UM TEXTO SEM TABUS…
Brasilino Godinho
14/Fevereiro/2021
PARTIDOCRACIA PORTUGUESA
DITADURA EM PROGRESSÃO E
“DEMOCRACIA” INORGÂNICA
SUCESSORA DA “DEMOCRACIA
ORGÂNICA” DO ESTADO NOVO
Parte II. A ACTUAL “DEMOCRACIA” INORGÂNICA
QUAL DEGENERAÇÃO DO ESTADO DE DIREITO
A PARTIDOCRACIA vigente em Portugal é a modalidade de formatação política do Estado português concebida e instrumentalizada para, à face dos portugueses e do mundo, aparentar ser uma Democracia e um Estado de Direito. Mas não sendo uma coisa e outra, mantém-se com o recurso a todos os expedientes (incluindo legislação avulsa) que mais acentuam o seu carácter de perversidade, exploração e de domínio exercido sem pudor por parte de uma classe política impreparada, incompetente, autoritária, corrupta e, sobretudo, hipócrita; a qual, tende para o disfarce da sua específica natureza de debilidade funcional e para o desrespeito dos valores/pilares intrínsecos da Democracia: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
Reporto-me aos itens constantes da Parte I, da crónica, em apreço, para contextualizar as considerações que passo a expor.
01.A designação de “Democracia Orgânica” atribuída por Salazar ao seu regime ditatorial era uma aberração linguística e uma indecente deturpação política, liminarmente rejeitada no consenso universal.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 e a aprovação da Constituição da República Portuguesa, a 2 de Abril de 1976, o País ficou submetido à ditadura da Partidocracia que posso classificar como uma invulgar Democracia Inorgânica; visto que ela se caracteriza por uma política desordenada, inconsistente, insensata, de degradação nacional e de geral permissividade de abusos, ilegalidades, crimes de colarinho branco, explorações e incumprimentos dos mais elementares preceitos democráticos e normas de regularização e harmonização social; incluindo alguns deles consignados na própria Constituição.
Quer isto dizer que a uma ditadura de partido único, de tipo fascista, sucedeu a actual ditadura de partidos que tenham maioria parlamentar, cada um deles pugnando para serem possuídos de maioria absoluta – ou seja: a ditadura expressa na orientação e prática do conceito de Salazar: QUERO! POSSO! MANDO! A que associam processos e expedientes idênticos aos praticados pela ditadura do Estado Novo. Ainda recentemente, foi concebida uma lei que reserva para os partidos as candidaturas submetidas a eleições autárquicas.
O resultado deste quadro da Terceira Repúblico é explícito: Em Portugal deu-se a mutação indesejável e altamente perniciosa, dramática e de todo inaceitável – à ditadura fascista, sucedeu a ditadura da Partidocracia, que até recorre a instrumentos repressivos de matriz fascista.
02.Actualmente, o Poder, no âmbito executivo, concentra-se sobremaneira na pessoa do Primeiro-Ministro e no Governo; o poder legislativo na Assembleia da República e o judicial nos tribunais.
03. Se na Segunda República tudo girava na órbita de Salazar e havia submissão geral à sua orientação; agora, persistem as determinações da corrente partidária detentora de poder discricionário, sob tutela das irmandades fraternas que veneram o Grande Arquitecto do Universo e as persistentes vigilâncias maçónicas. E os resultados estão à vista: os serviços públicos permanecem degradados e sujeitos a tráficos de influências partidárias – as maiores falcatruas, ilícitos criminais são cometidos com total impunidade, desde que sejam da autoria daqueles que são desavergonhadamente evocados como: “os nossos” amigos, companheiros e compinchas; logo: intocáveis! Ou não fossem eles “bons irmãos” e os interesseiramente convencionados “melhores cidadãos”…
Há muito tempo que se concluiu que a Justiça portuguesa está totalmente desacreditada. O mesmo sucede com a política rasteira que tem centro e quotidiana prática no Terreiro do Paço, no desconsiderado sinédrio de S. Bento, e noutros locais dispersos pelo reino da bicharada em que tem sido transformado Portugal.
04. Quanto a instrumentos executivos a ditadura da Partidocracia, à semelhança da ditadura fascista de Salazar, também os tem muito operantes. São activos nos sectores de propaganda partidária, com focos na imprensa, nas rádios e nas televisões, onde repartem esforços publicitários, promoções mútuas, influências abusivas e mesmo controle por vezes intenso e sistemático.
Na Partidocracia não existe um corpo policial idêntico à PIDE e campos de concentração, tipo Tarrafal. Nem Comissão de Censura.
Mas como alternativas - elas camufladas – há vários polícias que vigiam, escutam, gravam e perseguem; por vezes, torturam e matam como há pouco tempo aconteceu com o cidadão ucraniano, no Aeroporto de Lisboa.
Igualmente, por aí, a esmo, proliferam formas de censura encoberta que o público ignora, mas que é mais perversa do que aquela praticada durante os tempos de Salazar. Então, sabia-se que havia censura; toda a gente, podia ler, nos jornais a nota: “Este número foi visado pela Comissão de Censura”.
Neste nosso tempo, tais agressivas actividades, ofensivas dos cidadãos, são efectuadas secretamente, às escondidas. Neste segmento funcional da sociedade sobressaem certas pessoas frequentadoras de lojas maçónicas. Inclusive: o Grande Oriente Lusitano, além de Tribunal próprio, também há criado um privativo corpo policial.
Sem margens para dúvidas: práticas e expedientes de natureza fascista.
Aliás, saiba-se que se o Estado Novo foi, na altura, o apogeu do Estado Maçónico, a Partidocracia corresponde a um muito avançado e consolidado Estado Maçónico. O que demonstra a facilidade e operosidade da Maçonaria em conviver fraternalmente e obtendo singulares proveitos, com todas as correntes partidárias e religiosas.
Aliás, acrescento um reparo: No livro A QUINTA LUSITANA, editado em Novembro de 2004, anoto que foi a obra mais censurada em Portugal, na vigência da Partidocracia, escrevi: “A Maçonaria é um Estado dentro do Estado português”. Agora não mantenho a afirmação. Não faz sentido de objectividade. Perguntará o leitor: Porquê? Respondo: Por que o Estado de Portugal é ele, per se, Estado Maçónico.
05. Mais de mencionar que tal como no regime do Estado Novo também no tempo actual muitos cidadãos vivem num clima de suspeição, de repressão e de terror, face às ameaças mais ou menos explícitas que lhes são dirigidas.
Para mais lhes agravar a existência no dia-a-dia, inúmeros portugueses vegetam e sofrem amargamente num estádio de pobreza, associada à contingência de serem infectados pelos coronavírus e contemplados nos hospitais com a dádiva mortal da famigerada eutanásia.
06. No tocante a corrupção, tráfico de influências e recrutamento de servidores do Estado o que de más práticas se notavam na ditadura de Salazar, tem sido largamente ultrapassado nestes tempos de ditadura da Partidocracia. Entre as duas anomalias sociopolíticas venha o Diabo fazer a escolha.
07. Agora situação e reviralho confundem-se, alternam-se e interagem conforme as conveniências das duas partes.
08. A trilogia: nobreza, clero e povo, mantém-se. A falsa nobreza representada pelos dirigentes máximos dos partidos, pelo Duarte Pio, seus familiares, amigos, clã monárquico, pelos poderosos e Donos Disto Tudo; o clero confinado nas suas capelas e igrejas; e o povo, por sinal, mergulhado na pobreza e muito sofrido, como acontecia na Segunda República.
09. Na vigência da Partidocracia, cada partido ambiciona o Poder, sob condição de maioria absoluta para o exercer sob o signo ditatorial de: QUERO! POSSO! MANDO1
Imitando o ditador Oliveira Salazar. Sem resquícios de vergonha ou remorso, desprezando e não cumprindo os princípios democráticos.
10. 11. 12. Actualmente, os gritos de guerra salazaristas não se ouvem. Porém, deparam-se com frequência os gritos de aplauso aos chefes dos partidos, nos comícios, almoçaradas e jantaradas.
Por enquanto, não se notam fardas nas concentrações dos partidos. Mas assiste-se a frenéticas agitações de bandeiras e de tarjas publicitárias e a braços ao alto de punho erguido. Começam a surgir aqui e além saudações fascistas.
13. Quanto a denúncias de comunistas e de fascistas nesta altura de ostentação do predomínio da Partidocracia, elas não ocorrem com grande insistência. Foram substituídas pela temível observação proferida pelos políticos de aviários partidários, irmãos das fraternidades maçónicas e fiéis ajoelhados nas capelinhas da maçonaria branca (Opus Dei): “ele não é dos nossos”. E não o sendo… fica “entregue” à abjecta bicharada que prolifera no reino da dita, localizado na “QUINTA LUSITANA”.
Nota final
Precede, inserida nesta peça, a descrição do negro quadro em que se insere a ditadura da Partidocracia; a qual, tem seguido um rumo de degradação do tecido social, de desgraça da Nação, de destruição do património industrial, de desprezo pela língua pátria, de abjuração da História de Portugal, de desvirtuação do Ensino, de deseducação dos jovens, de morticínio dos idosos, de agravamento da dívida pública e de desprestigio e desonra de Portugal.
Deveras intolerável que à Ditadura da Partidocracia se continue a chamar Democracia.
Democracia Portuguesa, Estado de Direito: UMA OVA!
Fim
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal