Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, março 19, 2020


RECORDANDO
texto de há dois anos
19 de Março de 2018

Brasilino Godinho

UM FACTO INSÓLITO COM SEU QUÊ DE PREMONITÓRIO 

Quando naquela longínqua data de Junho de 1947, em tempo de adolescência, forçado por colegas a envergar o traje académico e posto em pose para fotografia junto à Charolinha, sita na Mata dos Sete Montes, cerca do Convento de Cristo, em Tomar, jurei face ao altar algo altaneiro da minha consciência de ser pensante, de que um dia haveria de usar de direito o adereço universitário. Então, tive uma atitude algo temerária. E assumi avassaladora responsabilidade perante mim próprio.

É que naquele momento determinante e histórico da minha vida pessoal não fazia a mínima ideia como iria concretizar tal desígnio. O futuro era uma incógnita. Os recursos financeiros inexistentes. E as contingências da vivência ao compasso do tempo são indetermináveis e reservam, muitas vezes, grandes surpresas que tendem a frustrar as melhores e mais arreigadas intenções.

De facto, o decurso do tempo foi suscitando a comprovação das dificuldades da tarefa que me propusera e a imensidade do compromisso voluntariamente assumido em sede do meu imo.

No momento em que alinho as presentes considerações posso expressar que tendo tido um percurso existencial multifacetado de várias facetas profissionais e intelectuais hei sempre tomado as decisões e opções correctas e adequadas para, num porvir incerto, alcançar a formação universitária. A par disso também admito que elas e as circunstâncias que soube aproveitar, também traduziram alguma influência do factor sorte; tais como as andanças profissionais, o encontro de personalidades de alto valor profissional, a ida para Ponta Delgada, Açores, em Maio de 1954, onde conheci a adorável mulher da minha vida, a vinda para Aveiro em Fevereiro de 1963, a criação da universidade aveirense. Enfim, bastantes acasos da existência quotidiana de todo imprevisíveis mas que foram moldando um rumo, não obstante muito preenchido de obstáculos que eram outros tantos bloqueios de aceder à instituição universitária. Em muitas ocasiões, forçando opções prioritárias de interesses pessoal e familiares - tais como a criação de família, as formaturas em engenharia civil dos dois filhos - que, de todo, inviabilizavam o início da minha carreira académica.

Início que teve lugar na Universidade de Aveiro, em 20 de Outubro de 2008, precisamente, cinco dias antes de perfazer 77 anos de idade.