407. Apontamento

Brasilino Godinho

!8/Abril/2020

IMPERATIVO NACIONAL

HÁ QUE INTENSIFICAR A LUTA CONTRA O VÍRUS

E NÃO FACILITAR A SUA DISSEMINAÇÃO

A pandemia da Covid-19 está numa fase de expansão na Itália, Espanha, França, Estados Unidos, Brasil e Portugal. Aumenta o número de mortes e até a China que aparentava ter conseguido regredir significativamente o surto e até aliviando as medidas de afastamento social e de isolamento das pessoas, anunciou ontem que recrudesceu a mortandade no seu território.

Sendo assim a configuração da tragédia mundial e atendendo à evolução negativa que na realidade se verifica em Portugal, algo dissonante do quadro apresentado pelas duas senhoras vedetas da Televisão, causa a maior preocupação a forma optimista e irreflectida como o governo encara a hipótese de aliviar as medidas de isolamento e distanciamento social.

Aliás os governantes têm lançado bocas que logo no início do mês de Maio vão reabrir as escolas, as universidades, alguns estabelecimentos comerciais e instituições oficiais, com atendimentos presenciais.

Como se isso fosse pouco e o vírus se acomodasse aos propósitos dos ministros, avançou-se com a programação das celebrações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, em que, certamente, se vão concentrar centenas de pessoas. Pois bastou que essas informações fossem transmitidas ao público para ontem se ter registado uma grande afluência de pessoas nas ruas e praças de algumas cidades de Portugal.

Claro que as consequências de tanta ligeireza dos procedimentos do governo não tardarão a evidenciar o desacerto da política que, neste domínio da Saúde, está prosseguindo. Estou convicto que daqui a dias haverá um aumento exponencial de infectados. Claro que também maior sobrecarga de trabalho e de risco para os médicos e enfermeiros que diariamente se esforçam imenso no tratamento dos doentes.

Um dado importante que deveria ser tido como extremamente imprescindível era de não serem permitidas quaisquer celebrações públicas de natureza religiosa, social, política e nacional. Pois que a gravidade da situação é de tal ordem que o elementar bom senso as interdita de forma categórica. Há que intensificar a luta contra o vírus e não facilitar a sua disseminação.