Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, junho 05, 2006

*O PINTO DE MOTA LANÇADO EM CONTRAMÃO, NÃO CUMPRIU O CÓDIGO, QUIS CANTAR DE GALO E… ESTAMPOU-SE! UMA DESGRAÇA! UM CASO PERDIDO…

Ele, um simples pinto, membro da celebrada fauna dos políticos bem instalados na Quinta Lusitana, licenciado (doutorado) num qualquer curso universitário, importante chefe de um organismo oficial da república portuguesa, há dias, piou: “Os portugueses que vieram para o Brasil eram ignorantes”.

Face a este surpreendente pio, ainda não refeitos da surpresa, poderíamos concluir que tal facto teria sido uma desventura para o Brasil e um alívio para os portugueses que ficaram no rincão pátrio, caracterizante de seu inqualificável egoísmo. Teria acontecido aquilo que se chama limpeza étnica. Uma coisa chata que ainda hoje não se perceberia como fora possível ter sido aceite pelos brasileiros. Se calhara na rota da sorte que protege os audazes, os emigrantes lusos apodados em Lisboa de néscios, chegariam ao Brasil carimbados de sabichões e os nossos irmãos brasileiros não se teriam apercebido da marosca. Porém, releve-se a proeza subsequente. Se tal fora a verdade dos factos, estamos em crer que os portugueses deram a volta por cima e com a mudança de ares se tornaram finórios e conhecedores e lá na terra brasuca, mostraram a mais valia das suas escondidas, grandes capacidades.

Da afirmação do ilustre pequeno ser, apreciável espécie da família das aves galináceas da vastíssima capoeira governamental, pode-se inferir que a partir das selecções, entre portugueses cultivados mantidos na terra natal e portugueses ignorantes destinados à exportação para o Brasil, certamente, efectuadas por inteligentes altos funcionários dos sucessivos governos que iam orientando os fluxos emigratórios ao longo dos anos, Portugal vendo-se livre dos imprestáveis e deseducados e tendo ficado com os instruídos, fez destes um grande aproveitamento ao ponto de ser hoje uma nação bestialmente (sim, é o termo apropriado) desenvolvida.

A que se deve este fantasioso estádio de progresso? Está à vista: aos inteligentes que ficaram cá, à beira do Tejo, na capital do Império, Lisboa, em reserva como se fossem um escol de primeira...

Felizmente, que os governos brasileiros não deram pelo logro porque senão poderiam considerar que estaria em curso uma agressiva operação de sabotagem do desenvolvimento do Brasil. E assim, estupidamente, as relações dos dois países seriam gravemente afectadas e, quem sabe, descambarem numa situação de guerra entre os dois países. Safa!

Todavia, entendamo-nos. A realidade da História foi outra. Não a subentendida pela oficial criatura, pinto. Nem os portugueses imigrados no Brasil eram ou são uns ignorantes, nem os que foram ficando no continente português eram uns espertalhaços segundo a versão pintainhada. Ele, pinto, instruído pelas teorias dos manuais que lhe postaram na frente dos pequeninos olhos, evidenciou um impressionante desconhecimento da antropologia cultural.

Ora, de pronto, nos vamos entender. O pinto ao pipilar naquela desentoada sonoridade veio confirmar a inaptidão dos governantes portugueses para escolher os melhores e mais fortes pintos a instalar na capoeira do Estado. Aliás, à semelhança do que o governo procede na área dos humanos entes e muitos dos governados (melhor dizermos desgovernados) julgam ser a correspondência entre os títulos académicos, as funções e as capacidades dos indígenas escolhidos para servirem o Bem Comum. Isto é: os graus académicos conferem instrução aos indivíduos e habilitações para os desempenhos dos cargos. Não é garantido que saiam das universidades homens formados em Educação e que sejam possuidores de cultura. Ao longo da vida, fomos conhecendo pessoas que sendo iletradas, possuíam invejável cultura. E ao contrário, por acaso, ninguém encontrou um ou outro sujeito com formação universitária que era analfabeto cultural?

Daí que, estabelecida a confusão entre Instrução e Cultura, surjam os casos dos pintos que tão mal pipilam. Os portugueses do Brasil e os portugueses de Portugal deixem as pequenas aves galináceas - que nem chegaram à idade adulta de galos – pipilar; mesmo que desafinadas… gorjeios de aves, mesmo raras, não chegam aos céus…

Depois: os pintainhos pipilam e… a caravana passa!...

* Dr. João Mota Pinto, do ICEP.