Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, outubro 10, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Juntamos as SARAIVADAS.

Estas, reportam, a uma sensacional revelação de Saraiva: O Partido Social-Democrata (PSD) internacionalizou-se

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS… Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: Saraiva, terminante:

O PSD internacionalizou-se…

É um albergue espanhol

onde ocorrem tragédias gregas…

José António Saraiva, que um dia terá dito, sem papas na língua, sem tremuras na voz, sem qualquer desfalecimento, sem perturbante hesitação, mas – saúde-se! - com o maior desassombro: “Sou a grande cabeça pensante deste país” (afirmação que ninguém terá tido a ousadia de desmentir) e, com a invulgar informação, pôs todo o mundo lusíada a agradecer ao Criador a suprema mercê de ter enriquecido os indígenas com a presença, o convívio, as palavras e os pensamentos do grande senhor adornado pela grande cabeça pensante – a maior de Portugal; é, também e por inerência ao seu elevado estatuto, o apreciado cronista da modernidade da pátria lisbonense (que não deve confundir-se com o Portugal dos lusos ocupantes do território aquém da região saloia alfacinha) ocupado em percorrer a rota promissora que o levará às terras nórdicas e a atingir a ambicionada meta do prémio Nobel.

Escrito isto, anotamos que Saraiva na p.p. sexta-feira, dia 06 de Outubro, naquele cantinho da página 3, do seu semanário, apresentou um texto encaixado na rubrica titulada “POLÍTICA A SÉRIO”. Um título que, certamente, terá sido inserido com o claro intuito de nos pôr, a todos, em sentido e no estado de alerta para que não acedamos, desprevenidamente, ao sorriso. O citado texto trata de “Uma história de caudilhos”.

No entendimento de Saraiva ela é a história do PSD – “um partido caudilhista” que teve dois caudilhos de referência: Sá Carneiro e Cavaco Silva. Todavia, uma história que parecia ter alguma graça, não tem graça nenhuma. Saraiva diz-nos que a História do PSD para além de se confundir com as histórias dos seus caudilhos é uma história “de tragédias gregas, com finais abruptos”. Posta, por Saraiva, a questão nestes termos, somos levados a deduzir que aqui, nos “finais abruptos”, esteve a origem do aparecimento do blog “Abrupto”; do célebre Pacheco Pereira; e que as complicações gregas e os transtornos existenciais do PSD têm causa em o PSD se ver grego para evitar, no seu reduto, as tais tragédias gregas

Sendo assim, temos de nos preocupar com a intromissão dos abelhudos gregos e, talvez, das atrevidas e maliciosas gregas que, abusivamente, se vêm intrometendo na vida de um dos partidos que mais animam o folclore político e o teatro-circo nacionais.

Certo que há muito atravessamos um período de decadência da nossa arte dramática e que ainda hoje o teatro clássico da antiguidade grega é justamente apreciado. Mas, francamente, que os gregos abusem do seu prestígio para virem fazer concorrência virtual e perturbar a tranquilidade dos lugares cénicos onde se exibem os protagonistas dos dramas que constam do reportório de um partido com as tradições do PSD, não se pode admitir e bem andaria o articulista José António Saraiva se tomasse a iniciativa de organizar uma jantarada à maneira da malta fixe. Uma confraternização à volta de mesa – se possível, a do orçamento da República - provida de saborosas iguarias e muito regada com o bom vinho carrascão do Cartaxo; impondo-se ao pasmo indígena como solidária, entusiástica e recomendável manifestação de repúdio pelas influências helénicas e pró desagravo do brio lusitano.

Para complicar as coisas e segundo a revelação de Saraiva, o PSD – partido que parece ser da sua especial afeição – “é um albergue espanhol”. Ainda por cima, “onde cabe tudo”. Caso para exclamar: Arre! Chiça! Como se ao PSD não bastassem as tragédias gregas a que nem foi possível fugir com desembaraço e arreganho, ainda tem que se confrontar com a terrível transformação em “albergue espanhol”, onde cabe tudo e mais alguma coisa Sabendo-se da má fama dos albergues espanhóis, pela certa, dói a alma a qualquer idiota, género Maria que vai com as outras, esta incrível, malfadada, sorte do PSD. Quem duvidará desse constrangimento? O qual, não tratado atempadamente pelos impolutos e competentes clínicos do reino da bicharada prevalente em Portugal, se pode tornar contagioso e pôr todo o mundo a carpir mágoas Quantos, convertidos em Madalenas de mau ou duvidoso porte, não irão verter lágrimas de crocodilo? Espera-se que Saraiva tome iniciativas tendentes a obstar tamanhas desventuras. Por favor, Saraiva, se for sua livre, espontânea e abençoada vontade e estiver ao alcance das suas vigorosas mãos e, também, com o inestimável amparo e inspiração da grande cabeça pensante que a si próprio se atribuiu, numa incontornável (como, agora, se diz) dádiva à comunidade, poupe-nos esse desagradável espectáculo que pode tomar a forma de uma grande tragédia grega, encenada ao melhor estilo dos costumes lisboetas – que, como escreveu ou simplesmente sugeriu, configura uma espécie de teatro burlesco, de mau gosto, especialidade da casa dos artistas laranjinhas, situada no pomar da quinta social democrata; que, por sua vez, integra a grande Quinta Lusitana – a conhecida propriedade dos senhores cinzentos de que falava o Prof. Doutor Sousa Franco. Ou se melhor precisarmos: Propriedade dos ditos, pardacentos, donos da República que julgamos ser

Pelo que lemos, intuímos que razão parece ter Saraiva ao afirmar que - para o PSD se readaptar aos conformes de uma boa albergaria para os exigentes e selectos barões, ao conforto de prestimoso asilo paras as rapaziadas que buscam uma radiosa carreira política e ao regular funcionamento de um entreposto que se preze em melhor servir a sua clientela - será preciso arranjar “um chefe carismático, audaz que aponte o rumo e exerça o poder com autoridade”.

Saraiva que tem “muita estima por ele” (Marques Mendes) não se conforma que o amigo tenha perdido as eleições. Com certo desagrado, reconhece que está aí o Menezes para as curvas, embora tenha dúvidas que este nortenho (na sua opinião, menos comedido e mais ansioso) bem nelas entre e melhor as ultrapasse. E lança uma aterradora premonição: “A peça teatral que vai representar e que agora se inicia, arrisca-se a acabar em tragédia”. Saraiva julga-o fraco actor.

Quanto à peça, nossa suspeita: Será ela mais uma das peças dramáticas gregas de que falava o infalível Saraiva?...

Finalmente, deixamos uma interrogação aos leitores que os porá a tremer que nem varas verdes fustigadas por ventania em decurso de forte temporal:

O que seria a “grande cabeça pensante”, aqui em foco, se não fosse pensante?...

Vade retro, Satana!