UM TEXTO SEM TABUS…
Brasilino Godinho
01/Novembro/2020
EM PORTUGAL
CONFIRMADA A EXISTÊNCIA DE JUÍZES
PRIVATIVOS DOS “DONOS DISTO TUDO”
Em meu tempo de criança de vez em quando de manhã acordava ao som de um despertador natural: o galo, senhor todo-poderoso do galinheiro situado no quintal da minha residência.
Na actualidade praticamente não existem galinheiros e galos é difícil encontrá-los. Para o despertar recorre-se aos relógios despertadores.
Perdido o aproveitamento dos galos para propiciar início de actividades diárias, neste tempo elas processam-se inicialmente com outras formas e ambiências. No meu caso pessoal pelo matinal acesso à Internet.
Hoje, como de costume, principiei actividades pela leitura das capas dos jornais diários. E logo ao ler um título do Correio da Manhã me deu um ataque de riso.
Eis o título:
- Relação diz que Ricardo Salgado não tem direito a “juízes privativos” (Relação, subentende-se que seja Tribunal da Relação de Lisboa).
Ri-me, por que achei piada. E ia formulando interrogações e observações.
A primeira interrogação e mais incisiva: em que país julga a “Relação” que está a operar?
A “Relação” é assim tão ingénua que ainda não se apercebeu que Portugal é a Quinta Lusitana e que os “Donos Disto Tudo” nela estão soberanamente instalados? E não é Ricardo Salgado um dos mais importantes e bem consolidados “Donos Disto Tudo”?
Nessa especial condição da criatura salgada que autoridade portuguesa tem poder e legitimidade à usança da Partidocracia que tão eficazmente(…) desgoverna a nação portuguesa, para se permitir negar-lhe o direito de ter ao seu serviço os chamados “juízes privativos”?
Aliás António Mexia, cabecilha-mor da EDP, qual émulo de Ricardo Salgado, sentindo estímulo para se antecipar ao ex-banqueiro, há pouco tempo, tomou a iniciativa de reivindicar o direito de escolher os juízes que, eventualmente, presidirão ao tribunal do seu hipotético julgamento.
Portanto, Ricardo Salgado apenas se limitou a seguir-lhe o exemplo; puxando os galões da sua proeminência no seio da Quinta Lusitana.
Porém, a questão aqui posta em foco deve ser considerada sob outro pertinente aspecto; qual seja de haver lugar e dever cívico de fazer registo público de que agora o Tribunal da Relação de Lisboa, com a autoridade que lhe é reconhecida, deu informação ao povo português de que existem juízes privativos dos “Donos Disto Tudo”.
Por outras palavras, digo: há muitas luas passadas que venho assinalando o facto. Agora é um órgão institucional da Magistratura Judicial que confirma as implícitas referências que a tal circunstância, especificamente portuguesa, têm sido inseridas nas minhas crónicas.
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