Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, junho 04, 2020


DO MEU ACTIVO DE SER VIVENTE
HEI POR BEM DAR TESTEMUNHO
Parte III
(Continuação da Parte II)

Brasilino Godinho
04/Junho/2020

A Maçonaria é uma família muito complexa e infiltra-se nos mais diversos partidos políticos e em todos os sectores da sociedade, conforme anotámos anteriormente.
No que concerne à infiltração nas associações partidárias a Maçonaria procede como certas famílias que conheço: todos os seus membros estão filados em diferentes partidos políticos, por tal forma escalonados que lhes dá a segurança de a família estar sempre associada ao poder qualquer que seja a corrente partidária que o detenha em quaisquer tempos e circunstâncias. 

A Franco-Maçonaria, identicamente, seja o PS, o PSD, o CDS, o PCP, o BE, clã monárquico ou partido republicano, que detenham a posse do Governo, está sempre nele alcandorada em posição de poder e de exercer hegemonicamente superior influência na orientação e práticas correntes da governação. O que fazem com indesmentível discrição e a maior eficácia operacional, sem provocar ondas alterosa com visibilidade pública. 

Hoje mesmo, dia 04 de Junho de 2020, o Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano teve uma entrevista secreta com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e terá entrado no Palácio de Belém por uma porta lateral, do tardoz palaciano, para não dar nas vistas de gentes indiscretas… conforme veio relatado a público.

Como sucede com algumas famílias também nela - e sendo muito apregoada como grupo de escol dedicado à prática de bons costumes, no qual todos os membros são bons cidadãos - acontecem desavenças; às vezes, até pancadaria em fases acesas de eleição de grão-mestre; e, também, apesar de badalado refúgio de gente virtuosa e publicitada requintada escola de aprimoramentos morais e cívicos, há grandes pecadores que cometem actos indignos e ilícitos. Mas dispõem de uma singular prerrogativa que suscita aos profanos muitas recriminações às várias seitas maçónicas e aos normativos maçónicos; qual seja a de um arguido de condição maçónica contar sempre com a protecção da Fraternidade e mesmo dos tribunais; dado que qualquer juiz usufruindo da qualidade de maçon está obrigado, por juramento de regra maçónica, a proteger o “irmão” e tudo fazer para o ilibar – o que é uma aberração e indecente perversão da Justiça.
Daí que a Justiça em Portugal esteja na deprimente situação de pouca gente nela confiar. E de se ir conhecendo incríveis sentenças judiciais, de gritante injustiça.
Também, neste quadro sui generis, se verifica a justeza das afirmações que tenho feito sobre a divisão de classes existente na sociedade portuguesa.

Ainda focado na existência da obediência maçónica em termos familiares, por vezes alguns indivíduos me dizem não acreditarem que Oliveira Salazar tenha sido mação. Objectam que era católico e que tinha decretado os encerramentos das sociedades secretas. É verdade que em 1933, por proposta de um deputado, foi apresentado em plenário da Assembleia Nacional, o respectivo decreto, que teve aprovação e publicação no Diário do Governo; indicando que eram expressamente proibidas as associações secretas. Só que os maçons da oposição nunca foram perseguidos e maltratados como acontecia com os comunistas. Qualquer opositor era rotulado de comunista. Quanto aos maçons colaboracionistas ou integrantes dos órgãos do regime do Estado Novo, eles estavam obviamente bem acomodados e beneficiavam com isso.

Como referi em precedentes considerações o predomínio da Franco-Maçonaria no regime salazarista evidenciava-se logo no topo da hierarquia estatal: o presidente da República, general António Óscar Fragoso Carmona (exerceu o cargo desde 1926 até à data do falecimento em Abril de 1951) era maçon; o chefe da casa militar, major Esmeraldo Carvalhais era maçon; todos os presidentes da Assembleia Nacional eram maçons. A maior parte dos ministros dos vários governos presididos por Oliveira Salazar e Marcelo Caetano, governadores civis e alguns presidentes de câmaras municipais eram maçons. 

O professor doutor Adelino da Palma Carlos, prestigiado advogado, era maçon, chegou a ser procurador da Câmara Corporativa e foi o chefe do primeiro governo provisório pós 25 de Abril de 1974. O maçon Professor Veiga Simão, ministro da Educação, no Governo de Marcelo Caetano, derrubado em 25 de Abril de 1974, logo dias depois era nomeado delegado de Portugal à ONU e no tempo de Governo de António Oliveira Guterres exerceu o cargo de ministro da Defesa. Mais uma comprovação das afinidades e dos elos maçónicos existentes entre os regimes das Segunda e Terceira Repúblicas.   
Curiosidade reveladora: a Loja Revolta, de Coimbra, onde Salazar foi entronizado na obediência maçónica, nunca “abateu colunas” (designação maçónica de encerramento). 

A António Oliveira Salazar, para além de ser pessoa reservada e pouco exuberante, convinha manter a aparência de afastamento da Maçonaria para preservar um bom relacionamento com a Igreja Católica, dada a grande predominância que ela tinha: quer no meio urbano, quer no meio rural e por não ignorar a latente hostilidade e desconfiança da maioria da população para com as pessoas tidas por pertencerem às irmandades maçónicas. Isto prevalecendo a nível interno. Pois que no plano externo, o facto do regime ser notoriamente mação - o que não passou despercebido nos meios internacionais - lhe facilitava o relacionamento internacional, nomeadamente com os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, sobrelevando o interesse de Salazar em assegurar a compreensão e relativa aquiescência desses países quanto à manutenção das colónias sob soberania de Portugal.

De referir que quando terminou a Segunda Grande Guerra, na Europa, em Maio de 1945, grande parte da oposição democrática rejubilou e anteviu que o regime soçobraria face à onda democrática que, avassaladoramente, emergia na Europa e no Mundo. Grande desilusão tiveram e que surpreendeu meio mundo português. Oliveira Salazar e o Estado Novo aguentaram-se firmes. E a estruturação maçónica do regime constituiu factor decisivo para se manter serenamente.

Aliás, sobressaltos só ocorreram quando se agudizou a pressão das Nações Unidas no sentido de Portugal proceder à descolonização e a quando das eleições presidenciais em que o general Humberto Delgado foi candidato. Por sinal, um destacado oficial das forças armadas com longo historial de serviços prestados ao situacionismo e que, anos antes, tinha sido adido militar na Embaixada de Portugal, nos Estados Unidos da América, onde se tornou membro da Maçonaria.
Não era a primeira vez que conhecidas e prestigiadas personalidades maçónicas concorriam a eleições presidenciais. Os casos do general Norton de Matos que foi Grão- Mestre e do almirante Quintão Meireles, precederam a candidatura do general Humberto Delgado e demonstram como na Maçonaria coabitam variadas tendências e personalidades.

É por de mais conhecido o episódio ocorrido na Câmara Municipal de Oeiras, a quando o respectivo presidente Isaltino Morais (dirigente do PSD) foi constituído arguido, acusado de graves irregularidades. De imediato surgiu, impetuoso, um vereador a defender com ardor invulgar a criatura isaltinada. Quem? Alguém do PSD? Não! Mas sim, o vereador, dirigente máximo do PS local, que se apresentou a assumir veementemente as “dores” do senhor presidente. Toda a gente ficou perplexa? E se interrogava: como assim? É possível tal coisa?
Decorrido algum tempo veio a saber-se que presidente social-democrata e vereador do partido socialista eram maçons com assento na mesma loja sita em Lisboa, onde compartilhavam obediência e rituais esotéricos, devidamente trajados com os ridículos aventais. 

Outro caso paradigmático de convivência maçónica que deu para o torto, aconteceu no Chile, há anos. Salvador Allende, ganhando a eleição presidencial, convidou para ministro da Defesa o (seu “irmão”) maçon, general Augusto Pinochet, ambos fieis participantes nos rituais da loja maçónica, qual templo de Salomão, que ambos frequentavam. E não é que a breve trecho o general Pinochet promove um golpe de Estado, desencadeia-se a revolução armada e o presidente Allende é assassinado no palácio presidencial.

Algo diferente, mas elucidativo do poder maçónico, passou-se no Brasil, com Lula da Silva. Quatro vezes concorreu a eleições presidenciais brasileiras. Perdeu três, só ganhou à quarta tentativa, em finais de 2002, sucedendo ao mação Fernando Henrique Cardoso. E porquê à quarta vez? Porque, entretanto Luís Inácio Lula da Silva conseguiu entronização na Maçonaria e, por isso, teve o apoio de outro maçon Roberto Marinho, o todo-poderoso dono da TV Globo, que então lhe deu larga cobertura de promoção mediática em conjugação com as activas participações dos “irmãos” das numerosas confissões maçónicas brasileiras dispersas pelos Estados do imenso Brasil.

(Continua na Parte IV)