Um texto sem tabus…
O BANCO BCP
E O EQUÍVOCO
DE JARDIM GONÇALVES…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
O Banco Comercial Português (BCP) é a maior instituição bancária privada existente
Sob a direcção de Gonçalves o BCP estabeleceu balcões em todo o território nacional, firmou posição ascendente no mercado e conseguiu expandir-se no estrangeiro fixando-se noutros países. Até atingir a actual posição dominante no conjunto da banca não oficial.
Tal evolução do BCP deve-se, sobretudo, à participação financeira da Opus Dei na sua estrutura accionista. Através dela e porque beneficiário do enorme potencial financeiro à escala mundial desta organização, teve a sua progressão facilitada não só em Portugal como no espaço europeu.
Daqui decorre que não corresponde à realidade aquela observação - que é citada frequentemente nos órgãos da comunicação social - de o BCP-Millenium ser o maior banco privado nacional. De facto, ele é o maior banco privado
E não fora essa a circunstância determinante da vida da instituição e certamente que o engenheiro Jardim Gonçalves, membro da Opus Dei, não teria sido o presidente do Conselho de Administração escolhido e o impulsionador do desenvolvimento do banco, ao longo de dezenas de anos, até 2006.
Se não nos falha a memória foi em 2006 que terá sido tomada a decisão de Jardim Gonçalves resignar à presidência do BCP. E por decisão pessoal dele ou por acatamento de instruções emanadas da cúpula da Opus Dei, o certo é que Jardim Gonçalves empenhou-se em recrutar alguém da sua confiança pessoal, suficientemente credível para a sua indigitação como presidente merecer a aprovação da instituição tutelar do banco (Opus Dei).
A escolha recaiu
Tal facto, correspondeu ao início da novela
Era pressuposto que sendo Teixeira Pinto, jovem, reservado, inteligente, filiado na Opus Dei, temente a Deus, beneficiando da condição de delfim do patriarca Gonçalves, grato e reverente para com o patrono se mostraria no desempenho das funções de presidente do BCP.
Por outro lado, a organização e Jardim Gonçalves, jogando pelo seguro e com recurso à aplicação dos esquemas orgânicos adoptados pela Opus Dei, introduziu uma nova estrutura de gestão na qual assumia papel relevante de fiscalização e controle dos actos administrativos um Conselho Geral que, inevitavelmente, viria a ser presidido por Jardim Gonçalves.
Paulo Teixeira Pinto tomou posse e iniciou o exercício. Provavelmente, sem se aperceber de estar enfiado num colete-de-forças e de que teria de partilhar o Poder com Jardim Gonçalves. Depois, vieram alguns contratempos e, não obstante, lançou-se temerariamente na OPA sobre o BPI. Resultou num tremendo fracasso. E aí as coisas complicaram-se para Teixeira Pinto. Não só relativamente ao Presidente do Conselho Geral, como também no seio do próprio Conselho de Administração.
Para agravar a situação, a Opus Dei - em dada altura - ter-se-á inquietado com a perspectiva muito realista de o domínio do banco lhe escapar, atendendo às investidas de entidades suspeitas de estarem empenhadíssimas no “assalto” aos órgãos do poder interno através de contínuas aquisições de acções. Algumas dessas entidades conotadas com a Maçonaria.
Pior terá sido a apreciação do órgão supremo da Opus Dei e a reprimenda sobre Jardim Gonçalves chamando-o à responsabilidade sobre o processo de eleição de Paulo Teixeira Pinto para o substituir nas elevadas funções de presidente do banco e quanto às flutuações do capital e à tenebrosa ameaça maçónica.
Neste quadro, Jardim Gonçalves sentiu-se acossado. E reagiu!
Reconheça-se que o experiente administrador se equivocou quanto à personalidade e ao previsível desempenho do seu delfim. Talvez tenha confiado demasiado na lealdade do beneficiário. Sobretudo, terá subestimado as implicações resultantes de, na prática, em vez de escolher um gestor, acabou por lhe suceder no cargo uma sociedade familiar: Paulo & Paula, L.ª. O casal formado pelo Paulo Teixeira e pela esposa Paula Teixeira.
Já deu para entender que a Paulinha é uma mulher decidida, irrequieta e determinada a prosseguir uma carreira política que a leve ao lugar cimeiro do partido em que milita. Se o currículo do marido já lhe proporcionou alguns sucessos, a actual posição que ele mantém é uma alavanca poderosíssima para atingir a meta que almeja. O marido conta com o apoio, os incentivos e os conselhos da mulher e cada um por si nos seus específicos campos de acção se completam e entreajudam. Este aspecto escapou à perspicácia de Jardim Gonçalves. O que é uma ironia e uma vingança por ter desvalorizado o papel da mulher na empresa bancária a que presidiu durante décadas. Ao ponto de não aceitar as mulheres nos quadros da empresa. Aliás, em coerência e conforme ao desprezo da Opus Dei pela condição feminina.
Fim
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