Uma curiosidade histórica
Brasilino Godinho
24 de Outubro de 2015
Para
quem não sabe, Portugal conta no seu historial dos últimos 50 anos com dois
venerandos* chefes de Estado. E qualquer deles com a singular característica de
serem detentores, em moldes quiméricos, de grande gabarito intelectual…
O
primeiro venerando chefe de Estado, 13.º presidente da República, foi o almirante
Américo Deus Rodrigues Tomás que gostava de cortar fitas e de caçar perdizes no
Alentejo.
O
segundo venerando chefe de Estado, 19.º presidente da República, actual
detentor do cargo presidencial, é o Doutor Aníbal António Cavaco Silva, que gosta
de viajar pela estranja; comer pastéis de nata e visitar fábricas em Portugal; e
subir a coqueiros nos territórios africanos.
Ambos
se creditam na diacronia do tempo pela valia dos seus discursos, que muito se
assemelham nos conteúdos e nos atropelos das linguagens utilizadas.
Esta
minha anotação é formalizada pela circunstância de o último discurso do actual
venerando chefe de Estado, no p.p. dia 22, do mês corrente, me ter sugerido a
ideia de informar os meus leitores sobre a curiosidade histórica da existência
dos dois venerandos chefes de Estado.
Além
disso, ao ouvir o venerando Cavaco parecia que estava a ouvir o venerando
Tomás. Discurso quase tirado a papel químico dos que eram produzidos pelo
referido antecessor. Até a voz parecia a mesma.
Um
circunstancialismo insólito e de significativa incultura, sem paralelo nos
países da Comunidade Europeia.
Espero
que tal particularidade da História de Portugal não dê azo a demanda turística
de estrangeiros ávidos de conhecer excentricidades…
Mesmo
que o país necessite de desenvolver a indústria do turismo…
Meu
voto: Que o desenvolvimento aconteça! Nunca, pelas piores motivações, que tanto
afligem milhões de portugueses.
*
Venerando – Tratamento que a
nomenclatura do Estado Novo atribuía ao presidente da República, Américo Tomás
e que os jornais incluíam nas notícias em que era focada a sua pessoa.
Venerando
Américo Tomás. Venerando Cavaco Silva.
Nele,
realça a cabeça, Nele, salienta-se a barriga,
a parecer
uma abóbora… a parecer inchada…
Em
ambos: retratado o patético aspecto
do semblante, a denotar algum constrangimento…
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