FUTEBOL DE REFUGO…

Brasilino Godinho

27 de Junho de 2021

 

Contrariamente ao que é meu costume hoje dispus-me a ver o jogo de futebol disputado pelas selecções da Bélgica e de Portugal.

Como nota preliminar reafirmo que na minha adolescência gostava muito de jogar à bola, sempre com esférico de trapos. Não obstante, era fraco praticante.

Retornando à minha assistência à transmissão televisiva do jogo de Sevilha, ela manteve-se até quase ao final da primeira parte, no preciso momento em que um jogador belga enfiou um balázio na baliza portuguesa.

Então, desisti de continuar a ver o jogo. Não tanto pelo resultado negativo registado naquela altura, mas pela fraca qualidade do espectáculo futebolístico; principalmente, por parte do insuficiente desempenho da equipa nacional. Francamente, ver os jogadores portugueses a darem sucessivos, lentos, passes laterais e para a rectaguarda, no seu meio campo, como se estivessem jogando para passar tempo e não perderem o jogo, era algo enfadonho e frustrante.

Neste momento, que estou escrevendo o texto, antevejo a derrota da equipa portuguesa, e considero que não exibe qualidade para ser campeã europeia. Aliás pelo pouco que fui espreitando os jogos de futebol praticados nas várias competições, ele é demasiado defensivo, sem o fulgor das constantes jogadas de ataque e de marcação de golos.

Fico ciente que terão sido grandes fracassos as evoluções tácticas e estratégicas das modernas técnicas futebolísticas, tão apregoadas nas mesas redondas das televisões.

Se é essa a imagem de marcante caracterização do futebol moderno, bem posso anotar que verdadeiramente brilhante era a prática da modalidade com nítida execução de sentido atacante, prevalecente nos meados do século XX ; a qual, tinha palco de exibição em campos de terra batida ou era desenvolvida pela rapaziada mais ou menos imberbe, com recurso a bolas de trapos enfiados em meias bem cosidas e apertadas…

Como observação final, assinalo que, neste nosso tempo, no futebol não se disputa a bola somente; também ocorrem violentas agressões aos pés, pernas, costas, rostos e cabeças dos jogadores, no decorrer de 90 minutos de combates corporais em que passe, embora, o esférico, na certeza de que não avança o adversário.

Repudio tão violenta modalidade desportiva.