Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, novembro 03, 2020

 

UM TEXTO SEM TABUS…

Brasilino Godinho

03/Novembro/2020

 

OS MORTOS NÃO AGRADECEM

E AS FAMÍLIAS TÃO-POUCO!

 

01. Ontem, 02 de Novembro de 2020, na cidade de Lisboa, em cerimónia oficial presidida pelo Presidente da República, foi pretensamente prestada homenagem às vítimas mortais da pandemia Covid-19.

 

A tal iniciativa do Poder Central não lhe recolhi relevância. E nela assentou a prevalência de em Portugal só se reconhecer valor às pessoas mortas. Enquanto vivas são votadas ao esquecimento ou mesmo ao desprezo.

Precisamente, tempo em que as pessoas deveriam ser respeitadas, protegidas e dispondo de dignas condições de vida. Porventura, até enaltecidas por invulgares dotes de educação e cidadania.

 

No caso dos cidadãos mortos pelo coronavírus teria sido válido e apropriado que governo, seu chefe, ministra da Saúde e directora geral da Saúde, tempestivamente tivessem desenvolvido eficazes procedimentos de prevenção, de correcto esclarecimento público sobre a natureza e perigosidade da pandemia, de profilaxia, de mobilização de meios hospitalares, de tal forma eficientes que obstassem às ocorrências que tão trágicas têm sido para a sociedade portuguesa.

 

Os mortos não estão cá para agradecer o dia de luto nacional e os respectivos familiares certamente que se sentem incomodados com este expediente oficial de tardia compaixão; ele, de todo inaceitável provindo da iniciativa de quem detém grandes culpas no cartório do morticínio que decorre desde Março transacto.

 

Teria sido mais digno que houvesse abstinência de cerimónia oficial rotulada de luto nacional.

 

A grande homenagem aos mortos seria manifestada por contenção respeitosa pelas suas memórias, associando-lhe o extremo cuidado a dispensar aos vivos; estes, entretanto, remetidos a filas de espera não só nos hospitais como também aguardando, em qualquer espaço, que lhes caia em cima a maldição do vírus e o encaminhamento paras as casas mortuárias.

 

02. Impõe-se útil acção e persistente determinação na luta contra a pandemia Covid-19.

Dispensa-se o absurdo, inoportuno, espectáculo e o correlativo exibicionismo de uma bem pouco expressiva sentimentalidade. Ou não fosse Portugal um país do faz-de-conta… E os detentores do Poder não perdem oportunidade de isso demonstrarem. Todos os pretextos lhes servem e aproveitam sem cerimónia ou com cerimónias à mistura…

 

03. Aliás, o lúgubre espectáculo, de ontem, em Belém, era graciosamente facultado às moscas que, por sinal, nem marcaram presença – o que frustrou as intenções dos governantes e das televisões…