PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO.
NEM PRESUNÇÃO,
NEM ÁGUA BENTA
Capítulo XIV
NEM PRESUNÇÃO,
NEM ÁGUA BENTA
Capítulo XIV
Brasilino
Godinho
BRASILINO GODINHO, PERSONA NON GRATA…
PARA GOVERNO, PARLAMENTO E PRESIDÊNCIA
Portugal vive um período conturbado da sua história.
A nação está sobrevivendo penosamente após anos de profunda
austeridade que infernizou a vida de milhões de portugueses e até tendo arrastado
para a morte milhares de idosos, que não figuram nas estatísticas oficiais.
E como geralmente sucede em tempos de crises avassaladoras
que tomam diversificadas formas dilacerantes, também nestes últimos anos de
vigência de políticas aberrantes e lesivas do tecido social, verificou-se uma
generalizada degradação nos usos e costumes, nas áreas da Moral, da Ética, da
Política, da Administração Pública, do Ensino, da Educação e na caracterização
da vida colectiva.
Dada a natureza desta Crónica de Vida Universitária vou
deter-me em correlativa apreciação do Ensino e da Educação, considerando que
ambos sectores têm influência decisiva no futuro do País.
Para além do debate que persiste sobre a natureza,
programas e metodologias do Ensino, que aqui não cabe âmbito de acompanhamento,
importa-me registar os graus do facilitismo e degenerescência funcional que
imperam em alguns sectores dos ensinos básico, secundário e universitário.
Da simplificação excessiva que impera nalgumas escolas há
transposição para as carências notadas nos ingressos às universidades. É
confrangedor o mau uso da fala e escrita do português – o que denota o desprezo
pela língua pátria a que ela é sujeita logo nos ensinos: básico e secundário. As
falhas de estudos de Filosofia, de Latim e as debatidas deficiências em
Matemática, reflectem-se na incapacidade de raciocínio lógico e coerente,
manifesta nas camadas jovens. Por outro aspecto, tal abrangente deficiência
intelectual associada à recusa da prática da leitura tende a tornar os estudantes,
na idade adulta, analfabetos funcionais e culturais.
Paulatinamente, ao longo dos anos, assim foram sendo reunidas
as condições provisionais a que os partidos do centro político lançaram mãos
para urdirem meios institucionais e expedientes baseados na permissividade,
laxismo e total ausência de rigor, na formação dos jovens das suas jotas.
Chegou-se a um contínuo descalabro patente nas caricatas
formaturas universitárias à base de esquisitas, patéticas e ridículas
equivalências que, geralmente, quase atingem a totalidade das disciplinas dos
respectivos cursos. A essas licenciaturas eu designo por arrelvadas, socráticas e felicianas; as quais, não suscitando
oposição/condenação firme e vigorosa do Ministério do Ensino e Educação, estão
desacreditando o ensino universitário português junto de pessoas que têm o mau
hábito de confundir a árvore com a floresta; embora esta, no campus de oficial matriz, esteja
felizmente viçosa e robusta.
Mais de assinalar que, se da parte do ministério tutelar do
sector de Ensino tem havido inoperância, também do governo não têm havido
reacções de rejeição de tais situações anómalas. Ora se há omissão de acções ou
de medidas saneadoras do sistema de abandalhamento do ensino superior, isso se
confundirá com permissão tacitamente admitida e (ou) apoiada pelas entidades
que superintendem na área do Ensino em Portugal – o que, desta maneira
enviesada, parece convir ao poder político.
Poder político situado no alto patamar do Governo, da
Assembleia da República e até do Presidente da República – visto que Sua
Excelência se tem abstido de tomar posições de repúdio pelas licenciaturas tão
obscenamente mal-amanhadas – para usar a sugestiva expressão das gentes
açorianas.
Entenda-se que juventude impreparada, mal nutrida de saber
e educação, sem apego à Moral, à Ética, aos deveres de cidadania e povo
condicionado num plano rasteiro de menoridade cívica, de incapacidade analítica
e absolutamente desprovido de rigoroso sentido crítico - porque ser analfabeto
funcional e cultural - são neles (juventude e povo) factores prevalecentes como
requisitos essenciais de especial afeição e de imperiosa exigência para quantos
políticos e governantes se predispõem a enganar, maltratar e explorar os
concidadãos.
Neste tenebroso e maléfico quadro degenerativo do Ensino em
Portugal, todo e qualquer evento que suceda em sentido contrário ao statu quo põe em causa a política
permissiva e degenerativa das licenciaturas concedidas por instituições
(supostas verdadeiras universidades) que renegam a missão que lhes caberia
prosseguir em prol da boa formação dos seus alunos.
Pois face ao quadro degenerativo
a que aludo no precedente é evidente que o percurso académico de Brasilino
Godinho iniciado em fins de Outubro de 2008, com a idade de 77 anos e terminado
a 05 de Julho de 2017, aos 85 anos, constitui um caso muitíssimo aborrecido e
deveras perturbante para quantos possuídos de altos poderes, tão
displicentemente desgovernam no campo do Ensino e da Educação. Foi mesmo uma
tremenda, violenta - e retumbante a níveis nacional e internacional - pedrada
no charco localizado no fedorento pântano sociopolítico em que está
transformada parte avantajada da sociedade portuguesa.
Para agravar o desprazer e a
inquietação de Suas Excelências destaque-se a insolência diga-se a sobranceria,
de Brasilino Godinho ter-se permitido a desfaçatez de ter obtido a
classificação de 17 valores nas provas de acesso à Universidade; de ter obtido
a Licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas, com a classificação de 15
valores a 18 de Dezembro de 2012; de haver alcançado o Diploma de Estudos
Avançados em Estudos Culturais com a média final de 16 valores, em Setembro de
2013; e ter obtido o grau de Doutor em Estudos Culturais, por concessão unânime
do júri da respectiva prova de aptidão académica.
Mas pior do que esses resultados
terá sido o abuso da função de estudante cumpridor e diligente a que Brasilino
Godinho deu persistente curso. Durante os oito anos de escolaridade
universitária foi assíduo participante nas aulas (teria dado talvez umas dez
faltas por motivo de doença).
Outra desvergonha, como tal, certamente
admitida e condenada pelos detentores do Poder em Portugal, é focada na
incrível circunstância de nunca a Brasilino Godinho lhe ter passado pela cabeça
requerer equivalências a quaisquer disciplinas dos dois cursos universitárias
que frequentou assiduamente e que concluiu por inteiro.
Apesar de o poder ter feito; à
semelhança de um político que requereu e obteve uma equivalência universitária por
ser presidente da assembleia geral de uma associação folclórica no Ribatejo.
Desde logo porque, igualmente no Ribatejo, em Tomar, Brasilino Godinho foi
campeão do jogo de berlinde que praticava em renhidas competições no tempo de
instrução primária…
Esta possibilidade de excelente equivalência
é aqui citada para, eventualmente, cercear a veleidade de um qualquer astuto
político vir à praça pública proclamar que o Brasilino Godinho se não pediu
equivalências terá sido por ser destituído de quaisquer habilidades ou aptidões…
Pelo que se expôs nos precedentes
Brasilino Godinho terá ultrapassado todos os limites das inconveniências
sentidas pelas criaturas da governança; também (imagine-se!) por ter efectuado
todos os testes e (ou) exames das disciplinas dos dois cursos.
Por tudo isto, sucintamente
exposto, compreender-se-á que Brasilino Godinho sendo detentor de dois cursos
universitários (Licenciatura e Doutoramento) não creditados pelas incríveis universidades
de Lisboa que têm a audácia, o privilégio, o beneplácito/bênção governamental e
o proveito monetário, de atribuir formaturas rotuladas de universitárias, nos
moldes que se afiguram ser do agrado do Governo, da Assembleia da República e
da Presidência da República, não merece - da parte de suas venerandas
excelências - atenção, nem respeito, sequer alguma espécie de consideração.
Brasilino Godinho por ter
desrespeitado o statu quo ante é, para a nacional classe
dirigente, persona non grata…
Afirmo: com muita
honra!
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