Caríssimas damas,
Caros senhores,
Junto as SARAIVADAS.
Estas, referentes às preocupações de Saraiva com a falta de um homem providencial para o exercício da chefia do PSD.
Também, de Saraiva, algumas preocupações quanto às mudanças que pretende introduzir nas regras do futebol.
Sem esquecer a sua preferência pelos erros que “animam as discussões”. Diga-se que nada mal para quem parece ser muito cordato…
Enfim, a natureza humana sempre a surpreender-nos…
Haja Deus! (exclamaria a Tia Anica de Loulé).
Cumprimentos.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS…
Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema I: Saraiva, apologético dos homens providenciais e das políticas impopulares… que são populares!!!
Se tivéssemos que exclusivamente falar a sério da “POLÍTICA A SÉRIO” de José António Saraiva começaríamos por dizer que esta singular personalidade, de forma persistente, confunde mosquitos por cordas…
Esta semana, a pretexto da situação eleitoral vivida no seio do PSD, Saraiva entreteve-se a discorrer sobre o que ele julga ser a falta de um homem providencial que salve o partido.
Depois de descrever a sucessão de factos políticos em que, nos derradeiros 18 meses, estiveram envolvidos os dois principais partidos PS e PSD e alguns dos seus dirigentes, Saraiva apontou o da social-democracia como aquele onde acontece “o contrário do que deveria ser o funcionamento normal de um partido político” (parece-nos oportuno perguntar ao arquitecto-jornalista: existem partidos que não sejam políticos?... E a inversa: um político partido funcionará normalmente?... E ainda: um político partido será um bom partido? Se é, para quem?).
Incisivo, algo parecido com um amigo da onça, José António Saraiva adianta uma observação que vai inquietar a massa associativa do PSD e deixá-la em estado de choque: Ou o partido encontra um homem providencial “ou entra em ebulição”. Neste quadro: “Torna-se ansioso, irritadiço e instável” – antevê Saraiva. Depreende-se que, a acontecer o desfecho negativo do terrível dilema, esteja configurado um grande perigo. Certo que o articulista não indica previsões para o grau da elevada temperatura da ebulição mas é de temer que ela faça enorme estrago. Uma tragédia! Aliás, pode lá conceber-se um partido irritadiço… Safa!
Saraiva vai mais longe na apreciação do previsível drama ao considerar que a liderança do PSD não é para uma pessoa normal e que homens providenciais não aparecem todos os dias. Ora “como branco é, galinha o põe”, se é posta de lado a hipótese de pessoa normal, se falta o homem providencial (repare-se que Saraiva, revelando-se machista e concordante com os princípios segregatícios da Opus Dei relativamente às criaturas humanas do sexo feminino, não admite a possibilidade de mulher providencial) e se acreditarmos na opinião do analista Saraiva, o PSD estará na iminência de cair na posse de um maluco que o conduzirá ao colapso. Inevitavelmente, bem pode encomendar a alma ao Criador…
Deixámos para uma última referência a magnífica pérola que brilha naquele painel de quatro colunas com um título no qual sobressai – talvez não por acaso – a palavra “sério” impressa a branco de modo à política (colorida a tom cinzento) passar em branco… Saraiva, aludindo a Sócrates, afirma que ele “deu gás ao Governo, decretou medidas impopulares provando que as políticas impopulares afinal são populares” (o sublinhado é nosso). Lemos! Relemos! Nem queríamos acreditar no que estávamos lendo…
Em primeiro lugar, deploramos que Sócrates se tenha permitido dar gás ao Governo. Se desconheçam a proveniência e a identidade do fornecedor directo. Com o gravame de constituir um intolerável abuso de confiança e de um condenável exercício discricionário do Poder. Pior: Sócrates fez figura de benemérito à custa dos contribuintes…
Em segundo lugar, inadmissível a antinomia de razão nula: impopulares serem populares. Neste detalhe é bem evidente que a Língua Portuguesa já não é aquilo que foi nos bons tempos em que a letra condizia com a careta… E se cumpriam a sinonímica e as normas gramaticais.
Aqui, bem expressiva, a propensão de José António Saraiva “confundir mosquitos por cordas”. Igualmente, de descair na facilidade e na tendência de absorver, de imediato e pela rama, a ressonância dos acontecimentos sem aprofundar a conexão da essência, das causas e dos efeitos. Guiando-se pelas aparências e por inadequados lugares-comuns que vão enraizando no jargão político. Outrossim, conspurcando a Língua.
Face a esta asserção do arquitecto-jornalista, interrogamo-nos quanto ao país de José António Saraiva. Certamente que não é o nosso, onde a maioria da população vegeta, sofre, não tem meios de subsistência e se vai arrastando reprimida, humilhada, inquieta e em permanente estado de indignação e sobressalto. Um país dos mais atrasados da Europa, administrado por um Desgoverno que fecha escolas, maternidades, centros de saúde, sobrecarrega os cidadãos com impostos crescentes, taxa as pensões e reformas miseráveis dos aposentados. Um país onde a Justiça tem dois pesos e duas medidas, conforme seja a posição social de cada cidadão ou a afinidade - ou falta dela - com a “irmandade”, o partido ou a “fraternidade” da qual é irmão ou obreiro. Um país onde proliferam a corrupção e o compadrio; no qual se aumenta progressivamente todos os anos o fosso entre os ricos e os pobres: Um país onde a desgovernação maçónica está provocando a eliminação da classe média. Um país onde dirigentes e políticos, cínicos, incompetentes, oportunistas, velhacos, sem vergonha se promovem, se remuneram, se exibem indecorosamente com fausto e escândalo público, se presenteiam com os maiores proventos e auferem rendimentos do Erário superiores aos homólogos dos países ricos, no mesmo passo em que a população sobrevive na pobreza e lhe são impostos sacrifícios e mortificações. Um país de ricos sobressaindo entre os mais ricos da Europa. Um país de cidadãos de inferiores classes, mais pobres que os pobres da União Europeia. Um país, Portugal, onde o custo de vida é superior aos de outros povos da Europa, enquanto os trabalhadores auferem salários inferiores 40% ao valor médio da remuneração vigente na Comunidade Europeia. Um país onde a Constituição é letra morta exposta na montra da República e onde caíram em desuso os princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
Pois, arquitecto Saraiva, claríssimo que labutando, sofrendo e indignado o Zé-Povinho está satisfeito com as políticas impopulares de Sócrates… Estão-se vendo os portugueses a festejá-las nas ruas, todos sentindo os seus efeitos nos corpos e nas almas e observando com aprazimento o desvelo e a pertinácia dos (des)governantes … Assim julga o arquitecto-jornalista José António Saraiva. Certo? Ou errado? Responda-nos, Saraiva!
Aquilo que o arquitecto-jornalista Saraiva escreveu dava para rir. Se não fosse uma lamentável manifestação de humor negro. Ou de irresponsabilidade. Ou de censurável distracção, própria de gente snobe habitualmente contemplativa da Lua. Se é que não adepta do faz-de-conta de um idílico oásis visionado por mentes tacanhas e comprometidas com interesses obscuros.
Tema II – Saraiva, o futebol e os erros …
Estes, “animam as discussões”…
A fazer fé na informação de José António Saraiva a sua ligação ao futebol vem de longe. Através dos laços familiares. A avó teve o privilégio de ser fundadora do Belenenses. Escolheu a cor das camisolas e o símbolo do clube (a Cruz de Cristo). Provavelmente, bordou a primeira bandeira. Com estes antecedentes familiares, Saraiva tinha, forçosamente, de ser adepto do Belenenses.
Na embalagem da escrita no painel “VIVER PARA CONTAR” Saraiva conta algumas histórias em que participou e aproveita para defender tese de alteração das regras do futebol. Assim, ficámos a saber que é contra a introdução das novas tecnologias no futebol. Também considera que os erros de arbitragem e dos jogadores fazem parte do jogo e além disso animam as discussões.
Aqui, nos erros e nas correlativas discussões, está o busílis da questão. Saraiva, que se revela um perito em futebol, sentencia que o jogo da bola é isso mesmo.
A grande conclusão que extraímos das explicações de Saraiva é que deseja animação no futebol e que ela só existirá se o espectáculo a suscitar. O que decorre dos erros dos intervenientes. Os quais dão azo às controvérsias. Sejam umas e outras bem-vindas. Para gáudio de Saraiva!
Esta apetência do conhecido jornalista pela discussão era desconhecida. Pelos vistos, não se envolve ostensivamente em disputas com o próximo mas aprecia uma forte discussão, desde que posto em sossego, observação e gozo, na tribuna. É uma posição cómoda e egoísta. Porque remetida à lei do menor esforço, ao calculismo e sem consequências desagradáveis para ele, Saraiva.
Tudo isto a somar ao palmarés de que se orgulha…
Fim
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal