“ETERNO AUTODIDACTA”
“Conheci
Brasilino Godinho aos 77 anos, quando entrou na sala de aula para começar os
seus estudos de licenciatura.
Foi um aluno atento, estudioso, dotado da vontade
de cumprir um desígnio. Revelou-se tão afável na conversação como cáustico nas
crónicas de incidência política.
A argúcia que lhe encontrava nos olhos para me
ouvir, via-a transformada em acção combativa no seu livro e nas redes sociais.
Observei, portanto, a singularidade de um homem afável na conversa e
intempestivo na opinião. Não concordei sempre com os seus pontos de vista, mas
habituei-me a respeitar a sua franqueza.
Quando
passou para doutoramento e me coube acompanhá-lo em posição secundária na
elaboração da tese, verifiquei que era um eterno autodidacta, que cultivava
acima de tudo a opinião, a subjectividade e a crítica acerba.
Um homem seguro
dos seus pontos de vista, ilimitado a concebe-los e a defendê-los.”
(In
VIDA UNIVERSITÁRIA DE BRASILINO GODINHO, Prefácio de Nuno Rosmaninho, p.7,
Edições Esgotadas, 2018)
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