312. Apontamento
Brasilino Godinho
11/11/2019
PRÁTICA INACEITÁVEL E ANTI-SOCIAL
ATIRAR PEDRAS E ESCONDER A MÃO
01. Tenho 88 anos de
idade. Nunca escrevi qualquer texto, artigo de opinião, manifesto, panfleto, carta
fechada, em que não apusesse o meu nome. Sempre assumi responsabilidade por
tudo que escrevo, digo e faço.
Com uma única
excepção que me era imposta pela lei:
não assinava os inúmeros projectos de vias rodoviárias, infraestruturas
urbanísticas e de alguns poucos projectos de edifícios e cemitérios, de que fui
autor; o que acontecia por não possuir a habilitação legal de engenheiro civil
ou de agente técnico de engenharia civil. Todavia, era do conhecimento geral
(das entidades oficiais e do público) de que os mesmos eram da autoria de
Brasilino Godinho.
E mesmo sob essa
condicionante sempre me concedi o critério de ser responsável pela boa
elaboração de cada projecto.
Tal postura cívica e
profissional foi sempre e continua sendo uma minha norma de procedimento e de
impositivo ponto de honra, que assumi desde a infância e de que nunca me
desviei e de que jamais me arrependi.
Nem sequer, quando uma
vez o ministério público esteve prestes a abrir um processo judicial contra
Brasilino Godinho e me convocou para durante três interrogatórios prestar
declarações e dessa forma dar sequência à acusação da entidade camarária que
tentava incriminar-me judicialmente por ter escrito uma crónica em que censurava
vigorosamente determinados expedientes processuais da autarquia. Ao fim dos
três interrogatórios o delegado do ministério público fechou-se em copas e não
mais fui incomodado. O processo foi um nado morto. A chefia autárquica enganou-se
no alvo, não acertou na “mouche” e bateu a má porta… Não contava que o crítico
Brasilino Godinho estivesse devidamente seguro e apto a fundamentar aquilo que
escrevera. Deve ter aprendido a “lição” e não repetiu a gracinha; apesar de,
posteriormente, o cronista Brasilino Godinho, de vez em quando, carregar na
tecla da oportuna crítica ou áspera censura à mesma câmara municipal.
E no exercício de
escrita de crónicas também devo referir que não utilizo a injúria, a ofensa
pessoal. Faço, sim, bastantes vezes, a crítica cerrada e vigorosa a entidades;
a qual é direccionada ao exercício da função, com incidência em acções de
âmbito oficial e de exposição pública; considerando que nessas condições os
visados se sujeitam à apreciação dos concidadãos. É como se estivessem expostos
numa montra na praça pública. Ou sujeitando-se às consequências, segundo o
ditado “Quem anda à chuva molha-se”.
02. Isto escrito
para acentuar – e disso se aperceber o leitor – quanto me repugna deparar em
qualquer sítio, Facebook e jornal, com escritos a coberto do anonimato ou
pseudónimo. Acho que tal procedimento é indecente e revelador de baixo carácter,
falta de ética e de nula personalidade. Para mais vincarem o seu desprezível procedimento,
há indivíduos que, sem se identificarem, lançam as mais torpes insinuações,
ataques e calúnias sobre pessoas que invejam, odeiam e perseguem com vileza.
São atitudes de canalhas!
Também se verificam
casos em que os anónimos acusadores fazem críticas ou reparos incisivos e
pertinentes. Mas perdem razão e carecem de credibilidade por agirem de forma
que hemos de classificar de manifesta cobardia. Pelo que quem preza a
seriedade, a transparência, a ética, a justiça, a honra e o respeito que deve a
si mesmo e ao próximo, não pode pactuar com tamanha falta de dignidade. Há que
não conceder aceitação, nem admitir nenhum crédito, a tantos que atiram
violentamente a pedra e escondem a mão. Os cobardes constituem uma espécie execrável
com a qual não se deve ter condescendência.
Infelizmente,
existem publicações e sítios na Internet e no Facebook que dão guarida a tão abusivas,
repelentes e condenáveis práticas anti-sociais. São coniventes! Não cumprem a
nobre missão de informar o público com seriedade e algum sentido de serviço
cívico em prol do bem-comum.
03. Minha atitude
normal: sempre que me chega um
escrito anónimo vai para o lixo ou é apagado. Só muito raramente leio tais
peças nojentas e pelo motivo de ir estando actualizado acerca do “mundo” canalha
e obsceno que existe em Portugal.
Foto da revista COFRE que lhe inseriu a legenda "Firmeza de ânimo"
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