315. Apontamento
Brasilino Godinho
13/11/2019
RICOS E POUPADOS QUE SOMOS…
NUNCA CHEGAREMOS A MILIONÁRIOS…
Ó SORTE MALVADA DE TERMOS
FRACA GENTE A DESGOVERNAR O PAÍS!
01. Notícia de hoje, 13/11/2019
“Ana Mendes Godinho deverá
apresentar uma proposta de aumento do salário mínimo nacional dos atuais 600
euros para 635 já a partir de janeiro de 2020”.
Acabo de ter conhecimento que o
governo aprovou a proposta.
Presumo que as ministeriais
criaturas estejam festejando e abrindo garrafas de champanhe.
Acho muita graça à palavra “já”…
realço a feliz circunstância que lhe é subjacente… aplaudo a inspirada ideia
brilhante(…) do jornalista que embandeira em arco de concordância com a
magnífica benemerência do governo para com os felizes trabalhadores
destinatários; os quais, decerto, ficarão agradecidos pela fortuna que agora
lhes chega, como que atirada de pára-quedas e que me faz lembrar o bebé que vem
trazido aos pais no bico da cegonha…
02. A quantos cidadãos que sejam
sensíveis às gritantes desigualdades sociais, forem crentes e acreditem em
milagres, faço uma sugestão: Rezem a Nossa Senhora de Fátima pedindo o milagre
de os governantes, os presidentes das confederações patronais e os
administradores das grandes empresas públicas e privadas, serem devidamente compensados
a viverem durante um ano auferindo a fortuna do novo salário mínimo nacional de
€ 635 (seiscentos e trinta e cinco euros).
03. É pública a informação de que
10% dos portugueses (mais de um milhão) por serem ricos de nada, não compram
medicamentos por falta de dinheiro. Por exagerarem na poupança e, talvez, no
convencimento insinuado pelos políticos e governo que temos, de serem ricos,
pagam - com língua de palmo - um largo tributo que os arrasta, a breve prazo,
para os jardins das tabuletas.
04. Até reconhecida pelas
entidades superiores do Estado a existência de dois milhões de pessoas em
situação de pobreza. Estes portugueses ainda não atingiram o patamar de
prosperidade que é apanágio dos outros milhões que são venturosos ricos
contemplados com os 635 euros. Terão que esperar sentados pelo dia de S. Nunca (à
tarde) para lhes ser reconhecida a dignidade a que têm inegável direito.
05. É convicção geral que a fauna
das espécies alimentadas com doses maciças de euros que não lhes chegam para as
encomendas quotidianas, e que estão dispersas pelo privativo jardim zoológico dos
poderosos donos disto tudo e dos políticos, tudo farão no sentido de evitar a
distribuição da riqueza nacional.
06. De modo que o ordenado mínimo
nacional de € 635 em Portugal, coexistindo com ordenado mínimo de € 2071, 10 no
Luxemburgo, evidencia que, no mesmo tempo, em que somos “ricos” na crónica
pobreza, jamais atingiremos a condição de milionários dos luxemburgueses.
07. Entretanto quem pode e não
tem vergonha, vai “cantando e rindo” à moda da “Mocidade Portuguesa”, da
senhora ditadura da “Democracia Orgânica”, do ESTADO NOVO, que precedeu a
actual ditadura da PARTIDOCRACIA.
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