340. Apontamento
Brasilino Godinho
22/Dezembro/2019
O COMUM GOZO PORTUGUÊS
DAS
CONDECORAÇÕES
Em ´tempo de Natal, de amizades
reafirmadas e de ofertas, lembrei-me das condecorações. Pela primeira vez
escrevo sobre elas.
Recordo aos leitores
aquilo que certamente sabem e que, por vezes, esquecem:
As condecorações
existem para festejar os irmãos das fraternidades, os amigos, os companheiros,
os compadres, os compinchas e até... o costureiro da primeira dama.
A propósito, questiono:
que razões haverá para não galardoar a dama do costureiro?... Ou a amante do
político?...
As condecorações, em Portugal, também
têm o alcance de celebrar os feitos heroicos dos futebolistas e de quantos na
vida representam a teatralidade do “faz-de-conta”…
Outrossim, contemplam magnificamente o tráfico de
influências entre políticos, sob um desígnio:
Se eu te condecoro, tu
me condecorarás, é uma questão de tempo e de oportunidade.
Alguns actos oficiais
das condecorações proporcionam um certo gozo.
É divertido ver os
directamente intervenientes um pouco compenetrados do seu papel no desempenho
daquilo que se figura como uma farsa bastante mal representada.
É de ver e rir todo
aquele cerimonial de cumprimentos em que se afecta uma cordialidade de muito
duvidosa existência e todo aquele festival de beijocas e de abraços que, de
antemão, se sabe nada terem de afectuosidade.
Enfim, geralmente,
trata-se de um espectáculo gratuito, de alta expressão da arte do faz-de-conta,
para inglês ver nas telas das televisões e os indígenas visionaram ao serão,
durante o telejornal.
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