UM TEXTO SEM TABUS…
Brasilino Godinho
20/Fevereiro/2021
MAIS QUE SUSCITAR TRISTEZA
REFLECTE DESGRAÇA DO PAÍS
01. Consoante a sensibilidade, o grau de cultura, a consciência de sentir e a capacidade crítica de cada um, cidadão do país, que há nome de Portugal, há cabimento e dever cívico de assinalar que neste rincão ocidental da Europa persistem e têm acrescido, sobretudo desde o século XIX, um somatório de crises, porventura sem paralelo na Comunidade Europeia.
Aliás uma anomalia extremamente nefasta justamente denunciada por Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antero de Quental, Andrade Corvo e pelo grupo dos Vencidos da Vida, que, nesse século XIX, muito se esforçaram por influenciar os portugueses no sentido de que urgia conduzir a nação por uma via de redenção que, sobremaneira, dignificasse Portugal e lhe assegurasse desenvolvimento e as melhores condições de vida das suas gentes.
Infelizmente, trabalhos, canseiras e desígnios de patriotas, inteiramente frustrados.
Dois séculos passados, neste nosso tempo, os portugueses dotados de mente sã, dão-se conta de que Portugal prossegue um caminho de autodestruição. Acumula inúmeras crises de diversas naturezas e de amplas dimensões.
02. Não discrimino-as. Visto que muitíssimo afloradas nas minhas crónicas. Também, por que escusado, face à dureza e abrangência da situação, que afecta multidões de indígenas e agora agravada pelos efeitos decorrentes da pandemia Covid-19, tão deficientemente combatida pelo Regimento de Infantaria Governamental e de cuja enorme gravidade parte da população está ciente e muito sofredora.
03. A simples título de referência e breve retratação da desgraça nacional que tem foco na iliteracia, deficiências do ensino e na deseducação das massas populares, atenho-me ao que de gravoso se verifica na imprensa e que a reflecte explicitamente: a causa e a sua persistência.
04. A maioria da população (jovens e adultos) não praticam a leitura de jornais e de livros de autores de obras credenciadas de serem boa literatura. Geralmente, alguns portugueses que vão fazendo leituras escolhem literatura de cordel e as revistas de mexericada, bisbilhotices e de frivolidades, ditas de cor rosa, que existem em elevado número e que não enfrentam crise existencial. Ao contrário do que acontece com jornais e revistas de qualidade, que vão sucumbindo por decréscimo de vendas e de anunciantes. Neste caso, também por efeito da falta de poder de compra de tantos cidadãos que eram compradores habituais.
05. Afinal, também uma situação que reflecte a circunstância de estar instalada uma política de manutenção do analfabetismo nas três componentes: primária, funcional e cultural. Estado de coisas de manifesto interesse dos mentores da Partidocracia; aos quais, importa consolidar meios e formas que facilitem o engano e a manipulação do maior número de portugueses ignorantes ou suficientemente idiotas.
06. Destaco que analfabetismo conectivo com a indecente e escandalosa política de desprezo, abandono e enxovalho da Língua Portuguesa, prosseguida com criminoso afinco pelos colégios governamentais que se vêm sucedendo nas últimas décadas de predomínio dos senhores, travestidos de democratas, integrantes do Cavaquistão e dos que, arrogantemente, rosados levantam o braço e mostram o punho, em jeito da ameaça do conhecido político Jorge Coelho: “Quem se meter com o PS, leva!”
Reparo: não houve esclarecimento se punhada, se utilização de bujarda ou arremesso de farpas envenenadas…
Intrigante e ameaçador... Talvez de maquiavélico propósito: apanhar o indígena desprevenido, sem sequer ter posto as barbas de molho…
Legenda: foto da revista COFRE.
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