316. Apontamento

Brasilino Godinho´

14/11/2019

TAL COMO OS DEPUTADOS

COM DUAS DIFERENÇAS…

Os meus amigos e os leitores atentos que lêem os textos que escrevo e publico sabem que sou um persistente, rigoroso, crítico das habilidades circenses dos políticos influentes; dos governantes incompetentes e abusadores; dos deputados que fingem ser aquilo que não são; dos licenciados arrelvados e socráticos que, audaciosamente, ocupam os ministérios; e dos mal-intencionados poderosos que, sem qualquer escrúpulo, tomaram conta da “Quinta Lusitana” e acabaram por serem os donos disto tudo.

Mas o que não sabem e agora aqui lhes comunico é que nos últimos tempos tenho imitado os deputados com duas sofríveis, mas significativas diferenças que explico de imediato.

Pois se os deputados estão habituados a fazer férias - segundo a moderna concepção de elas serem admitidas como serviço oficial – e a efecturem grandes viagens de veraneio turístico, cujas despesas são cobertas pelo orçamento da Assembleia da República, a diversas e longínquas cidades e regiões dos cinco continentes, sem saírem de Lisboa (o que é uma proeza de se lhe tirar o chapéu) com o benefício do usufruto de o Estado lhes pagar os elevados custos das dispendiosas deslocações; eu habituei-me nos últimos anos a fazer férias em diversos locais turísticos de Portugal e da Europa, das Américas, da África, da Ásia, sem sair de Aveiro (dispenso que me tirem o chapéu…).

Só que as aludidas duas diferenças são abíssicas:

- primeira, não saio de Aveiro, enquanto os deputados não saem de Lisboa;

- segunda, nas viagens brasilianas o viajante não recebe um chavo, ao contrário dos deputados a quem o Estado paga avultadas quantias com a maior ligeireza.

Esta, a importante comunicação que entendi dever transmitir aos amigos e leitores para que se saiba que sou acérrimo crítico do crítico Brasilino Godinho e para que, em tempo futuro, não venha a ser acusado de não coerência e de nem ter tido comportamentos transparentes e harmoniosos…

Como diria o Senhor De La Palisse: Noblesse oblige…