EM ÉPOCA ELEITORAL DOIS MINISTROS FESTEJAM-SE PELAS ILUSÓRIAS,
REDUZIDAS, TAXAS DE DESEMPREGO.
DEVIAM, SIM, ENTRISTECEREM-SE E PENITENCIAREM-SE PELAS MORTES QUE LHES
ESTÃO ASSOCIADAS E DE QUE
SÃO RESPONSÁVEIS
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Mota Soares, com ar pesaroso, olhos
cerrados, pensando na morte da bezerra; ou, talvez, rezando em cumprimento de
penitência pelos pecados governamentais?
Paulo Portas, manhoso, olhando de
soslaio, prestes a comemorar
a sobrevivência da vaca leiteira… e a
vendê-la a dourado chinês.
Quiçá,
relutante em acompanhar a reza do seu parceiro?
Brasilino Godinho
Aqui
colocadas as fotos de dois ministros que hoje, dia 3 de Junho de 2015,
festejaram alegremente a descida em meio ponto percentual da taxa de desemprego.
Só
que não há motivo para festejar. Nem, sequer, é novidade.
Há
dois anos que vimos dizendo que as taxas de desemprego vão descer todos os
anos.
Será
que somos bruxos? Não!
A
explicação é por demais óbvia.
É
que tais descidas são resultantes das perniciosas consequências das medidas
implantadas segundo a Cartilha Política
do Governo.
Para
a trazer ao conhecimento do público e precedendo a devida vénia formal à
parceria que a concebeu, damos à estampa a Cartilha
Política do Governo que tem estado escondida em sede do grémio governamental.
Disponham-se
as leitoras e os leitores a lê-la com a imprescindível atenção, e ficarão
cientes da justificação de as taxas de desemprego virem a diminuir desde há
dois anos.
CARTILHA POLÍTICA DO GOVERNO
Direitos de autor: Parceria
Coelho & Portas, Comp.ª, L.ª
1. Empobrecer a maioria dos
portugueses.
2.
Reduzir salários dos trabalhadores e pensões dos reformados de médios e menores
rendimentos.
3.
Provocar a elevação do custo de vida, através de persistentes aumentos dos
transportes, energia eléctrica, gás, combustíveis, telefone, vestuário e de
produtos essenciais à existência ou, nalguns casos, mesmo à sobrevivência. O
objectivo a prosseguir com inabalável determinação é o de - conjugando cortes
de rendimentos com os agravamentos das despesas obrigatórias de alojamento,
alimentação, saúde, transportes, ensino - dificultar ao máximo a vida dos
cidadãos mais carenciados e levá-los rapidamente à morte. Será um expediente
que dará pouco nas vistas, mas que, bem aplicado, tenderá a saldar o défice
orçamental da Segurança Social.
4.
Aumentar os impostos e sobrecarregar os cidadãos com sucessivas elevações das
taxas de moderação, de utilizações de serviços, multas e coimas. Instigar os
polícias na caça às multas e atribuir-lhes percentagens das mesmas; como se
fossem gorjetas por tão prestimosas colaborações com os intentos dos
governantes.
5.
Restringir o acesso aos cuidados médicos nos hospitais e clínicas e à aquisição
de fármacos a todos que vivem em extremas dificuldades, sem meios de subsistência.
6.
Criar as piores condições de vida aos cidadãos idosos e mais excluídos da
sociedade, com o objectivo de lhes apressar a morte; e assim prosseguindo uma
orientação de genocídio de algumas franjas da população. O conhecido caso do
ministro das Finanças do governo japonês que proclamou: morte aos velhos! deve
ser tido em conta como um referencial inspirador da acção dos serviços competentes
abrangidos no específico e discreto sector governamental.
7.
Incentivar a gratuita exportação da maior riqueza do país: a qualificada massa
cinzenta. Esta é uma valiosa medida de contribuição para a decadência do país
que ao governo cumpre levar em frente sem desfalecimentos; mas com ardor,
entusiasmo e determinação.
8.
Providenciar que as unidades de saúde funcionem numa perspectiva de redução
drástica de despesas de manutenção e de prestações de serviços médicos; a qual
deve ser prosseguida com todos os cuidados de confidencialidade, para obstar ao
eventual surgimento de ondas de choque na sociedade civil (a sociedade militar,
por norma, conserva-se alheia a esta problemática social).
9.
Cercear meios financeiros aos estabelecimentos de Ensino, especialmente aos dos
sectores politécnico e universitário. Com a prioridade de se cortar nos custos
em detrimento da qualidade; a qual, deverá ser disfarçada com a inflação de
classificações dos discentes que, per se,
assegurem boas posições nas tabelas europeias de avaliação dos resultados das
universidades da Europa e do Mundo. O que, igualmente, será uma forma de manter
o patamar da fragilidade da economia e da deterioração do tecido social. Ou
seja: de preservar a menoridade da nação portuguesa.
10.
Providenciar o colapso das unidades industriais e os respectivos
desmantelamentos, com vista a afectar a economia e como medida adjuvante do
conjunto de providências que, previstas nesta Cartilha Política do Governo, convergem no ataque cerrado ao tecido
social.
11.
Provocar o encerramento dos estabelecimentos do pequeno comércio.
12.
Alienar ao grande capital estrangeiro a propriedade e exploração das grandes
empresas nacionais como a Galp, PT, CTT, TAP.
13.
Privatizar, à escala nacional, os serviços de bem-comum como sejam os de abastecimento
de água às populações, que arrastarão o recomendável aumento das tarifas de
consumo, para mais complicar a vida à malta trabalhadora.
14.
Facilitar a criação ou a existência de universidades vocacionadas para a
concessão de licenciaturas, tipos arrelvadas e socráticas, aos rapazes e
raparigas das juventudes partidárias dos maiores partidos do arco-do-poder e,
ainda, para a conveniente lavagem do chamado dinheiro sujo. Outrossim, um
excelente instrumento facilitador de, em simultâneo com o programado decréscimo
da natalidade, ser mantido e, sobremodo, ampliado o processo de aniquilamento
de Portugal.
15.
Implementar e desenvolver todo um programa de emprego jovem, devidamente
remunerado a altos níveis monetários, nos ministérios e departamentos oficiais,
exclusivamente destinado a ser aplicado aos rapazes e raparigas militantes,
filiados ou simpatizantes do PSD e do CDS/PP. Com a vantagem de aprofundar o
fosso entre os poucos ricos e os imensos pobres e, eventualmente, provocar a
utilitária grande agitação popular e a correlativa repressão sangrenta a cargo
da polícia de choque.
16.
O governo criará os mecanismos apropriados para que seja feita a indispensável
publicidade dos actos governativos e dos desempenhos dos ministros; os quais
devem ter completa disponibilidade para percorrerem o país de lés-a-lés em
acções de propaganda. Para o efeito as televisões e os jornais devem ser
mobilizados diariamente. Todos os governantes devem esforçar-se para que, se
possível, dia-a-dia ou até hora-a-hora, sejam presentes nos noticiários das
rádios e televisões; pelo menos, nas reportagens televisivas dos telejornais da
noite e a proferirem declarações mesmo que sejam repetitivas. Aliás, uma
mentira repetida exaustivamente acaba por ser aceite como uma verdade. Convirá
não esquecer a correspondente máxima enunciada pelo Dr. Joseph Goebbels,
ministro da Propaganda, do III Reich, chefiado por Adolf Hitler.
Todos
os governantes envolvidos nessas necessárias actividades externas terão direito
a cobrar ajudas de custo, subsídios de marcha e senhas de presença; quer ela seja
nas colectividades de recreio, autarquias, fábricas, campos de pastagem,
instalações pecuárias, mansões particulares, orfanatos, estádios, praças de
touros, etc. quer em sentinas de hotéis, cafés, restaurantes (só em casos
extremos de enorme necessidade: em sentinas públicas, por que haverá que ter
sentido de Estado: noblesse oblige!).
17.
A presidência da República, os ministérios, a câmara de deputados, criarão seus
próprios instrumentos de vigilância e controle destinados a assegurarem reserva
de confidencialidade a todos os tipos de remunerações, subsídios e mordomias,
auferidos pelos titulares dos cargos integrantes desses órgãos de soberania.
18.
Os serviços governamentais a nível do Poder Central devem incrementar o registo
de todas as manifestações hostis de entidades que se destaquem na crítica e na
oposição ao Governo, ao chefe do governo e ao seu subchefe (operacional
ajudante de campo); com a finalidade de se abrirem processos de apuramento de
responsabilidades – o que se depreende ser de prioridade absoluta, uma vez que
não existe a PIDE (Polícia Internacional e Defesa do Estado, dos tempos de
Oliveira Salazar).
19.
Ainda no que se refere ao aspecto focado no precedente n.º 18, fica apontada a
hipótese de, futuramente, se reformarem e actualizarem os actuais serviços
secretos dependentes do presidente do Conselho de Ministros. O que deverá ser
feito em conformidade com o espírito da doutrina e princípios que regem o
governo,
20.
O governo tomará a seu cargo o prosseguimento da urgente tarefa de
desvalorização, achincalhamento, adulteração e abandono do Português como
língua oficial e preferencialmente usada pelos indígenas lusitanos; tendo em
mira que, sendo a Língua Portuguesa a pátria dos portugueses, há que erradicá-la
com relativa urgência; até como forma primeira e mais eficaz de se acabar com
Portugal. *
Como
alternativa, e com a finalidade de se evitar um vazio linguístico no ensino e
nas comunicações orais entre os indígenas lusitanos, dar-se-á prioridade à rápida
aprendizagem e uso das línguas inglesa e chinesa. O que pressupõe a obrigação
de se ir tornando o português como matéria residual do sistema de ensino em
Portugal.
__________________
Conclusão:
os apuramentos das quedas das percentagens de desemprego decorrem,
principalmente, de: persistentes emigrações de dezenas de milhares de
estudantes e seniores; das mortes, por suicídios, de pessoas muito desesperadas;
das mortes de idosos, não só naturais como por carências de meios materiais
para sobreviverem (de que não há registos estatísticos); dos cortes nas listas
de desempregados feitos pelos serviços oficiais de desemprego; das desistências
de muitos desempregados em acorrerem aos referidos serviços pela manifesta
incapacidade operacional dos mesmos em lhes arranjar colocações profissionais.
Assim
- enquanto o povo português não se libertar da opressão deste governo moldado à
imagem e vontade desses personagens Passos Coelho, Paulo Portas, Mota Soares,
de bacoca ficção - e à medida que milhares de cidadãos vão morrendo, outros
milhares emigrando e tantos mais milhares desistindo de inscrição nas
repartições oficiais, vamos continuar a ver reduzirem-se as taxas de desemprego.
E,
claro que, até ao fim da legislatura, estamos condenados a ver essa gente a
contemplar-se descaradamente no seu insucesso, travestido de rotundo sucesso
para indígena mentecapto facilmente convencer e ingénuo iludir.
* Ontem, Paulo Rangel, deputado europeu
do PSD, declarou numa conferência na Casa da Música, do Porto, que Portugal vai
desaparecer dos mapas europeu e mundial e que, portanto, vai deixar de haver
portugueses.
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