Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, novembro 17, 2019


319. Apontamento
Brasilino Godinho
17/Novembro/2019

FOI DITO POR ALTA AUTORIDADE
MILHARES DE PORTUGUESES
ESTÃO RAZOAVELMENTE PAGOS

O Presidente da República quando promulgou o decreto-lei que estabelece o aumento de 35 euros aos 600 euros do salário mínimo nacional, disse que ele era razoável. Ficou subentendido que razoável também é o salário de 635 euros. Outrossim, que a partir de agora a vida de quem aufere o salário mínimo nacional passa a ser razoável.

Com tanta razoabilidade ficou desperta a interrogação de qual é a verdadeira significação da palavra “razoável”.

Dê-me ao trabalho de consultar o dicionário, para que os leitores não julgassem que estava inventando significados de modo a compatibilizá-los com a demonstração que pretendo desenvolver neste texto.

Extrapolo.
Razoável :
que é conforme à razão – no caso, aqui em foco, a pessoal determinante razão da presidencial figura; qual ela seja?
- justo – na subjectiva e condescendente avaliação do Presidente;
- ponderado; sensato;– admitindo que o Presidente teria tido tempo, vontade, disposição, para fazer cuidada reflexão e chegar a tão estranha conclusão;
- moderado – concede-se o benefício da dúvida sobre a moderação presidencial no caso em apreço;
- conveniente – relativamente a quê? ou para quem? terá tido em conta, Sua Excelência;
- apropriado – como assim? Para que exacto fim?
- oportuno – o que determinou a oportunidade admitida pelo Presidente?
- aceitável – claro que o Chefe do Estado assim o considerou;
- regular – na concepção do Presidente… talvez no aspecto formal e expediente mediático;
- suficiente – suficiente? Decerto que o Chefe do Estado ter-se-á equivocado no pressuposto.

Resumindo as conclusões que me permito formular acerca dos enunciados significativos contidos na palavra “razoável”, utilizada pelo Presidente da República, para classificar a “benesse” do Governo no valor de 35 euros para todos quantos cidadãos que auferem o ordenado mínimo nacional; direi que, de modo definitivo, ela não é: justa, ponderada, moderada, conveniente, apropriada, oportuna, aceitável, regular, suficiente.

A mencionada, pretensa “benesse” de mais 35 euros ao salário mínimo nacional de 600 euros, não é razoável pela firme razão de as condições de vida dos supostos beneficiários serem de pobreza e de extremas dificuldades.

Repito: mais 35 euros por mês não altera minimamente esse triste quadro de miséria e de difícil e degradante sobrevivência. É uma vergonha nacional. E a nível europeu coloca-nos numa insuportável, humilhante, posição.

Lamentavelmente a palavra “razoável”, com excessiva carga pejorativa, empregue pelo Presidente da República, destoa da realidade, tem algum sentido de ferir a dignidade de muitos portugueses e provocará a maior perplexidade nos meios políticos e sociais melhor informados da Comunidade Europeia.

Uma circunstância que é demonstrativa de que, das altas autoridades deste País e na actualidade, não se devem esperar acções consertadas tendentes a acabar com a pobreza e a fomentar a evolução progressiva de melhoria das condições de existência da maioria dos portugueses. 

Uma última observação: não há dinheiro para coisas e tarefas imprescindíveis, mas existem sempre verbas disponíveis para gastos supérfluos, pensões milionárias de grandes figurões, mordomias distribuídas a esmo e festanças.

Tenha-se consciência de que Portugal precisa urgentemente de remodelação política e outro melhor, eficaz e competente estilo na prática governativa.