NESTE DIA
há 4 anos
Brasilino Godinho
25/Fevereiro/2017
SÓ PODE SER…
BRUXA MÁ
Desde os tempos da outra senhora, de colorido cavaquista, que anda lá pelas bandas de Lisboa e por aí dispersa, furtiva, empenhada, uma figura estranha, sinistra, que tudo leva a crer que seja uma bruxa má. A endiabrada criatura mostra não ir muito à bola com os membros aparentados com a família do esforçado patriarca familiar, de algarvia descendência e com algumas outras pessoas de não menos ilustres famílias político-sociais.
A feiticeira parece entreter-se muito com as andanças e os passos trocados nos domínios de tão conceituados clãs. Está sempre, ao compasso do tempo, a pregar partidas e a passar desavergonhadas rasteiras aos credenciados membros dos famigerados grupos a que alguma gente chama de trupes familiares do nosso senhorial património político.
São em número apreciável as tropelias que indivíduos possuídos de boa vontade apontam como sendo extremamente pecaminosas e que, poderão, eventualmente, ser invulgares manobras de prestidigitação da maldosa criatura.
A crer nas aparências e suposições ela, bruxa feia, velhaca e mal-intencionada, é a autora dos desaparecimentos:
- nos tribunais dos documentos e fotografias de complicados processos, como o dos casos de pedofilia na Casa Pia;
- no Ministério da Defesa (dos tempos do atraente e habilidoso Paulo Portas), de documentos sobre o caso dos 2 submarinos de fabrico alemão;
- dos documentos sobre os rendimentos de Passos Coelho a conectar com as exigências do Fisco;
- dos milhões de euros que se evaporaram do banco BPN;
- dos créditos tão mal parados – que se lhes perdeu o rasto – da Caixa Geral de Depósitos, do BCP e do Banif;
- das avantajadas maquias de euros que, por artes mágicas e a partir do banco BCP, em que eram gerentes, foram cair nas algibeiras de Jardim Gonçalves e de Paulo Teixeira Pinto;
- dos milhões de euros que, à semelhança dos emigrantes dos anos sessenta, foram a salto do Banco Espírito Santo para o estrangeiro e deixaram os depositantes a ver navios (talvez os submarinos da especial inclinação do já citado Paulo Portas);
- dos milhões de milhões de euros que, a partir de certos bancos, se transviaram e foram cair de paraquedas em determinados paraísos fiscais, sem a Autoridade Tributária, por ocasional distracção, ter procedido em termos de cumprimento da sua função;
- dos documentos relacionados com o caso do bebé morto no ventre da mãe, ocorrido no hospital da Guarda.
As entidades que zelam pela sociedade portuguesa não afectada pelo clima da austeridade, face a tão graves maldades, provavelmente, vão atribuí-las à bruxa má. O que tem alguma lógica. Afinal, só ela com os seus poderes de improvisação, de sedução e de prestidigitação, poderá conceber as falcatruas, inventar os expedientes e manobrar os instrumentos que lhe evitem os dissabores de ir passar (como aconteceu ao Isaltino Morais e ao José Sócrates) desagradáveis momentos nas confortáveis prisões de Lisboa e arredores, em facilitada expiação dos seus terríveis comportamentos…
Conclusão: Que a Guarda Nacional Republicana, tendo prática de caça à multa e largo capital de experiência no combate aos caçadores furtivas e aos destrambelhados condutores que circulam nas auto-estradas, consiga a proeza de capturar a endiabrada criatura e lhe aplicar os correctivos da ordenança…
A Bem da Nação!
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