275. Apontamento

Brasilino Godinho

17-9-2019

CAMPANHA ELEITORAL EM PORTUGAL

RELES PARADA DA PARÓDIA POLÍTICA

UM RELAMBÓRIO MUI INSUPORTÁVEL

Todos aqueles cortejos e arruadas, almoços e jantaradas, festivais de beijocas em peixeiras e vendedoras de mercados, discursatas e apelos ao voto, que compõem o quadro folclórico impropriamente designado por campanha eleitoral (como se todos os dias não houvesse campanha eleitoral em terras lusas); estão de tal forma delineados, enrizados e repetidos nos hábitos do regime de Partidocracia que tem (des)governado a Nação, que se me impõe a  obrigação cívica de recorrer ao profiláctico afastamento.

Factor também importante para assumir esse compromisso comigo próprio e com os leitores que seguem diariamente os meus escritos, é a circunstância de que são sempre os mesmos artistas do circo político que se envolvem nessas actividades folclóricas e de serem amplamente conhecidos os termos palavrosos e o sentido oportunista das mensagens maquiavélicas em que fervorosamente se contemplam.  

E focado neste aspecto tome o leitor atenção ao que dizem na afirmativa e na contradita os propagandistas das formações partidárias - do governo e das oposições:

Eu fiz bem!

Eu faço melhor!

Eu farei mais e muitíssimo bem!

Nós faremos bastantes coisas e loisas de arregalar o olho!

Ele fez mal e porcamente!

Ele não fez o que devia fazer!

Eles foram incompetentes!

Eles só fizeram disparates!

Nós somos democratas!

Eles são comunas e (ou) fascistas!

Nós vamos correr com a geringonça!

Eles estão destruindo Portugal!

Nós vamos salvar Portugal!

Ora todo este relambório inútil, grotesco e fastidioso, já se tornou insuportável.

Lamentável que bastante gente ainda se deixe sugestionar por tanta conversa da treta, decorrente das paradas da paródia política que vão acontecer no território nacional.