atitudes populistas de uma clique de comentadores e jornalistas que, cegos perante as carências dos detentores do poder económico-financeiro(…), nem se dão conta da abastança dos indigentes, dos excluídos, dos reformados com pensões de miséria, dos funcionários públicos, dos desempregados, dos professores e de quantos vivem em precárias condições de alojamento e de sobrevivência. A problemática do Ensino e os conflitos entre ministra da Educação e os professores, o descalabro dos serviços de assistência hospitalar, a terrível conjuntura social e a derrapagem da governação, são questões de lana-caprina. Por isso, passam-lhe ao lado.
José António Saraiva não sente na pele, não vê, não ouve, não lê, patavina sobre as coisas que infernizam a existência do cidadão comum. Provavelmente anda distraído ou pairando num qualquer lugar edénico de outra galáxia congeminado na sua fértil imaginação.
Hipótese desagradável é a de José António Saraiva se contemplar demasiado nos devaneios e em tudo que julgará ser a salvaguarda do futuro do seu jornal. Salvaguarda, eventualmente, mantida na dependência dos apoios do grande capital; e a impor persistentes manifestações de convergência de interesses e de amizades que se querem sempre reiteradas… Uma predisposição pessoal que até é verosímil dado o fervor e constância com que o solícito jornalista assume as dores do grande capital e de homens como Assis Ferreira (Casino de Lisboa), Ricardo Salgado (Banco Espírito Santo) e Jardim Gonçalves (BCP-Millennium), distinguidos com fotos inseridas na página a encimar o texto “Os ricos que paguem a crise”. Por acaso, gente amiga do semanário e do director José António Saraiva. Tantas atenções, gentilezas e promoções para as bandas do capital e da política suscitam estranheza. Senão repulsa. E se confrontadas com as desatenções para matérias muito importantes mais se avolumam as incongruências constantes do discurso do jornalista José António Saraiva.
À volta destas histórias do Casino de Lisboa e do “atraso nacional” que o articulista em causa atribui à falta de capacidade financeira dos grupos fortes, Saraiva tece delirantes considerações como se desconhecesse os lucros fabulosos da Banca no ano de 2007; ano que foi de grande recessão económica e de enormes agravamentos das condições de vida da maioria da população. Daria para rir, não fosse o seu cariz de inconveniência, o tom de hipocrisia e a deplorável insensibilidade assaz manifesta pelo articulista Saraiva.
A terminar o texto “Era uma vez um casino” Saraiva escreveu esta pérola: “Mais uma vez se verifica aquilo que repetidamente tenho escrito: o país gosta de se entreter a falar de ninharias, talvez por se sentir já sem forças para falar de coisas sérias”. “Bem prega Frei Tomás que vê argueiro no olho do próximo e não se apercebe da tranca que lhe cobre a vista”. “O país gosta”? E Saraiva desgosta? Afirme-se: Não! Adora!
Tal como Saraiva disse do país, assim ele procede. Repetidamente escreve sobre ninharias ou tratando as matérias pela rama, desprezando o essencial. Será que, também já não tem forças, ânimo e liberdade para se ater às coisas sérias?
Um dado se afigura certo: José António Saraiva é hoje um “advogado” que se situa entrincheirado na primeira linha da frente do combate em que estão envolvidos os “grupos económicos, empresas e bancos robustos”. Adoptou as causas de uns e outras. Com grande à-vontade e bajulação. Sem pudor.
Em vista disso lanço a pergunta: José António Saraiva errou a vocação profissional?
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