274. Apontamento
Brasilino Godinho
16-9-2019
A LUSA CAIXA DE
PANDORA
COLOCADA A BOM
RECATO
O que se passa em
Portugal concernente aos lamentos e protestos de muitos cidadãos sobre a
impunidade com que se acumulam no dia-a-dia os crimes e os ilícitos de
corrupção – e que redunda em mui crescente mal-estar da gente séria que ainda
existe no nosso país; configura uma escabrosa situação de todo inaceitável, mas
dir-se-ia sem remissão; até por reflexa falha no apuramento da causa
determinante de muitos portugueses de primeira classe se passearem com descaro
e sem-vergonha pelos Estoris, Cascais e Avenidas Novas da alfacinha capital,
sem serem minimamente molestados pelas autoridades de Portugal.
E muitos cidadãos verberarem tal estado de coisas abjectas, existente
neste tempo de falseada democracia formal, releva de ninguém assumir
inequivocamente a realidade de que o cerne da questão incide na Caixa de
Pandora; a qual, está depositada no Palácio de S. Bento e que tem por guardião
o próprio Chefe do Governo, em cuja posse se encontra a respectiva chave. E municiado
de tal peça, o Chefe do Governo representa-se como figura subalterna da
Corporação/Clã dos grandes figurões, a que nos últimos tempos se lhes apôs o
rótulo ou o figurino de “DONOS DISTO TUDO”.
Logo, se eles são donos disto tudo, a Caixa de Pandora, da
sua enorme satisfação e assegurado proveito, também lhes pertence, embora
depositada em S. Bento. O que significa uma pesada responsabilidade para o
governante que a tem em seu poder e uma ardilosa forma de a Corporação se
permitir usá-la como se fora uma Espada de Dâmocles suspensa sobre a cabeça do
Primeiro-Ministro em exercício das respectivas funções, qualquer que seja o
governo.
Trata-se de um artefacto bélico, qual perverso instrumento de
chantagem sempre latente e que tem a vantagem de aos “DONOS DISTO TUDO” lhes
assegurar plena liberdade de movimentos e a segurança de jamais serem
incomodados pelos serviços policiais e judiciais.
O leitor observará: “Como assim?”
Muito simplesmente porque se o chefe do governo, um dia lhe
desse a veneta de pegar na chave e abrir a Caixa de Pandora, dela sairia bastante
matéria pestilenta e mal cheirosa que se expandia pelo vasto pântano e que o
tornaria mais repugnante e nefasto. O leitor nem queira saber tudo o que de podridão
nela se guarda e os estragos imensos que se produziriam na Corporação/Clã dos
DONOS DITO TUDO e afectando, sobremaneira, as vidas e reputações dos inúmeros
“políticos” tutelados e testas-de-ferro que lhes são adjacentes.
Por conseguinte, a portuguesa Caixa de Pandora funciona como
o “anjo da guarda” de todos os bons e ilustres cidadãos que se contemplam
embevecidos na festejada qualidade(…) de corruptos de alto coturno.
Em Portugal, julgar e condenar os corruptos?
O leitor, pode tirar o cavalinho da chuva…
Em alternativa: Esperar sentado… interminavelmente!
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