155.
APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
17 de Julho de 2018
BRASILINO GODINHO
17 de Julho de 2018
“DESCANSE EM PAZ”…
Não se dê o caso de ir descansar em guerra… O que seria uma grande
chatice!
Tais
votos de DESCANSE EM PAZ se levianamente interpretados, pretendem ser de
tom pesaroso e, nalguns casos, também insinuando-se como manifestação de novo
modismo chique. Vai sendo frequente lê-los nos obituários.
Só que outra
é a realidade semântica e a racional apreciação crítica que deve prevalecer
sobre o pretensiosismo da fala mal concebida e pior expressada.
DESCANSE
EM PAZ… UMA OVA!
É que se
trata de uma frase sem sentido. Diga-se: Absurda! Irracional!
Emparvecida! Disparatada!
Desde logo, na imediata
interpretação, é como admitir que o morto tem vivido em guerra e agora noutro
estado, por sinal, imaterial vai, finalmente, em diferente modo de ser e de
estar – o de morrido - viver(…) em
paz.
Mas, também, uma recomendação sem
pés, nem cabeça, relativamente a quem tenha sido um cidadão que viveu em paz e
sossego – o que, levada a sério, seria como que chover no molhado – como dizem
os brasileiros. E ela, ainda, ser feita com a particularidade de natureza ofensiva
para com a memória do finado, na medida que lhe desvaloriza essa sua peculiar
faceta.
Por outro lado, seria
interessante e de agradecer que, quem assim formula votos de vida eterna em
paz, algures em parte incerta, demonstrasse que em tais paragens nunca houve
guerras. Aliás, fica a sensação de que nelas é conhecida a existência de um
clima guerreiro; uma vez que se está a desejar que o morto descanse em paz -
não se dê o caso de, possivelmente, ir descansar
em guerra; aqui, neste ponto, implicitamente admitida a bélica objecção, em
contraposição ao formulado desejo do descanso em paz.
Moral a extrair: se o morto,
desgraçadamente viveu em guerra, terá perdido como ser vivente a verdadeira
oportunidade do descanso; a qual lhe é, sem fundamento e com nula
objectividade, apontada na hora do seu passamento.
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