NESTE DIA
há 3 anos
INCRÍVEL TRINDADE PORTUGUESA
FUTEBOL, POLÍTICA E “INDUCAÇÃO”
Brasilino Godinho
27 de Março de 2018
01. Hoje, na lusa terra, a atmosfera tem estado pesada. É como se a nação estivesse de luto. Por causa da desgraceira que ontem aconteceu em Genebra, na Suíça. A selecção nacional de futebol sofreu uma inesperada e estrondosa derrota no confronto com a equipa da Holanda.
Tão infausto acontecimento convoca-nos, com inusitada urgência, para uma reflexão.
02. Existe neste país gente iluminada com a luz das trevas que há décadas vem promovendo o futebol como factor de “inducação”. Esta, admitida a modos de sucedânea da Educação; agora tida pelas cabeças pensantes, adornadas de licenciaturas arrelvadas, socráticas e felicianas, como processo antiquado e, portanto, ultrapassado que não faculta o desenvolvimento libérrimo do ser humano e a plena integração deste numa sociedade que se quer a funcionar sem os entorpecentes bloqueios da seriedade, da ética e da moral, institucionalizadas.
03. Uma vez que o futebol e a baixa política estão profundamente entrosados e que por igual facilitam aos seus agentes actuações desastrosas e obscenas, a “inducação” é um processo de deseducação que se enquadra nos programas dos sucessivos governos e que, como não poderia deixar de ser, é aplaudida e consagrada pelos altos órgãos de soberania.
04. Intui-se que pela importância da “inducação” na sociedade portuguesa a desgraceira futebolística de ontem traga momentâneo embaraço e breve transtorno à política que se empenha em desacreditar a POLÍTICA.
05. Aliás, e para além da existente ligação funcional entre política, futebol e “inducação”, esta trindade apoia-se muito em alguns conhecidos “inducadores”; no número dos quais sobressai a figura emblemática do grande “inducador” que é Ronaldo 7.
06. Ronaldo 7 que, entre outras prerrogativas, tem museu, estátua e nome de aeroporto no Funchal e ostenta alta condecoração nacional outorgada pelo Presidente da República, por relevantes serviços prestados à sociedade, através de excitantes pontapés e cabeçadas nas bolas usadas nos futebóis em que participou com teimosa assiduidade e denodada persistência. (Relativamente a este condecorado foram muitos e variados os lances facultados ao público; mas no que reporta aqueloutro altamente condecorado, costureiro das fatiotas da primeira-dama cavacal, jamais se viram os sublimes exercícios da tesoura e das agulhas, decerto, sabiamente usadas na confecções dos trajes da famosa senhora).
07. Já que referimos as atenções dispensadas a Ronaldo 7 estranha-se a circunstância (algo insólita e injusta) de ainda não ter sido contemplado com o grau de Doutoramento Honoris-Causa… É o que lhe falta. Vai sendo tempo de preencher este vazio no seu palmarés. Mais de observar: não venham dizer que agora não é a altura apropriada, logo após o desaire de Genebra.
08. Aliás, a partir de anteontem há o registo do treinador José Mourinho ter recebido em Lisboa o grau de Doutor Honoris-Causa, não obstante estar fazendo uma época de sucessivos desaires no campeonato inglês. É um precedente que se augura ser auspicioso para Ronaldo 7.
Com a vantagem de evidenciar as excelentes ligações entre futebol, política e “inducação”…
A reflexão já vai longa.
Ficamos por aqui!
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal