Um texto sem tabus…
HÁ SEMPRE UMA PRIMEIRA VEZ…
Por: Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Um cidadão, Carlos Almeida Santos, meu desconhecido, nesta data, 26 de Dezembro de 2006, enviou-me uma mensagem, com larga divulgação via Portugal Club, na qual e logo na primeira linha do parágrafo inicial, escreve com singular impetuosidade e desmesurada pesporrência o seguinte: Estranho que o Sr. Brasilino Godinho não tenha a noção do que é ser o descendente directo dos homens que fizeram PORTUGAL. Preto no branco! O Brasilino Godinho não tem a noção da tamanha transcendência… Um dado adquirido pelo autor da mensagem, sabe-se lá onde e porque meios… Até daria para um sujeito cair
Não obstante, convenhamos que é uma afirmação abusiva. Se há estranheza, ela ocorre na desenvoltura do mencionado cidadão em formular a "certeza" da acusação de ausência, no signatário, da noção do que é ser o ".descendente"; por acaso providencial, encavalitado no “pretendente” – “o sr. Duarte que mete os pés pelas mãos”, segundo o entendimento de Nuno da Câmara Pereira, presidente do Partido Popular Monárquico, transmitido em entrevista ao “Diário de Notícias” e que houve beneficio de inclusão na rubrica “Respigos” do semanário “Cidade de Toma”, edição de 22 de Dezembro de 2006. Claro que tenho a noção. Só que ela, bem explicitada na minha obra "A QUINTA LUSITANA", se contrapõe resolutamente à do articulista acima mencionado. A marcar a diferença, tal qual semelhante à do dia em relação à noite. Como se deduz dos termos virulentos da interpelação. Decerto: cada qual tem direito a exprimir a que possui.
De assinalar que na mensagem reportada se classifica "A QUINTA LUSITANA" como "documento tremendamente parcial".
Interrogue-se: Ela, "A QUINTA LUSITANA" parcial? Porquê? Diz o interpelante: “Pois que não contém a mais pequena referência à desastrosa 1ª República, apresentando a págs. 51 uma justificação esfarrapada para tal omissão". O que nem é verdade. Neste ponto, importa realçar que a argumentação é simplória. Outrossim, esclarecer que o livro tem 480 páginas e não era viável economicamente aumentar-lhe o número das folhas e tornar a leitura fastidiosa como, eventualmente, seria se ele tomasse a forma de um calhamaço. Nem convinha ao objecto do ensaio contemplar exaustivamente o tempo da 1ª. República. E foi, por mim, entendido que bastaria a seguinte menção, inserta a página 51: "Aqui, também se julga dispensável a apreciação da época conturbada da primeira república porque se nesta se instalaram a confusão e a anarquia que geraram as condições propícias à eclosão do movimento revolucionário, do mesmo modo com o seu fim em 1926 se esgotaram as contradições, as dificuldades e as consequências peculiares e atinentes às condicionantes e estruturas do frágil regime parlamentar republicano, então vigente". O autor, com esta síntese definiu o sistema político do período de vigência da 1ª. República por demais conhecido e que, no contexto da obra, é subliminarmente enquadrado na sua relativa importância e circunstâncias. Uma e outras que não se justificavam valorizar
Usar a terminologia de "tremendamente parcial" para caracterizar a obra “A QUINTA LUSITANA”, incluir a absurda referência ao pretenso "esquecimento" da 1ª. República e juntar-lhe a expressão "justificação esfarrapada", releva intenção dúbia, carência de argumentos sérios, falta de objectividade e nulo cabimento.
Quanto à comparação de gastos da monarquia sueca e da presidência de Mário Soares ela aparece caída de pára-quedas, inteiramente a despropósito. Aliás, por que não meter no rol as monarquias do Reino Unido, da Holanda, da Espanha, do ex-Reino da Etiópia e outras mais? E só a presidência de Mário Soares esbanjou dinheiros públicos? Não será com recurso a este tipo de divagações que os gatos caçam os ratos… se me é permitida a observação.
Aliás, apenas por desconhecimento ou falha de memória das minhas intervenções vieram à baila estas desconcertantes chamadas de atenção do cidadão interpelador para a depressão generalizada no campo republicano… Todavia, se a actual república, de natureza maçónica, está em queda livre, esta situação não me faz suspirar pela anacrónica monarquia que Deus retenha na sua divina memória… E bem afastada lá para os confins do universo…
Volvendo ao título desta anotação quero assinalar que é a primeira vez que uma minha obra ou a pessoa do signatário, com bastantes décadas de existência, recebe o mimo-acusação de ser parcial. E logo, com o arrepiante adjectivo de "tremendamente".
Porém, as coisas são aquilo que são… E as pessoas usam e abusam daquilo que gostam…
Enfim, o Diabo tece-as… E ninguém diga que desta água não beberei… Acrescento: ossos do ofício…
Precisando melhor: Quem anda à chuva na praça pública… molha-se!
Nota informativa – Esta crónica é uma versão corrigida da anotação original escrita à pressa ontem, dia 26 de Dezembro de 2006.
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