COMO SE POR ACASO CERTAS COISAS
ACONTECESSEM POR MERO ACASO…
Brasilino Godinho
15/Maio/2021
Em Portugal, as consolidadas, fecundas e obscenas artes da prestidigitação política, da promoção social dos artistas do circo político e da exaltação dos “veneráveis homens bons”; estes, supostamente ungidos soberbamente, com extremada doçura, pelo Grande Arquitecto do Universo e que, habitualmente, se consideram sob o efeito de halo, dão-se ao desplante de confraternizarem ritualmente nas escusas, sombrias, lojas, cuidadosamente paramentados com vistosos aventais; todas elas (pretensiosas artes) atingiram elevado patamar de eficiência técnico/artística e de influência junto dos inúmeros rostos pálidos que tendem a seguir as práticas das “marias que vão com as outras” participar nas paradas das paródias em que é fértil este país que, afinal, ainda há nome e débil condição existencial de PORTUGAL.
De tal esplendor houve esta semana clara demonstração. Vale a pena trazê-la à colação, como expressiva evidência de:
COMO SE POR ACASO, CERTAS COISAS ACONTECESSEM POR MERO ACASO…
No princípio desta semana o irrequieto político Pedro Santana Lopes, conhecido advogado citadino na abrangente e grande região saloia de Lisboa, transmitiu aos jornalistas a informação de que se candidataria, como independente, à presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz, nas eleições autárquicas do próximo mês de Outubro. Estamos a cinco meses dos acontecimentos eleitorais concernentes às autarquias.
O candidato não perdeu tempo...
E não é que, na mesma semana, escassos dias depois do anúncio do propósito que Santana Lopes assumiu publicamente, vem hoje, sábado, publicada no semanário Nascer do SOL uma entrevista com ele; a qual, ali deve ter caído, por acaso, de pára-quedas, com tão espantoso fragor, que até mereceu o brilharete de ter sido acolhida com surpreendente, colorido e grande formato de chamada de primeira página.
Enfim, um elucidativo expediente de manobrismo político, pelo visto contando com a benevolência do acolhimento acrítico do referido semanário.
A que acresce o abuso do expediente eleitoralista, conectado com a lamentável predisposição de muitos portugueses se deixarem facilmente embalar pelos cânticos de sereia, indevidamente entoados por alguns machos latinos…
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