Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, junho 23, 2021

 

COMO PORTUGUÊS

AGRADEÇO

A ANGELA MERKEL

 

Brasilino Godinho

23 de Junho de 201

 

Em primeiro lugar devo informar os leitores de que não tenho parentesco, nem conheço pessoalmente ou, sequer, tive algum relacionamento com a chanceler alemã, senhora Angela Merkel.

No entanto, estou-lhe devedor e também os portugueses da mercê de, desde a Alemanha e através das agências internacionais, me ter proporcionado a confirmação da dramática situação pandémica que se vem agravando em Portugal; a qual, persistentemente, venho apontando nas minhas crónicas.

Se entre nós não vigorasse um sistema fantasiado de democrático, de censura e de abastardamento sociopolítico, até se estranharia que tivesse de vir do estrangeiro e por intervenção de importante estadista o informe elucidativo da terrível realidade que tanto nos aflige.

Mas como é efectivo o vergonhoso caso português, aqui em apreço, a informação de Angela Merkel não suscitou qualquer surpresa. Embora represente uma observação bastante crítica da actuação do governo português, com realce para a apreensão com que a governante alemã encara o perigo que, de Portugal, se projecta em expansão para toda a Europa.

Isto acontecer é factor por de mais elucidativo da extrema gravidade que está atingindo a propagação da Covid-19 em Portugal.

Angela Merkel não se alongou na declaração que fez. Todavia, em poucas palavras e em cautelosos termos diplomáticos, disse o suficiente para evidenciar a negligência do governo português. Precisamente em temporada de presidência portuguesa da União Europeia.

Então, que disse ela? Simplesmente isto: “Temos agora uma situação em Portugal que talvez pudesse ter sido evitada e é por isso que agora temos de trabalhar ainda mais nisto.”

E não será por ter utilizado o advérbio “talvez” que a afirmação perde o alcance de gravidade que lhe está inerente.

Afinal, está configurado um negro quadro que vínhamos referindo e do qual o governo se mostrava alheado; ainda-por-cima procedendo em desconformidade com as medidas de contenção da pandemia vigentes em vários países europeus.  

Mais lamentável que altas figuras emblemáticas do Poder, ainda na semana transacta, multiplicassem declarações anunciando que os índices de propagação dos vírus em Portugal se situavam entre os menores verificados na Comunidade Europeia.

Em pretensa sintonia com tal fictício cenário, mas na evidente contraposição aos procedimentos correntes nos países europeus, o governo aligeirava ou suprimia as elementares regras e normas de combate à pandemia e ia proclamando que estava regredindo o ciclo de progressão da Covid-19 – quando, na verdade, a situação estava longe dessa ligeira e limitada perspectiva.

Volto a dizer que não tem havido momento em que se conjugassem os dados dos boletins oficiais com os números de contagiados e de mortos que ocorrem diariamente.

Por alguma razão o Ministério da Saúde reservou a atribuição desses dados exclusivamente para si.

Os portugueses que dispõem da capacidade de raciocínio dêem-se ao trabalho de analisar com abrangência e rigor a situação e exercitem a capacidade de ler nas entrelinhas as intervenções orais e escritas dos arautos das supostas evoluções redentoras da Covid-19.

Aliás, os atentos cidadãos não precisam de ser especialistas em virologia para aperceberem a gravidade da situação pandémica em Portugal. Números de vítimas, infectados e óbitos, são dados muito demonstrativos da tragédia que persiste na nação portuguesa.  

Resta-me lamentar que venha tendo razão ao escrever nas minhas crónicas sobre uma portuguesa situação pandémica caracterizada por muitas falhas operacionais da Ministra da Saúde e da Directora Geral de Saúde e pela, deveras dramática, conjuntura de inúmeros contágios e óbitos de pessoas vítimas dos coronavírus.

Também afirmar quão grande é o drama de Portugal não estar possuído de um escol de governantes que bem administrassem o País e melhor zelassem pela boa vivência de milhões de portugueses.