Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, abril 14, 2020

401. Apontamento
Brasilino Godinho
14/Abril/2020

EU ONTEM GRITEI: TÓ-CAROCHA!
HOJE ESCREVO: MINHA REPULSA!

O ministro primeiro do colégio governativo da actual legislatura ontem, algures na alfacinha capital, em tom autoritário, disse que a obra de construção do aeroporto do Montijo iria ser iniciada brevemente e que não havia recuo na decisão - até porque havia lugar ao pagamento de avultadas indemnizações se ela fosse cancelada.
Ouvida e lida esta declaração apeteceu-me gritar: TÓ-CAROCHA!
Assim expressando a maior repulsa, por um tão irresponsável procedimento governamental.
Se abusivamente por excesso de arrogância e de condenável assumpção de autoridade, se concretizasse a construção do aeroporto do Montijo, ele seria um aeroporto com a maior das inconveniências: má localização, em zona ambiental muito sensível; de grande concentração de aves de arribação que agregam condições de perigosidade de embates com os aviões, eventualmente proporcionando grandes tragédias; construção de custos elevados e insuportáveis na actual conjuntura; funcionamento de alcance limitado e até imprevisível de racional utilização atendendo que, face à persistência e aos admitidos retornos do vírus corona e suas mutações ocasionais, não se sabe como irão decorrer as futuras ligações aeronáuticas. E isto é uma incógnita. Nesta altura, nem se vislumbra solução para ela.
As mais capacitadas entidades ligadas ao sector aeronáutico têm manifestado as maiores reservas quanto a este esquisito propósito do governo.
Estranha-se que o Aeroporto de Beja, que está inaproveitado, não seja adaptado e venha a ser a alternativa mais económica e funcional ao hipotético e malfadado aeroporto do Montijo.
Acresce que o país está decaindo assustadoramente com a extensão do descalabro da economia causado pelas inerentes consequências da pandemia. Tem que haver forma de impedir este incrível expediente de esbanjar dinheiro, que se configura como crime de lesa-economia e, inclusivamente, crime de lesa-Pátria.
Se o governo aponta encargos-extra com indemnizações - e agita isso como bandeira redentora da má decisão que levianamente está assumindo - cabem-lhe grandes responsabilidades por, em tempo útil, não ter acautelado devidamente os interesses da Nação; tal e qual como recentemente não o fez com a incrível e mal contada história do contrato do programa de concertos musicais da RTP, com elevado preço de quatro milhões de euros – e como se estivéssemos em época de vacas gordas e essa quantia não fosse necessária para custear meios, instrumentos e equipamentos, das instituições hospitalares; por forma a facilitar as tarefas e salvaguardar as vidas dos dedicados médicos, enfermeiros e operacionais que estão, muito mal remunerados, na linha da frente do combate contra a Covid-19.