Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, maio 14, 2021

 

BONITO DE ACONTECER

E DE MELHOR SE SABER

PARA BEM ORA CUIDAR

 

UMA CITAÇÃO INSERTA NA OBRA

A QUINTA LUSITANA editada a 2004


 “Eis, ali, em S. Bento, à vista de todos, espelhada a grande contradição: numa casa em que a maioria dos ocupantes não preza a ética, como será possível constituir uma comissão ética?

Para além do conhecido historial dos atentados à ética perpetrados no Palácio de S. Bento, ainda agora o caso de Maria Elisa, conhecida jornalista da RTP, que meteu baixa para tratamento médico, é exemplar do à-vontade com que se mandam às ortigas os preceitos éticos e confirma as solidariedades corporativas que se permutam entre as rapaziadas dos vários partidos, unidas no objectivo comum de repartirem entre si os aproveitamentos possíveis e se desculparem uns aos outros das prevaricações que todos cometem, na cautelosa perspectiva da troca de favores: pataca a ti, pataca a mim; hoje vos desculpamos, amanhã sereis vós a desculparem-nos. Fica tudo em família…

A história conta-se em breves palavras: a jornalista Maria Elisa, do PSD, quando assentou na Assembleia da República pretendia acumular a função parlamentar e a actividade na RTP. Não conseguiu. Recentemente, meteu baixa no Parlamento para tratamento médico e, segundo o que foi noticiado e não desmentido, no mesmo dia em que formulou o pedido apresentou-se ao serviço da RTP.

Levantaram-se vozes de censura. De imediato, veio à estacada o chefe de um grupo parlamentar. Quem? O responsável do Partido Social Democrata? Não! Quem, célere, se apresentou a assumir as dores da deputada em causa foi… António Costa, chefe do grupo parlamentar do Partido Socialista. Caso para comentar: cada um sabe onde elas (as cólicas) lhe mordem…

Moral do historiado: D. Maria Elisa não tinha condições para fazer os tratamentos enquanto deputada; passava a tê-las quando em serviço da televisão estatal.

Bonito de se ver! Acontecimento indicador de agilidade no pensamento, de eficácia na acção, de acerto no tratamento e… de excelente pontaria ao alvo de “repouso” e convalescença…”

Assim se especula com a ciência dos costumes nos Passos Perdidos, da Assembleia da República. Neles, a ética dos deputados corre fugidia, esconde-se envergonhada e, amiúde, é escarnecida.

(…) se alguém pensar na limpeza ética da Assembleia da República tome especiais prevenções… e provisões! Não vá o Diabo meter-se de permeio…”

(In A QUINTA LUSITANA, Brasilino Godinho, pp. 270-271, Novembro de 2004)