Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, agosto 03, 2018

 


VIDA UNIVERSITÁRIA
DE
BRASILINO GODINHO

ADENDA
UM FENÓMENO DE NATUREZA ÍNTIMA
Brasilino Godinho
01. O livro
O livro VIDA UNIVERSITÁRIA DE BRASILINO GODINHO foi escrito num abrir e fechar de olhos.
Decidido a escrevê-lo impusera-me a obrigação de o lançar no dia 02 de Junho de 2018, coincidindo com a data de entrega do meu diploma de Doutor. O prazo disponível para o efeito pretendido era muito curto. E a tarefa da escrita era suficientemente absorvente para não me facultar a calma e ponderação de decidir sobre a hipótese que se me colocava de, na obra, relatar um fenómeno de natureza íntima que ocorreu logo no final do meu primeiro ano lectivo, na universidade aveirense (2008/2009).
Em conformidade, a obra é omissa quanto ao apontado fenómeno.
O cuidado posto em tal opção teve a ver com a essência e expressão do fenómeno que sucedeu em circunstâncias invulgares; foi vivido intensamente por Brasilino Godinho; por que dizendo-lhe directamente respeito; e, ainda, com o facto de não ter sido testemunhado por ninguém.
Por isso, se o livro foi escrito num abrir e fechar de olhos, a decisão de relatar o fenómeno, na presente ADENDA, releva de ela ter sido determinada com os olhos fechados e eu aquietado em profundo recolhimento e meditação.
Agora, que apresento a Adenda por julgar que tem interesse dar público conhecimento de uma invulgar ocorrência que esteve intimamente associada à minha vida académica, reservo a consolação de crer que muitos mais olhos vão estar abertos e atentos na leitura da peça aqui em foco. Referente ao fenómeno que passo a relatar.
02. O fenómeno 
Minha mulher, Luísa Maria Albernaz Tapia Godinho, precedendo um namoro de quase dois anos, compartilhou a vida comigo durante 51 anos. Foi esposa de nobre carácter, dotada de forte personalidade, dedicadíssima ao marido e aos filhos. Deixou gratas recordações a todos os familiares, pessoas amigas e conhecidas.
Morreu no dia 02 de Junho de 2008, pelas 17 horas. 
Brasilino Godinho, entrou pela primeira vez (na sua vida, que à data contava 77 anos), a frequentar a universidade no dia 20 de Outubro de 2008. 
Assinalo que a partir do meio da tarde do dia 02 de Junho de 2009, estava em plena aula da disciplina de Espanhol, a fazer um teste final. A prova decorria normalmente, sem dificuldades. Eis senão quando chego ao penúltimo item do questionário. O que está escrito e me é solicitado?
Isto:
Escreva um pequeno texto de exaltação da pessoa amada.

Nem queria acreditar no que estava a ler. Fiquei em estado de choque! As lágrimas corriam-me pelas faces. Durante dez minutos não as contive. Nem fui capaz de escrever uma palavra. Entreguei a prova sem fazer qualquer revisão sobre o que houvera preenchido.
Durante aquela eternidade, sem me aperceber do que realmente fazia para encobrir a conjuntura aflitiva, ter-me-á valido a circunstância de estar sentado na fileira da frente da sala de aula e ao canto da parede, sem companhia ao lado.
Por sorte, nem a professora, Dr.ª Beatriz Moriano, nem os colegas, se aperceberam daquele transe de grande sofrimento. Dias após e já sabendo a classificação da prova, informei a professora do que se tinha passado. Ficou bastante surpreendida.
Até nem tinha conhecimento da minha viuvez.
03. Caracterização do fenómeno
Minha mulher morreu às 17 horas, do dia 02 de Junho de 2008.
Na condição de viúvo, pelas 17 horas do dia 02 de Junho de 2009 (um ano depois e à mesma hora) em plena prova escrita, na universidade, sou solicitado a escrever um texto amoroso sobre a pessoa amada (a minha falecida, linda e saudosa mulher).
Permito-me a liberdade de fazer chamada de atenção para os seguintes dados: mesmo dia, mesma hora, e invulgar tema, sua especificidade e relativa pertinência.
Também surpreendente a escolha do tema da redacção que era solicitada. 
Enfim, tantas coincidências que me suscitam a designação de ter sido um fenómeno.
Para o qual não tenho explicação.  E que ainda hoje me conserva impressionado.