382. Apontamento
Brasilino Godinho
22/Março/2020
MALDITA INTELIGÊNCIA DO
CORONAVÍRUS DA COVID-19
Eu andava desconfiado. Reservei a desconfiança,
aguardando a eventual confirmação por distinta entidade médica.
E a confirmação chegou-me ontem emanada do serviço nacional
de saúde italiano.
O coronavírus é um ser inteligente(…) dotado de
capacidade selectiva que o habilita a escolher preferencialmente as pessoas velhas
das faixas etárias dos 60, 70, 80 e 90 anos e que por elas tem especial
apetência.
Convenhamos que se trata de singular característica
e que o credita como agente invisível de enorme perigosidade, com grande poder
destruidor e o manifesto alcance de exterminar uma parte vastíssima da
humanidade.
Logo se lhe confere a missão de ser o melhor agente/instrumento
do desiderato de Christine Lagarde, partilhado pelo deputado de triste figura,
do PSD, da Guarda: o qual, na Assembleia da República, já havia prevenido ser
necessário acabar com a “peste grisalha”¸ tendo a proclamação sido acolhida com
ensurdecedor silêncio de tácita aprovação. Evidência maior de no Palácio de S.
Bento prevalecer a peste parlamentar e ser bastante apercebida a grandeza da sua
incompatibilidade com a “peste grisalha”.
A ex-directora-geral do Fundo Monetário Internacional
e actual presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, há escassos
meses (ano 2019), disse que ”os idosos
vivem demasiado e isto é um risco para a economia global. Há que tomar medidas
urgentes. Mais declarou: “A longevidade é um risco financeiro”.
Admito, sem esforço de raciocínio, que o fraseado
incrível de Christine Lagarde, foi uma bastante expressiva ordem para, de
imediato, ser cumprida com a maior abrangência e profundidade aplicativa.
De facto e inegavelmente, cumpriu-se a determinação
da criatura dirigente do Fundo Monetário Internacional. Nem se chegou ao
exagero do plural das medidas. Bastou uma: a do coronavírus! E com imensa
amplitude!
Só que a medida aplicada tem vindo a fugir do
controle. E o tiro excessivamente certeiro e contundente, saiu pela culatra da
arma que, por incentivo da expedita senhora, alguém usou com perversão e
obediência a obscuros interesses internacionais. Em sede dos Estados Unidos da
América? Da China?
Cumpre afirmar que a Covid-19 tem, neste país, as
seguintes vantagens de ordem prática e em clara consonância com quantos em
Portugal se obstinam em liquidar a “peste grisalha” e em bloquear a aplicação
do normativo da Declaração Universal dos Direitos dos Idosos, proclamada a 22
de Setembro de 2017, em Lisboa:
- Liberta verbas dos fundos das pensões dos idosos,
pagas pela Segurança Social;
- Reduz as despesas das comparticipações da ADSE,
libertando dinheiros que mais facilitarão os desvios monetários para as bolsas
de alguns dirigentes, como, há meses, aconteceu com o presidente da Direcção da
ADSE;
- Proporciona ensejo ao governo para se eximir ao
cumprimento do preceituado na Declaração de Lisboa, sobre os direitos das
pessoas idosas.
Finalmente, satisfaz plenamente as luminárias que
apregoam aos quatro ventos que a economia está à frente das vidas das pessoas.
Primazia absoluta para a economia.
Não o dizem abertamente, mas subentende-se: quem
diz economia, quer afiançar o predomínio das altas finanças - a nacional e a internacional.
Em socorro e obsceno proveito dos “donos disto
tudo”.
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