BRASILINO GODINHO
213. APONTAMENTO
17 de Abril de 2019
213. APONTAMENTO
17 de Abril de 2019
AEROPORTO DO MONTIJO
MAIS UMA PONTE NO TEJO
OU
O DESVARIO DO DESPESISMO
MAIS UMA PONTE NO TEJO
OU
O DESVARIO DO DESPESISMO
Vai decorrendo algum alvoroço pela selva urbana da alfacinha capital sobre
o projectado novo aeroporto do Montijo e uma nova ponte de travessia do Tejo.
Uma e outra, grandes e muito dispendiosas obras, deixam-me perplexo.
É facto que, por exemplo, já nos anos sessenta se dizia e se escrevia nos jornais que a capacidade do aeroporto da Portela estava saturada e que urgia construir-se outro, dado que não se afigurava exequível e económico ampliar o existente.
Foram passando os anos e as opiniões sobre a solução a adoptar em tal domínio aeronáutico diversificaram-se e gerou-se uma controvérsia bastante acentuada. Sucederam-se as propostas, os estudos e vários episódios; alguns deles até incrivelmente caricatos como o do célebre “jamais” do ex-Ministro das Obras Públicas, Mário Lino.
O certo é que já se gastou uma avantajada pipa de massa, nas sucessivas obras de renovação e ampliações parciais do aeroporto lisboeta e nos estudos e anteprojectos da nova infra-estrutura aeronáutica.
Agora, foi anunciado que o novo aeroporto do Montijo será complementar ao da Portela (actual Aeroporto Humberto Delgado) e que as respectivas obras terão breve início.
Julgo que tal solução para o problema tem graves inconvenientes. Há que atender a vários factores: preocupantes riscos na localização em zona densamente povoada; aumento da saturação de movimentos de aeronaves no espaço aéreo; os custos das novas vias rodoviárias; a implantação de dois aeroportos implantados numa fractura territorial de acentuada actividade sísmica; as deploráveis, previsíveis e nocivas alterações das sensíveis condições ambientais; e até a precariedade dos sistemas de abastecimento de combustíveis – como está acontecendo hoje. Também importante será apurar-se a predominância de sentidos dos ventos mais frequentes.
Neste apontamento não há espaço, nem é expectável que nele se evidencie atinente especialização e se faça uma apreciação de alto nível técnico.
No entanto, expomos o nosso ponto de vista em breves pinceladas.
É um erro localizar aeroportos enquadrados por grandes aglomerados urbanos.
É um erro acrescentar factores de risco num relativamente curto espaço aéreo sobrecarregado com voos de e para os vários aeroportos existentes na zona da grande Lisboa.
É um erro implantar mais um aeroporto mesmo sobre o corredor sísmico onde a qualquer momento pode ocorrer um cataclismo idêntico ao de 1de Novembro de 1755 – que segundo os cientistas se afigura com grandes probabilidades de acontecer – assaz tido como inevitável, só não se sabendo quando.
É um erro que por consequência do novo aeroporto de Montijo e pelas razões aqui mencionadas se construa mais uma ponte sobre o Tejo.
Ora com esta tremenda ameaça no horizonte lisboeta e com as outras hipotéticas tragédias, ocasionalmente concernentes ao funcionamento dos aeroportos, seria racional que, em Lisboa, os governos deixassem de investir mais e muitos recursos financeiros em grandes obras públicas que, futuramente, podem ser destruídas. Em Lisboa, por elementar dever de prudência, deveria haver a preocupação de manter e conservar os equipamentos e infra-estruturas actuais.
Escrito isto, repito o que tenho exposto em algumas crónicas: se Portugal que é uma média região na vasta Europa das regiões e - ainda para agravar a situação - talvez retalhado em regiõezinhas, não submergir de todo nesse fantasioso oceano de estupidez institucionalizada; seria de encarar seriamente a implementação da capital do País, no centro do território continental – à semelhança do que fez o Brasil com a sua capital: Brasília.
Para terminar este apontamento formulo uma pergunta: Quais as razões por que o Aeroporto de Beja, que está às moscas - segundo julgo - e sendo devidamente adaptado á nova operacionalidade, não é aproveitado para funcionar como a alternativa eficaz e económica ao Aeroporto de Lisboa ?
Longe de Lisboa? Nem por isso! Uma autoestrada, como que encurtaria a distância. Porventura, mais barato o seu custo do que uma nova ponte e travessia do Tejo e sem os inconvenientes e riscos desta obra de arte.
Uma e outra, grandes e muito dispendiosas obras, deixam-me perplexo.
É facto que, por exemplo, já nos anos sessenta se dizia e se escrevia nos jornais que a capacidade do aeroporto da Portela estava saturada e que urgia construir-se outro, dado que não se afigurava exequível e económico ampliar o existente.
Foram passando os anos e as opiniões sobre a solução a adoptar em tal domínio aeronáutico diversificaram-se e gerou-se uma controvérsia bastante acentuada. Sucederam-se as propostas, os estudos e vários episódios; alguns deles até incrivelmente caricatos como o do célebre “jamais” do ex-Ministro das Obras Públicas, Mário Lino.
O certo é que já se gastou uma avantajada pipa de massa, nas sucessivas obras de renovação e ampliações parciais do aeroporto lisboeta e nos estudos e anteprojectos da nova infra-estrutura aeronáutica.
Agora, foi anunciado que o novo aeroporto do Montijo será complementar ao da Portela (actual Aeroporto Humberto Delgado) e que as respectivas obras terão breve início.
Julgo que tal solução para o problema tem graves inconvenientes. Há que atender a vários factores: preocupantes riscos na localização em zona densamente povoada; aumento da saturação de movimentos de aeronaves no espaço aéreo; os custos das novas vias rodoviárias; a implantação de dois aeroportos implantados numa fractura territorial de acentuada actividade sísmica; as deploráveis, previsíveis e nocivas alterações das sensíveis condições ambientais; e até a precariedade dos sistemas de abastecimento de combustíveis – como está acontecendo hoje. Também importante será apurar-se a predominância de sentidos dos ventos mais frequentes.
Neste apontamento não há espaço, nem é expectável que nele se evidencie atinente especialização e se faça uma apreciação de alto nível técnico.
No entanto, expomos o nosso ponto de vista em breves pinceladas.
É um erro localizar aeroportos enquadrados por grandes aglomerados urbanos.
É um erro acrescentar factores de risco num relativamente curto espaço aéreo sobrecarregado com voos de e para os vários aeroportos existentes na zona da grande Lisboa.
É um erro implantar mais um aeroporto mesmo sobre o corredor sísmico onde a qualquer momento pode ocorrer um cataclismo idêntico ao de 1de Novembro de 1755 – que segundo os cientistas se afigura com grandes probabilidades de acontecer – assaz tido como inevitável, só não se sabendo quando.
É um erro que por consequência do novo aeroporto de Montijo e pelas razões aqui mencionadas se construa mais uma ponte sobre o Tejo.
Ora com esta tremenda ameaça no horizonte lisboeta e com as outras hipotéticas tragédias, ocasionalmente concernentes ao funcionamento dos aeroportos, seria racional que, em Lisboa, os governos deixassem de investir mais e muitos recursos financeiros em grandes obras públicas que, futuramente, podem ser destruídas. Em Lisboa, por elementar dever de prudência, deveria haver a preocupação de manter e conservar os equipamentos e infra-estruturas actuais.
Escrito isto, repito o que tenho exposto em algumas crónicas: se Portugal que é uma média região na vasta Europa das regiões e - ainda para agravar a situação - talvez retalhado em regiõezinhas, não submergir de todo nesse fantasioso oceano de estupidez institucionalizada; seria de encarar seriamente a implementação da capital do País, no centro do território continental – à semelhança do que fez o Brasil com a sua capital: Brasília.
Para terminar este apontamento formulo uma pergunta: Quais as razões por que o Aeroporto de Beja, que está às moscas - segundo julgo - e sendo devidamente adaptado á nova operacionalidade, não é aproveitado para funcionar como a alternativa eficaz e económica ao Aeroporto de Lisboa ?
Longe de Lisboa? Nem por isso! Uma autoestrada, como que encurtaria a distância. Porventura, mais barato o seu custo do que uma nova ponte e travessia do Tejo e sem os inconvenientes e riscos desta obra de arte.
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