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SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, janeiro 06, 2021

 

NESTE DIA

há 4 anos

Brasilino Godinho

6 de Janeiro de 2017 

 

PELA DESCUIDADA BOCA MORRE O PEIXE…

TAMBÉM A GRANDE ILUSÃO MONÁRQUICA.

 

Duarte Pio de Bragança tem um enorme fascínio por si próprio. Gosta sobremaneira de aparecer em público. E emitir opiniões sobre os mais variados assuntos da sua vida pessoal, da sociedade e do país. O que faz geralmente, nas televisões, nas rádios e para os jornalistas recebidos nos seus ducais aposentos.

Entre os seus admiradores ou seguidores conta-se um grupo de jornalistas que, por devoção ou por gáudio, apreciam ouvi-lo e vê-lo radioso nas suas perorações. Por vezes, alguns elementos da imprensa dão ideia de abusar da proverbial disposição do pretendente ao trono de Portugal. Parece terem prazer, algo obsceno, em participar nessas jubilosas manifestações do ego da criatura monárquica.

Hoje, houve sensacional novidade. Duarte Pio falou aos microfones da Rádio Renascença. E das afirmações, recolhidas pela Renascença, sobressaiu a notícia dada em primeira mão (Direita? Esquerda?) de Duarte Pio: “o povo aprecia o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pois este comporta-se como um rei.”

Esta fala engloba duas componentes: a primeira, de apreciação repentista induzida pelo folclórico espectáculo das aparições do Presidente da República – o que denota da parte de Duarte Pio de Bragança a propensão para as conclusões apressadas; a segunda, de desastrada conclusão sobre o comportamento de um rei e da facilidade com que, afinal, qualquer cidadão o pode substituir nas reais funções, sem exibir o estatuto de índole monárquico.

Além de que, segundo Duarte Pio, Marcelo Rebelo de Sousa, deve sentir-se muito feliz por ser apreciado pelo povo; e logo pelo excelente motivo: comportar-se como um rei. Interrogamo-nos: O que seria Marcelo ou como ele seria considerado se não se comportasse como um rei? Sorte dele? Especial habilidade? Ou disparatada apreciação da pia criatura?

Impõe-se uma nossa observação: Quem diria que o povo ainda se dava a estas comparações ou iria na conversa da treta monárquica? Um incrível mistério pretensamente desvendado por Duarte Pio de Bragança, que até é parte interessada no devaneio monárquico sobre Marcelo.

E realçando este aspecto da facilidade e brilho com que um rei pode ser dispensado e substituído por um qualquer Marcelo ou Marmelo que se limite a vir à praça pública desempenhar os diversos papéis de pantomina que lhe estejam na real gana, Duarte Pio de Bragança meteu o seu delicado pé na poça… do descrédito da suposta superioridade da realeza na condução da representatividade da Nação.

É que Duarte Pio e seus correligionários sempre apregoaram - e apregoam – que só o rei está à altura da mais alta dignidade do Estado por que terá recebido instrução e preparação educacional para o respectivo exercício.

Claro que Duarte Pio perante os microfones da Renascença negou-se a si próprio ao admitir que temos em Marcelo Rebelo de Sousa um figurado rei que ainda-por-cima é apreciado pelo povo – o que nem sempre aconteceu com os reis de Portugal.

É uma pena que o ilustre pretendente ao trono não se aperceba destes deslizes de linguagem e de como pela boca também morrem as grandes e patéticas ilusões de monárquica natureza…

Não seria melhor que, no seu magnífico estilo, Duarte Pio se mantivesse calado no seu palacete? Onde previsivelmente não entram atrevidas moscas...

Concluindo:

E pela boca saiu A INSANÁVEL CONTRADIÇÃO DE DUARTE PIO DE BRAGANÇA.