345.
Apontamento
Brasilino
Godinho
01/Janeiro/2020
PORTUGAL – PAÍS DE SINGULARIDADES
01. Um salário mínimo que é máxima singularidade europeia
Hoje é uma data marcante na União
Europeia e referência histórica destinada a figurar nos anais da (des)governação
de Portugal.
É o dia em que começa a felicidade
de inumeráveis portugueses que, prodigiosamente, se vão sentir enriquecidos com
o salário mensal de € 635 (seiscentos e trinta e cinco euros). Novo salário que
lhes faculta a aliciante possibilidade de beberem mais um café por semana, à
hora do almoço, no estabelecimento sito na esquina da rua onde residem. E
proporcionando mais apreciável, multiplicador, rendimento ao proprietário do
café, que passará a frequentar assiduamente…
Registe-se, também, que mui
fraterno é o Governo que a tantos milhares de portugueses, agora lhes concede
tamanha mercê.
Um mãos-largas é este governo …
Por isso - e haver gente crédula
que é facilmente embalada com cantigas de maldizer e conversas da treta e do
faz-de-conta, espalhada por tudo que é sítio de interesseira fantasia – é que,
em certos meios mal informados e pouco respeitadores das boas regras do
relacionamento sociopolítico; mas atentos ao circular da brilhante, ligeira e
airosa carruagem governamental, se aventa a hipótese de, em 2021, os
governantes portugueses com a mesma facilidade de abrir mãos de um terço dos
seus proventos mensais, também as vão abrir para logo distribuírem os respectivos
montantes pelos beneficiários do famigerado salário mínimo nacional. Uma coisa
processada assim a modos dos descontos mensais feitos pelos ministros do
governo francês e Presidente da República Francesa, durante o ano 2019.
Se tal acontecer, há que
perspectivar umas condecorações para os bem-intencionados governantes; os
quais, com uma ligeireza fantástica, ultrapassaram o anátema e os ocasionais
aproveitamentos oportunistas de serem mal intencionados, retardatários, inoperantes e soberbamente
calculistas e beneméritos deles próprios.
02. Os reservados campeonatos de enriquecido desporto nacional
Porque mencionámos condecorações e
elas em Portugal, nos últimos tempos, tomaram relevância nacional pelas
distinções concedidas aos desportistas e aos treinadores de futebol José
Mourinho e Jorge Jesus, adveio nosso propósito de referir dois discretos
campeonatos que se disputam sem interregnos em Portugal, com a particularidade
de não serem públicos, nem suscitarem movimentações de claques ou mobilização
das polícias de segurança e dos costumes (haverá polícia de costumes?...).
As competições aqui em foco configuram-se
como desporto da falcatrua, repartido em duas modalidades: concernentes ao
campeonato do despesismo e ao campeonato da corrupção.
Quer um, quer outro campeonato, são
disputados por elites, sem alardes mediáticos ou visibilidade acessível a
qualquer indígena. No entanto, está provado que existem praticantes que auferem
proventos milionários. Alguns destes desportistas têm sido condecorados e
quando o são toda a comunicação social lhes dá projecção e fama.
Todavia, todo o mundo tem
consciência de que muitos deles têm sido esquecidos pelos soberanos órgãos de
soberania.
Aqui, neste 345. Apontamento, cabe-nos
a iniciativa de assinalar esse descuido oficial. Porque ou há moralidade ou
colhem todos eles o esplendor das honrarias.
Questionamos: se um jovem
costureiro de D. Maria Cavaco Silva foi altamente condecorado, assim como jogadores
de futebol e treinadores do mesmo jogo, e alguns mais indiferenciados
desportistas; qual a razão para que os distintos desportistas do desenfreado
despesismo governamental e autárquico e os não menos distintos praticantes da
elevada corrupção nacional, não serão condecorados?
Qual o motivo das condecorações atribuídas
em Portugal somente serem distribuídas pelos compadres, amigos, parentes,
milhares de irmãos fraternos das Maçonarias e dezenas de devotos fiéis da Opus
Dei e por selecionados desportistas dos dois referidos campeonatos escolhidos a
dedo, de mágica, fugaz pertinência?
Apresentamos uma sugestão: os
ilustres despesistas, cobradores do Erário e corruptos bastante credenciados
pelas suas façanhas no desporto das falcatruas e que ainda não foram
contemplados com graus honoríficos das Ordens Nacionais, esforcem-se e metam
fortes cunhas para serem admitidos como filiados das Maçonarias e Opus Dei.
Certamente que será não meio caminho andado, mas percurso inteiro até ao espaço
temporal e recanto presidencial onde serão ostensivamente contemplados com um
qualquer grau honorífico.
Que espalhafatoso proveito lhes
faça à cachimónia!
Não cobraremos um chavo pela
sugestão!
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