383. Apontamento
Brasilino Godinho
22/Março/2020
DEPOIS DA CASA ARROMBADA,
TRANCAS À PORTA…
Neste tempo de aflições muitas, em que o inimigo
coronavírus, nos ameaça em todos os momentos das nossas sobressaltadas vidas,
uma das coisas que mais me incomoda e censuro nos governos do meu país é a
impreparação que demonstram para enfrentar as graves ocorrências que se vão
sucedendo com frequência assustadora.
Para abreviar citações refiro-me à tragédia dos
fogos florestais de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Monchique e Pinhal de
Leiria e agora à entrada em força impetuosa do coronavírus.
O actual governo em vez de assumir com determinação
activos procedimentos de combate logo que surgem indícios das calamidades, fica
expectante aguardando que elas se vão introduzindo e consolidando no terreno e
só depois, atabalhoadamente, vai reagindo em termos defensivos, ignorando
completamente o princípio de que a melhor defesa numa incipiente guerra é o
oportuno e impetuoso ataque.
Uma política relaxante, com gravíssimos custos
materiais e elevadas perdas de vidas humanas.
Por sinal, uma desastrada política que tem de ser
repudiada vigorosamente, porquanto os governantes sabem que o país está
insolvente, com uma enorme dívida externa e outra não menor dívida interna, e
muito carecido de meios materiais e de equipamentos diversos em todos os
sectores funcionais da sociedade e nas estruturas do Estado.
E tendo essa consciência da fragilidade estrutural
da nação, mais às ministeriais criaturas cabe a obrigação de serem muito
previdentes, bastante operativas e, sobremaneira, eficazes nos exercícios das
suas específicas competências e diversificadas funções.
Reitero: a nação portuguesa está imensamente
enfraquecida, exausta, oprimida e atormentada, que não se pode permitir o luxo
e a extravagância de ser desgovernada como vem sucedendo nas duas últimas décadas.
Basta! De tanta negligência e incompetência dos
governos!
Basta! De tamanha apatia, falta de rigor crítico e
de vigoroso sentido de exigência dos portugueses para com os desacertos, abusos
e omissões dos políticos.
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