REFLEXÕES BRASILIANAS
Parte IV
“DE PEQUENINO É QUE SE TORCE O PEPINO”…
Brasilino Godinho
28 de Abril de 2021
Desde há décadas, no decurso da vigente Terceira República, na qual está enquistada a malfadada Partidocracia, que se vem processando uma deprimente e mui perniciosa descaracterização da Educação e do Ensino em Portugal.
Trata-se de uma anormal situação dramática; pela suprema razão de que tudo o que determina a harmoniosa regulação da sociedade e o desenvolvimento da Nação assenta em dois pilares fundamentais: EDUCAÇÃO e ENSINO!
Tal desconformidade cívica, educacional e nacional, tem início no seio da família; outrora entidade civilizacional que operava a racional, utilitária e benéfica formação educacional da criança, do adolescente, do jovem – o que agora não se verifica, com evidentes e muito gravosas consequências na quotidiana vivência da nossa sociedade.
Neste tempo de Partidocracia, logo, nos primeiros anos de vida, a criança é criada de forma displicente, sem lhe serem ensinadas regras básicas de convívio social e, sobretudo, não lhe ser incutida a habituação de tratamento respeitoso para com os progenitores. Acontece o trato de tu cá, tu lá e até, por vezes, acaloradas discussões entre filho e pais. É uma péssima contemporização com a falta de respeitosa deferência e, outrossim, trato de renúncia de reforçado vínculo afectivo para com os pais. Não há respeito mútuo. Nem prevalência da hierarquia paternal. Chega-se ao ponto extremo, absurdo e aberrante de se considerar que desse modo, na família, se exerce um familiar viver democrático. O que é uma deturpação do conceito Democracia e releva de um extensivo e inadequado raciocínio primário denunciador de confrangedora debilidade intelectual e de notória falha de conhecimento da vera essência semântica e natureza funcional da DEMOCRACIA.
São assim impreparados para a vida colectiva e para os desempenhos escolares, profissionais e de cidadania, milhares de indivíduos; afinal, herdeiros de uma recente tradição de deformação educacional tida pelos próprios pais (também pelos governantes desta Terceira República) e que se vai continuando na sucessão dos tempos e das gerações. Caso para dizer: “quem sai aos seus não degenera”. Só que desejável seria que os indivíduos de menor idade, tempestivamente, degenerassem no bom sentido – qual milagre da Natureza…
Daí que a Nação está refém de quantos mal preparados, negligentes, deseducados e sem apego aos valores da cidadania e aos normativos que regulam o funcionamento básico da sociedade, se comportam sem decência, sem respeito por eles próprios e pelos semelhantes, sem ideais de valorização pessoal ou de bem servirem a comunidade. Ou seja: constituem-se fautores da hipocrisia reinante, da insegurança social, do irregular funcionamento das instituições, da desgraça colectiva. Digo: elementos transviados causadores da ruína de Portugal.
Ruína de Portugal que se antevê ao ponderar-se o que sucede nas escolas dos Ensinos Básico e Secundário e a subjacente precedência da generalizada prática de demissão dos progenitores em bem educarem os seus descendentes.
Assim considerando; pois é na Família que primeiro radica a incipiente formação educativa da criança; depois naturalmente prosseguida ou coadjuvada pelos professores, cuja tarefa principal é ministrar o conhecimento das matérias escolares; embora sem abstrair o exercício da disciplina e o zelo pelo bom comportamento e correcção dos alunos – o que deve estar sempre latente num clima de mútua compreensão e de normal funcionamento das aulas e serviços dos estabelecimentos escolares.
É inadmissível e há que erradicar de imediato a ocorrência de actos de indisciplina, de faltas de respeito pelos professores e as agressões - de que estes são vítimas - praticadas por adolescentes de má formação moral.
Também urge eliminar a ignominiosa legislação que desprotege os professores e os sujeitam a serem agredidos por adolescentes rebeldes e, às vezes, pelos familiares dos mesmos.
A profissão de professor é a mais nobre das profissões e, forçosamente, tem de ser valorizada, dignificada, prestigiada, acarinhada e protegida pela sociedade, pela legislação e pelo governo.
Haja consciência da seguinte tércia premissa:
- todos os males de que enferma a Nação têm uma raiz/motivação comum: o colapso que se vem processando no seio da família com a sistemática inibição da função educativa e a desvalorização, desprezo e afronta que, a nível da governação central, se vem irresponsavelmente processando relativamente aos professores;
- urge erradicar a execrável legislação que tão injusta, maléfica e agressiva, para os professores, se vem aplicando em detrimento da boa funcionalidade do Ensino. De imediato, há que providenciar no sentido de assegurar em segurança e com dignidade a nobre função professoral.
- a manter-se a incrível situação de lesa-ensino que é, igualmente, de lesa-Pátria, Portugal
não tomará rumo de reabilitação, de engrandecimento e de bem-estar da grei. E assim com a Nação condicionada, se pode antever um futuro muito negro; até porque ele já desponta no cercano horizonte do espaço nacional.
Proclamo:
HONRA E GLÓRIA AOS PROFESSORES DOS ENSINOS:
BÁSICO, SECUNDÁRIO E UNIVERSITÁRIO, DE PORTUGAL!
EM VÓS A PÁTRIA SE CONTEMPLA!
(Fim da IV Parte e da Série Reflexões Brasilianas)
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal