470. Apontamento
Brasilino Godinho
02/Agosto/2020
BRASILINO GODINHO, OUSADO,
DEBRUÇA-SE SOBRE SI PRÓPRIO
Hoje, domingo primeiro do mês de Agosto, do ano
2020, iniciei o dia com uma predisposição: debruçar-me sobre mim próprio.
Evocar todo o meu octogenário trajecto de vida.
Fazer perpassar na minha consciência sucessivos lampejos de pessoas, de factos,
de vivências múltiplas de felicidade pessoal, de encontros cativantes, de
lembranças e acontecimentos marcantes que jamais serão esquecidos.
Inevitavelmente que coisas desagradáveis também
aflorarão ao espírito; mas logo remetidas para o reservado escaninho cerebral;
o qual, se pretende remetido à sua intrínseca essência de desconformidade sensorial
e estado de sujeito à inequívoca rejeição de interferência psíquica na vida de
Brasilino Godinho.
Como se estivesse vendo um filme do género daquele
de quatro horas de exibição: “E TUDO O VENTO LEVOU”; até este momento, já
visionei passagens rápidas, mas muito expressivas de minha vida plena nas fases
de infância, adolescência e juventude, decorrida na cidade Templária, Tomar.
Com encanto visionei os tempos das frequências da
Escola Primária, da Escola Industrial e Comercial Jácome Ratton; as
brincadeiras infantis; os jogos de berlinde para os quais tinha jeito; os desafios
de futebol de que era um desastrado praticante; as actividades escutistas; os
desaguisados com os professores Luísa (autêntica e fascinante rainha de beleza)
e Nicolau da Mata, que me leccionaram no primeiro ano de Português do curso
industrial da Escola Jácome Ratton.
A propósito da referência à bela professora Luísa
anoto que, naquela altura, estava longe de supor que toda a minha vida
sentimental, repartida pelos derradeiros setenta e tais anos, ficaria
assinalada pela atracção tida por mais três Luísas de fina qualidade...
Dir-se-á ser uma congénita vocação de meu muito
agrado … Ou será caso para admitir que sempre haja, neste país, uma Luísa
desconhecida que espera por mim?…
Ademais, até parece que presunção e água benta
estou tomando em demasia… O que se deve levar à desmedida conta de devaneios de
um jovem de 89 anos de idade…
Retomando o fio à meada:
Para terminar este 470. Apontamento; dado que se
esgotou o sucinto relato de parte do percurso da minha vida que hei visionado introvertidamente
e sentindo impressivamente, desde de manhã, até este quase fim de tarde.
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