UM TEXTO SEM TABUS…
Brasilino Godinho
08/Novembro/2020
EX-REI JUAN CARLOS OUTRA VEZ
ACUSADO DE CORRUPÇÃO
Há dias, em Madrid, foi noticiado que o Ministério Público tinha aberto um terceiro processo de investigação ao ex-Rei Juan Carlos sobre crimes de corrupção em que ele é o principal envolvido e respeitante a avultadas verbas que teria recebido de sultões árabes.
Quanto aos dois anteriores processos eles foram arquivados.
Como os órgãos da Justiça em Espanha são, na prática, instituições tuteladas pela Monarquia, não causa admiração o desfecho de tais processos. É de crer que o terceiro processo também seja arquivado. Pois se torna necessário salvar de qualquer jeito a conspurcada imagem da monarquia.
Cada vez mais se evidencia a aberração do regime monárquico em qualquer país neste tempo pós-modernidade.
Nem será por acaso que duas monarquias europeias: Reino-Unido e Espanha estejam frequentemente destacando-se por sucessivos escândalos.
Tarda a consciencialização dos povos de que as monarquias não se justificam e se constituem como excrescências parasitárias das sociedades do nosso tempo; por sinal bastantes dispendiosas para os Tesouros das Nações.
Uma circunstância de que beneficia uma família (e corte, ociosas, improdutivas), que se arroga o direito de chefiar o Estado, em clara violação dos princípios democráticos e da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Uns e outros princípios que determinam que ninguém pode ser privilegiado pela sua condição de nascimento; a qual, em tempos recuados e relativamente aos monarcas, até era apresentada como de ascendência divina.
Sintetizando: monarquia é regime anacrónico, insusceptível de ser objeto de aceitação racional, séria, objectiva, sensata e inequívoca; quer ela seja a nível individual, quer de âmbito colectivo.
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