Estimadas senhoras,
Caros senhores,
Juntamos as SARAIVADAS.
O arquitecto-jornalista, José António Saraiva esta semana tomou uma alma nova.
Teve festa rija. Gostou. Divertiu-se.
Apareceu a discutir o sexo… dos jornais.
E a “torcer” pela vitória de Marques Mendes na luta caseira, da família cor de laranja (PSD).
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS… Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema: Saraiva deslumbrado. E enredado…
nas confusões e nos enganos.
1 – Saraiva deslumbrado…
O arquitecto-jornalista José António Saraiva, na semana transacta, esteve nas suas “sete quintas”. O seu semanário e a respectiva revista dão nota de um exaltado estado de espírito a roçar o êxtase. Tudo é descrito como se nos quisessem convencer que o senhor director, no dia do aniversário do SOL, tivesse acordado muitíssimo bem disposto e logo, revendo-se ao espelho, fosse cogitando: Espelho meu, espelho meu, haverá alguém melhor e mais feliz que eu? Claro que não sabemos o teor da resposta. Mas intui-se que o malandrete do espelho, não se mostrando amigo da onça, terá sido complacente ao ponto de mais acentuar o entusiasmo da criatura Saraiva.
Daí, que tivesse havido festa rija na Tapada da Ajuda, com abraços, beijinhos, congratulações e copos, pelo primeiro aniversário do semanário ligado à Opus Dei. Tal e qual como titulava, sem tabus, a revista (ela própria um tabu): “Festa é festa”.
E assim tendo sido, a fotografia da capa é bastante sugestiva: com os dois amigos – arquitecto Saraiva e o professor Sousa - muito juntinhos; em que o primeiro, Saraiva, está em guarda e, desconfiado, temeroso, com os olhos esbugalhados, leva mão ao bolso em posição de sacar a pistola (mas, atrevidote, manhoso, aproveitando para encostar o cotovelo no braço (terá chegado ao altar?) da linda moça que lhe encosta o traseiro no seu posterior e notando-se os dois pés direitos entrecruzados como se iniciassem um passo de dança em movimento de rodopio) e, desse jeito, precatando-se contra a eventual investida do segundo; o qual, Sousa, de mão discretamente estendida, mas disfarçando a intenção com o olhar enviezado, parece aguardar que lhe cheguem uma taça de champanhe para a pespegar no cachaço do parceiro que lhe está ali à mão de semear… Aliás, o professor Sousa também está bem encostado na quase totalidade da superfície oposta à fachada da sua estrutura física. Colhe-se a sensação que estão os dois pasmados, indecisos, a “empatarem-se” um ao outro… Foto bem escolhida porque retrata Saraiva e Sousa com o aspecto de estarem com um grão na asa. Um arranjo gráfico a condizer com a natureza festiva do evento. Um achado de impressionante sentido jocoso.
2 – Saraiva enredado nas confusões e nos enganos…
No editorial da edição desta semana do jornal que dirige, Saraiva desenvolve considerações sobre a eleição do chefe do partido PSD. De destacar, a afirmação de, no partido, faltar constituir uma espécie de “guarda de honra” e uma pergunta a que o articulista atribui uma importância excepcional.
Quanto à falta de “uma espécie de guarda de honra” ficamos atónitos. O que será “uma espécie de guarda de honra”? Poderíamos imaginar várias conjecturas sob a natureza, a forma, o enquadramento espacial e as circunstâncias funcionais que lhe seriam adstritas, mas alongaríamos a nossa escrita e não chegaríamos a conclusão válida. Porque é indecifrável o pensamento de Saraiva no contexto da frase em foco. É a velha pecha de Saraiva em meter “buchas” que são autênticas e indecifráveis charadas…
No que concerne à interrogação, Saraiva escreveu: “A pergunta que todos fazem e a que não vale pena fugir, é esta: quem vai ganhar as eleições no PSD – Marques Mendes ou Luís Filipe Menezes?
Aqui está o clamoroso engano de Saraiva. Como pode sentenciar que todos fazem a pergunta? Quem está interessado em fugir à pergunta? Alguém acha que vale ou deixa de valer a pena fugir a ela? A expressão todos não tem cabimento. Verdadeiramente trata-se de uma assunto que só interessa a Saraiva para preencher papel e aos filiados e simpatizantes do PSD. Na generalidade, os portugueses estão-se nas tintas para estes espectáculos. Pela razão que estão fartos das querelas partidárias e porque sabem que daquelas eleições nada advirá de diferente ou melhor nos domínios da política nacional.
O arquitecto, jornalista, escritor, director e animador do semanário SOL, ultimamente debruça-se muito sobre o sexo. Parece que vê sexo em tudo que paira à sua volta. Esta semana debateu o sexo dos jornais. Exactamente. Uma descoberta. Com aspectos pitorescos.
Vejamos a introdução da tese de Saraiva.
“Os jornais são, de uma forma geral, produtos masculinos. Ah, sim? Tem piada!
Por diversas razões.
Porque sujam as mãos. Enternecedora esta preocupação higiénica relativamente às senhoras.
Porque têm formatos incómodos. Quem diria… E logo as mulheres que não apreciam os incómodos. Bem visto…
Porque os temas que tratam interessam fundamentalmente aos homens”. Quem teria metido essa ideia na cabeça de Saraiva? Aqui há marosca… Saraiva é mesmo machista. Subalterniza as mulheres.
No corpo do texto aparecem referências tais como: “era natural que tivessem formatos masculinos”. Formatos masculinos? Qual é a anatomia do formato feminino de um jornal? Se calhar, estamos confrontados com um segredo de Saraiva.
“Hoje já não é um escândalo ver-se uma senhora a comprar um jornal na banca”
Estaremos a ler bem? E a compreender melhor? Lisboa estava assim tão atrasada em relação à Província? Nós, por cá, na paisagem externa da capital, nunca nos demos conta disso. Os lisboetas nem apreciarão serem taxados de parolos. Parolice subentendida pela visão ofuscante de Saraiva.
“Primeiro, as mulheres passaram a casar muito mais tarde: enquanto há 30 anos casavam pouco depois dos vinte, hoje casam pouco antes dos trinta”.
Bem pensado e explicitado… antigamente casavam pouco depois dos vinte, hoje casam pouco antes dos trinta. Quer dizer: nada se alterou neste contexto de datas. Tudo como dantes, quartel-general
Saraiva tende para isto. Está, sempre, a pregar rasteiras e a obrigar-nos a puxar pelos miolos. Verdade seja dita: é o seu préstimo. Também, pessoal encanto… Entenda-se, o da sua escrita.
Há vinte anos, quando se entrava numa livraria, era raríssimo encontrar uma mulher” Saraiva deverá esclarecer como aconteceram os sucessos de vendas das poetisas e escritoras Florbela Espanca, Sofia de Melo Breyner Andresen, Natália Correia, Fernanda Botelho, Maria Judite de Carvalho, Olga Gonçalves, Agustina Beça Luís, Alice Ogando, Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa, Maria Lamas, Irene Lisboa, Alice Vieira, Maria Gabriel Llansol, Lídia Jorge, etc,. Eram os machos latinos de cepa lusitana, maridos, amantes, amigos e companheiros, das mulheres deste país - feitos dóceis moços de recados - que, interpondo-se ou as impedindo, iam às bancas e às livrarias comprar os livros das poetisas e das escritoras portuguesas?
Hemos de concordar que as frases transcritas, das prosas de Saraiva, são boas “malhas” de um jogo de chinquilho “mal amanhado”, apontado à sedução de carecida leitora em transe de neurastenia…
Fiquemos por aqui…
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