Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, outubro 01, 2018


UMA LUFADA DE AR FRESCO NA ONU
 A BEM DE PORTUGAL, DA EUROPA E DO MUNDO

Brasilino Godinho     
30-09-2018

01. Uma das vantagens que detenho na minha provecta idade de 87 anos é que posso dar veros testemunhos sobre o que se passou ao longo do século XX e dos anos do presente século XXI, em Portugal e no Mundo, sem precisar de recorrer aos arquivos, aos compêndios de História e às informações de terceiros que muitas vezes não são pautadas pela seriedade, pelo rigor, pela isenção e pela verdade.
E apraz-me dar esse sério contributo à sociedade. Ele se concretiza pela forma com que exercito a capacidade e o engenho que está ao meu alcance demonstrar aos meus concidadãos.
Habituei-me a partir dos sete anos de idade a ter um olhar perspicaz face ao espaço que me rodeia, à vida colectiva da sociedade portuguesa e aos acontecimentos internacionais.
A propósito e a título de satisfazer a natural curiosidade de quem me lê e de melhor me dar a conhecer aos amigos, leitores e público, anoto o breve apontamento de que já em 1942, com onze anos de idade, não tinha dificuldade em discutir, numa roda de adultos, a evolução da guerra. Foi algo excitante para o juvenil Brasilino Godinho poder ter esse desempenho de intercomunicação, associada a aspectos de natureza sociopolítica. O que decorria de seguir atentamente a evolução da Segunda Guerra Mundial nas diversas frentes de batalha na Europa, África e Ásia. E, também, acompanhar na medida das possibilidades ao meu alcance, tudo o que se seguiu nas multifacetadas fases de reconstrução dos países devastados pela guerra e quanto à criação e formatação dos novos países que emergiram impulsionados pela ONU, após o final do conflito em 1945.  
No que reporta a Portugal, quarenta e três anos da minha vida foram passados durante a vigência do Estado Novo, chefiado por António de Oliveira Salazar e, na fase derradeira, por Marcelo Alves Caetano. No decorrer dos anos de adolescência conservei alguma admiração por Oliveira Salazar; a qual, se foi desvanecendo até que, praticamente, cessou no ano de 1954; coincidindo com a ida para os Açores no exercício de funções públicas. O que foi sucedendo por me ter habituado, desde os tempos da escola de ensino primário, a exercitar o espírito crítico e o rigor nas apreciações que ia formulando à cadência do tempo e das circunstâncias que se iam sucedendo. Uma mais-valia pessoal que reconheço e sinto obrigação de enaltecer: devo-a à Filosofia, minha apaixonada (qual madre) de adolescência! Ela foi - e continua a ser - a inspiradora e a grande mestra da minha vida. 

02. Escrito isto, é altura de iniciar a abordagem do tema central desta crónica brasiliana: a lufada de ar fresco que, no dia 26-09-2018, irrompeu na ONU no decorrer da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
O ambiente era de um certo pesadelo. Havia desconforto e apreensão em muitas delegações. Uma deplorável situação suscitada pelo discurso de tom conflituoso pronunciado no dia anterior por Donald Trump.
Então, nessa data, ida de Lisboa, impetuosa e benfazeja, tendente a aliviar a tensão latente, acercou-se da tribuna da Assembleia uma consistente lufada de ar fresco que marcou indelevelmente a frescura, a leveza e benignidade, da sua passagem pelo majestoso espaço.
Ou seja: assim configuro a grandeza e o brilho da intervenção discursiva do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Estou convencido, pelo que já consegui ler do discurso, de que o mesmo terá sido uma excelente peça oratória; quer pela oportuna temática, pelos elevados conceitos expendidos e pela valia das reflexões enunciadas de consistente textura; quer pela firmeza, nele expressa, com que apontou e verberou o primarismo das atitudes, a vacuidade das ideias de Donald Trump e os perigos advindos das políticas agressivas que o dirigente norte-americano pretende impor a nível mundial.
Se ao discurso do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa se juntar a sua meritória e corajosa atitude de não aplaudir o discurso do homólogo americano no dia anterior, esta ida do Presidente da República de Portugal à sede da ONU fica marcada como um acontecimento sem paralelo no historial das inúmeras intervenções dos seus antecessores em qualquer tempo e lugar de Portugal e do Mundo. 
Com grande sentido de Estado, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa deu realce ao louvável procedimento que teve de não subserviência perante a hegemonia, a arrogância e a detestável arbitrariedade norte-americana e evidenciou que os princípios e os valores que dignificam as pessoas e as nações devem ter a primazia sobre outras questões: políticas, económicas, nacionalistas, rácicas, religiosas, de afirmação ideológica, de índole estratégica, de indecente conveniência oportunista.
Uma grande lição!
Não tenho memória de que algum outro Presidente da República Portuguesa tivesse tido uma intervenção, em qualquer país, tão brilhante, como a do actual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, aqui em apreço.

03. Julgo não ser despiciendo afirmar que tenho sido um persistente crítico do Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. Não por teimosia, maldade ou prazer; mas por decorrência do grau de exigência que, frequentemente, introduzo nas apreciações dos actos das personalidades expostas na montra da praça pública. Mais anotando: na eleição presidencial nem lhe dei o meu voto. De que dei informação aos leitores das minhas crónicas.
Também por isso e nessa condição de antigo, persistente e rigoroso crítico do Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa - que não renego - sinto que devo, com a minha habitual frontalidade, mesmo grau de exigência cívica e sem papas na língua, dar público conhecimento de que agradeço ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ter representado tão dignamente Portugal. O actual Chefe de Estado prestou um relevante serviço à Pátria. Fê-lo com elevação, brilho e inteligência! A Bem-da-Nação! Em prol da Europa! Para benefício do Mundo!
Expresso-lhe as minhas felicitações. Bato-lhe palmas.
Bem-haja!