317. Apontamento
Brasilino Godinho
14/Novembro/2019
EUFORIA VERSUS APREENSÃO…
01. APOSENTADO QUE SOU DA FUNÇÃO PÚBLICA, COMO NÃO
HOUVERA DE ESTAR GRATO AO GOVERNO, apelidado de socialista, suposto fraterno,
aparentemente solidário, e que não perde oportunidade de ser magnânimo?...
É que hoje tive notícia de que:
“AS PENSÕES VÃO TER AUMENTOS ABAIXO DE 1% EM 2020”.
02. Se fosse crente dava graças a Deus pelo facto
do ORÇAMENTO ter um saldo remanescente, uma vez que estarão contabilizados os
gastos programados com as milionárias pensões dos grandes vultos da República e
figuras de proa que, nalgum malfadado tempo, se asilaram no Palácio de S. Bento.
Folga monetária tão avantajada que possibilita ao
Governo ser magnânimo com a raia miúda, de modo a esta ficar enriquecida com o
satisfatório aumento de menos de 1%.
Como sou aposentado da Função Público estou
eufórico, face á perspectiva de em 2020 ver substancialmente aumentado o meu
poder de compra e sobremaneira reflectido numa inegável elevação do nível de
vida… a acreditar nas proclamadas boas intenções da rapaziada (des)governante.
03. Por outro lado, certamente mais realista,
convém não esquecer a circunstância dos (des)governantes portugueses da
Partidocracia que temos por sorte malfazeja, se têm distinguido em “tratar da
saúde” dos velhos, com vista a encaminhá-los direitinhos ao chamado
campo-santo; assim facilitando rapidamente e em força o cumprimento do desígnio
aventado pela conhecida Tia Ana do Moinho que, certo dia, viajando de autocarro
em excursão, ao passar no lugar do Picoto, concelho das Trevas, e à vista de um
cemitério, exclamou para a companheira Sebastiana da Silva: “Amiga Sebastiana,
olha! além o lugar para onde nós iremos se Deus nos der vida e saúde”.
Talvez conhecendo esta história os últimos governos
da Partidocracia têm-se empenhado em “tratar da saúde” dos idosos. Claro que
com o jeito que lhes é peculiar e de consabida intenção de lhes abreviar
acomodação nos cemitérios.
04. E face a esta hipótese maquiavélica a vida de
qualquer reformado (português de segunda ou terceira classe) deste País se,
ocasionalmente, eufórica por facilmente se deixar possuir pela ilusão suscitada
pelas vãs promessas dos (des)governantes, é permanentemente amargurada por ter
sempre a espada de Dâmocles apontada à sua cabeça.
l
Daí ter escrito : Euforia versus Apreensão…
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