436. Apontamento
Brasilino Godinho
06/Junho/2020
O NÓ GÓRDIO DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL
É UM GRANDE E MUI COMPLEXO PROBLEMA
01. Portugal está bloqueado,
explorado
E submetido a grupos de
influência detentores de poderosos interesses e proventos, que fazem incidir as
suas obscuras intenções e deletérias actividades em todos os sectores da
sociedade.
Tal situação conduziu a tão
deplorável calamidade pública que se pode sintetizar nos seguintes termos:
A nação portuguesa está
gravemente doente. E há medida do compasso do tempo cada vez mais se agravam as
enfermidades de que vem padecendo há séculos. E o coronavírus se muito se vem
radicando na população e está dando acentuado contributo para mais agravar os
efeitos das várias patologias que tão devastadoras têm sido em Portugal; teve a
particularidade de mais evidenciar o estado de decadência a que se chegou neste
país.
02. Vejamos.
O Estado encontra-se falido. As dívidas: externa e
interna atingiram um patamar catastrófico e todos os anos aumentam
exponencialmente.
A desgovernação é irregular, controversa e as
medidas implementadas a esmo, sem coerente rumo definido, são por vezes
contraditórias e mesmo as mais credíveis acabam, frequentemente, por se
anularem entre si ou por falha na aplicação - como, nos últimos meses, vem
acontecendo com as (des)orientações emanadas da Direcção Geral de Saúde,
apontadas ao combate à terrível Covid-19.
Aumenta a uma preocupante
cadência a pobreza e já pessoas estão penosamente sobrevivendo por passarem
fome. Também muitos velhos morrendo não só pelo vírus ou por fome, mas por não
disporem de dinheiro para pagar medicamentos e tratos de saúde de que muito
carecem. Os pobres vão ficando mais paupérrimos, enquanto os ricos muitíssimo
enriquecem.
Os administradores de empresas e
de bancos falidos ou com maus resultados de gestão danosa ou incompetente
recebem chorudos prémios… por má produtividade. Os administradores de empresas
estatais recebem avultadas remunerações e regalias sem qualquer correspondência
com as que são atribuídas, em termos razoáveis, por similares europeias aos
seus dirigentes administrativos.
A parte substancial da banca e a
indústria foram trespassadas a grandes companhias estrangeiras e os seus
rendimentos são transferidos para os países de origem das mesmas.
A Justiça atingiu tal grau de
descrédito que até os Mexias do nosso mais avantajado capitalismo, se
constituídos arguidos em processos judiciais, não só recusam responder aos
juízes como se permitem “exigir” a substituição dos magistrados que os hão julgar.
Por outro lado, prevalece o uso e
abuso das prescrições dos processos criminais. Ou então o Estado declara-se
incapaz de cobrar dívidas e multas avultadas aos Salgados praticantes dos insonsos
desvios monetários do falido BES. Em contraposição, qualquer contribuinte
faltoso de pagamento de poucos euros é de imediato penhorado nos seus parcos
haveres.
Daí, darmos referência da
existência em Portugal de uma sociedade dividida em classes: superior, média e
inferior. A superior, altamente privilegiada; à qual, tudo é permitido no que
concerne a abusos, a corrupção, a explorações, a ilegalidades, transgressões
fiscais, desfalques de grandes verbas, crimes de colarinho branco e outros mais
delitos e falcatruas que se enquadrem no imaginário do vulgar cidadão.
A moralidade, a ética e a
deontologia na vida política e na administração pública são geralmente
ignoradas ou mais acintosamente transgredidas.
E como é profunda a falta de
educação e não há moral, nem ética, ou formação cívica e ocorre o hábito de
completo abandono do espírito de servir o Bem-Comum; impera a corrupção com tal
intensidade que, no estrangeiro, já se concluiu que Portugal é um dos países
que ocupa o topo da hierarquia dos mais corruptos da Europa e do Mundo.
Pelo andar da carruagem da
corrupção que vai por aí circulando de vento em popa, é de crer que seguirá
ininterruptamente, sem se lhe antever quando terá paragem num desconhecido
apeadeiro em Portugal. Dado que tem passageiros espertalhaços e desavergonhados,
regaladamente nela instalados gozando o estatuto de impunidade.
Tudo o que antecede descrito
constitui uma aberrante e indecente prática num país em que grande parte da
população vegeta num estado de pobreza inadmissível no século XXI e na Europa;
e que, ainda há dias, o Professor Doutor Sobrinho Simões dizia que era
necessário erradicar como prioridade do País.
Mais de assinalar que tão
humilhante situação de Portugal se traduz numa regressão em crescendo apontada ao
estádio de país do terceiro mundo. Que sendo o patinho feio prestes a sucumbir
mergulhado no pântano putrefacto da deseducação generalizada, da imoralidade
emblemática, da injustiça institucionalizada, da corrupção por de mais acolhida
e incentivada, do despesismo caótico, da incompetência premiada e do desgoverno
sufragado por gentios acéfalos, tende a ser escorraçado da União Europeia.
03. O nó górdio da Educação
A suprema causa da desgraça global que atinge
Portugal incide na problemática concernente à Educação, configurada no seu
intrínseco nó górdio.
É através dela que se procederá à renovação da
nação portuguesa. Envolvendo uma imensa tarefa que envolverá gerações. Sem ela
se consolidar na sociedade, nada feito de útil, de concreto desenvolvimento
harmonioso da grei. Não há expedientes ou soluções alternativas. Tudo começa
por ela que se constitui motor impulsionador do muito que de grandioso se possa
almejar de bem-estar social e de progresso. Claro que Educação e Ensino aceites
como irmãs siamesas envolvidas no objectivo comum de regenerar Portugal.
Um passo decisivo e imprescindível para fixar a
Educação no desempenho do papel que lhe caberia por direito próprio e pela sua
essência funcional nesse ingente desígnio de uma nação digna, respeitada,
favorecida pela sua identidade ancestral de grande protagonista do amplo
relacionamento entre povos e culturas e pelo incremento do comércio
internacional e das carreiras marítimas entre estados dos cinco continentes;
seria recorrer à PEDAGOGIA que sendo teoria sobre o exercício da EDUCAÇÃO,
faculta a definição dos meios capazes de realizar ou prosseguir os fins da
ciência educativa.
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO que deveria ser de instrutiva
aplicação intensiva nas escolas e universidades, nestas constando de disciplina
curricular. Também ela tendo como foco dinamizador a Universidade seria
conveniente que houvessem programas televisivos e radiofónicos de carácter
pedagógico e publicações de textos temáticos nos jornais de maior circulação.
Concluo com duas observações:
- Sem EDUCAÇÃO Portugal prosseguirá um rumo de
autodestruição.
- Não creio que a matéria e sugestões aqui expostas
sejam entendidas como de aplicação URGENTE e não antevejo quem haja, neste
país, que tenha a coragem, o bom senso e o são propósito de meter mãos à obra.
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