A TECLA AINDA NÃO BATIDA

PELO BRASILINO GODINHO…

 

Brasilino Godinho

01/Maio/2921

 

Há instantes enquanto fazia uma das habituais caminhadas no interior da minha residência (a Pandemia Covid-19 a isto obriga) dei-me conta de que, desde criança e agora quase atingindo noventa anos de idade, nunca hei batido uma tecla de notória significação na brasiliana vida diária e que nunca a mencionei nas minhas crónicas e informações de índole pessoal que, em regular continuidade, tenho vindo a transmitir a amigos, leitores e ao público em geral.

Mas agora, após ter assumido há tempos o encargo/responsabilidade cívica de o meu caso/exemplo per se constituir um Património Imaterial da Nação Portuguesa que, de todos os modos e amplitude, transcende a pessoa Brasilino Godinho, visto que atingindo um grau de relevância que lhe é marginal; entendo chegado o momento de dar conhecimento da natureza da coisa adstrita ao bater da tecla referenciada no precedente parágrafo.

A tecla nunca batida e evidenciada nas minhas crónicas, apontamentos divulgados, escritos de diversificados teores, cinge-se aos termos da Epistolografia – Fórmulas de Tratamento tidas em diálogos ou utilizadas em missivas transmitidas via postal ou por correio electrónico.

Numa reacção imediata o leitor admitirá que isso, das fórmulas de tratamento é coisa de somenos importância na quotidiana vivência em sociedade. Infelizmente, assim considerado por bastante gente. Facilitado está tão primário raciocínio, dada a predominância em Portugal da deseducação, do cinismo, da hipocrisia e a generalizada  rejeição das normas elementares do convívio social.

Todavia, quem habitualmente lê as brasilianas peças escritas já se terá apercebido que Brasilino Godinho é coerente nas atitudes, nas falas e nos escritos. Mais: cultiva com ardor e persistência os valores da correcção, da verdade, da ética e quantos mais normativos que regulam a harmonização da sociedade.

Abreviando considerações, informo que - no relacionamento com interlocutores e na correspondência - as formas de tratamento de caro, prezada, estimada e caríssima, que utilizo são única e exclusivamente atribuídas a pessoas por quem tenho respeito, consideração e (ou) amizade. Elas correspondem, efectivamente, a sentimentos cultivados em alto grau de apreço no meu imo.

As demais pessoas são tratados em termos usuais de cortesia e respeito, com natural exclusão dos que significam afectividade que, obviamente, é inexistente.

Tudo isto, minha prática corrente, com activo repúdio de hipocrisia e de fingimentos, por de mais repulsivos.

E por a sociedade necessitar de sã, honesta, verdadeira e credível relação fraterna entre os cidadãos que prezam a dignidade e o respeito que mutuamente se devem uns aos outros.

Para que conste entre meus amigos e leitores! E, também chegue ao conhecimento a muitas mais criaturas que se estão nas tintas para cumprirem elementares regras de vida comunitária e que habitam este jardim continental que tão mal cuidado vai sendo no dia-a-dia.

 Fim