409.
Apontamento
Brasilino
Godinho
21/Abril/2020
O
LATENTE PERIGO DA PRECIPITAÇÃO
EM
ALIVIAR MEDIDAS DE EMERGÊNCIA
01. O que está acontecendo com a precipitação em
aliviar as medidas de isolamento das pessoas e afastamento social por causa da
Covid-19, faz-me lembrar as derrocadas de edifícios e pontes em Portugal. As
autoridades, geralmente, são advertidas do estado de perigosidade e dos indícios
de repentino desmoronamento, mas não ligam, nem agem no sentido de
providenciarem oportunas providências de segurança de pessoas e bens. Dão-se as
derrocadas e os estragos e depois sucedem-se as lamúrias. Mas a culpa morre
solteira – como aconteceu há anos com a Ponte de Entre-os Rios e com um viaduto
de peões, em Lisboa, que foi abaixo por ter havido um violento embate de uma
borboleta com o tabuleiro, conforme comunicação de um engenheiro lisboeta…
02. Quando
ocorreram os primeiros casos de infectados pelo coronavírus a Direcção Geral de
Saúde assobiou para o lado, precedendo um mês antes com a afirmação de que a epidemia
se desenrolava na China e que não era expectável que chegasse a Portugal.
O
que passadas escassas semanas veio a suceder em Portugal evidenciou a negligência,
a sobranceria bacoca e a falta de nítido e transparente sentido de responsabilidade
de quem detinha a superintendência do sector da Saúde em Portugal. Ao correr do
tempo vieram as incríveis contradições sobre o uso e não utilização das
máscaras, escamotando a grande falta delas nas instituições hospitalares e no
mercado, pondo em perigo as vidas de médicos e enfermeiros – centenas foram
contagiados.
03. Como
se tal lista de falhas e anomalias perniciosas não fossem suficientes e não
justificassem maiores cuidados de prudência na actuação das entidades
envolvidas no combate ao vírus, está anunciado que, a partir da próxima semana,
serão reduzidas as medidas de isolamento e de afastamento social. Tem-se a
percepção que é precipitada tal orientação, visto que a pandemia se mantém com elevada
intensidade.
E
tal propósito vai ser concretizado apesar da advertência da OMS, transmitida ao
governo português, para que tome em atenção que é cedo para abrandar o ritmo e
a relativa eficácia das medidas de contenção que têm prevalecido no corrente
período de emergência nacional.
04. Aliás,
aos governantes portugueses as variáveis situações da pandemia à escala mundial
nem lhes incutem mínimas preocupações quanto às hipóteses de em Portugal haver
repentinos agravamentos da Covid-19 e de enveredarmos por um ciclo infernal de
regressão e de progressão da pandemia.
Isso
aconteceu na China, na Coreia, no Japão, em Singapura.
Hoje
a VISÃO traz-nos a informação seguinte:
Covid-19:se O caso da ilha japonesa de Hokkaido, que
há um mês voltou à rua e agora teve de voltar para casa.
A orientação que o governo está seguindo de,
precipitadamente, reanimar as circulações de pessoas pelas ruas, praças, jardins
e de reabrir comércio, escolas e universidades, constitui uma ameaça de
repetição daquilo que já vem acontecendo em várias regiões do mundo.
05. Bastante preocupado com tudo isto de
facilitismo excessivo das autoridades, temo que se esteja à espera de que uma alta
entidade da hierarquia do Estado seja contagiada pelo terrível vírus corona, para
então o governo se lançar vigorosamente, com determinação, persistência e
objectividade, no rigoroso combate ao virulento agente dizimador da população.
Resta saber se haverá dinheiro para custear as
inerentes despesas. Pois que prevalece no campo governamental uma autêntica
orgia despesista; manifesta com elevado número de obras, concertos,
contratações, indemnizações avultadas, reformas milionárias, e realizações
várias, de muitos milhões de euros. Numa fase de pelintrice nacional, pasma-se
com tantas exuberantes, espaventosas, manifestações de pretenso novo-riquismo…
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